Capítulo VIII

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𝓛𝓮𝓸 𝓥𝓪𝓵𝓭𝓮𝔃

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𝓛𝓮𝓸 𝓥𝓪𝓵𝓭𝓮𝔃

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Leo adoraria que o dragão não tivesse pousado nos toaletes. De todos os lugares onde poderia cair, uma fileira de banheiros químicos não deveria ser a primeira opção. Uma dezena de boxes azuis tinha sido instalada no canteiro da fábrica, e Festus esmagara todos eles. Felizmente, não eram usados havia muito tempo, e a bola de fogo que surgiu na queda queimou quase tudo. Mas, ainda assim, alguns produtos químicos bem nojentos saíam do encanamento. Leo precisou abrir passagem sem respirar pelo nariz, para não sentir o terrivel cheiro. Uma nevasca forte caía do céu, mas a couraca do dragão ainda fervia. Isso, é claro, não incomodava Leo.

Após alguns minutos escalando o corpo imóvel de Festus, o garoto começou a ficar irritado. O dragão parecia em perfeito estado, Sim, caíra do céu com um estrondo, mas seu corpo não sofrera nada. Aparentemente, a explosão fora causada pelos gases acumulados nos banheiros, não pelo dragão. As asas de Festus estavam intactas. Nada parecia quebrado. Não havia razão para que tivesse parado de funcionar.

- Não foi minha culpa - ele murmurou. - Festus, você quer acabar com a minha reputação?

Foi então que Leo abriu o painel de controle na cabeça do dragão, e seu coração quase saiu pela boca.

- Ah, Festus, o que é isso?

As engrenagens tinham congelado. Leo sabia que no dia anterior tudo estava perfeito. Trabalhara duro para consertar os cabos corroídos, mas algo congelara o crânio do dragão, justo onde deveria estar quente demais para haver gelo. E isso recarregou os cabos e queimou o disco de controle. Leo não entendia como aquilo acontecera. Claro, o dragão era antigo, mas ainda assim não fazia sentido. Ele poderia trocar os cabos. Isso não seria um problema. Mas o disco de controle queimado era ruim. As letras gregas e as figuras entalhadas nas bordas, que provavelmente eram mágicas, estavam apagadas e escurecidas, Era a única peça que Leo não conseguiria substituir... e estava estragada. Mais uma vez.

Ele imaginou a voz da mãe: A maioria dos problemas parece pior do que realmente é, mi amor. Para tudo há solução.

A mãe dele era capaz de consertar quase tudo, mas Leo tinha certeza de que ela nunca trabalhara com um dragão mágico de metal de cinquenta anos.

Ele trincou os dentes e decidiu que precisava tentar. Não seguiria a pé de Detroit a Chicago sob uma tempestade de neve, e não seria o responsável pelo fim de seus amigos.

- Certo - murmurou, limpando a neve acumulada nos ombros. - Quero uma escovinha com cerdas de náilon, luvas de nitrila e talvez uma lata de solvente aerossol.

O cinto de ferramentas o atendeu. Leo não pôde deixar de sorrir ao encontrar tudo o que queria lá dentro. Agueles bolsos pareciam não ter limites. Não lhe dariam nada mágico, como a espada de Jason, nem nada enorme, como uma motosserra. Ele já tentara pedir as duas coisas. E quando pedia muitos itens de uma vez, o cinto sempre precisava de um tempo para voltar a funcionar.

Luz e chamas - Leo ValdezOnde histórias criam vida. Descubra agora