Capítulo 3

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S/n:

Fico deitada na cama tentando dormir, mas não consigo. Aproveito que já são 4 da madrugada e vou para a cozinha comer algo. Vejo os cigarros do Shinichiro e penso que ele não vai sentir falta se eu fumar um. Vou até o lado de fora da casa, acendo um cigarro e começo a fumar, mas sou interrompida por ele.

Shinichiro: O que está fazendo aqui fora?

Ele se aproxima, tira o cigarro da minha mão e joga no chão, pisando em cima.

Shinichiro: Você não é assim.

S/n: Estou sem sono.

Ele se aproxima e me abraça.

Shinichiro: Pode chorar, sei que você se sente sozinha e sente falta da sua família e da sua casa.

Abraço-o de volta e começo a chorar, sentindo seus carinhos nos meus cabelos.

Shinichiro: Está melhor?

Faço um sinal de positivo com a cabeça.

Shinichiro: Não quero você fumando.

S/n: Desculpa.

Shinichiro: Tudo bem. Agora vai dormir.

S/n: Não consigo, meus remédios acabaram.

Shinichiro: E se eu ficar com você, será que consegue?

S/n: Não sei.

Ele entra na casa e eu o sigo. Chegamos ao meu quarto, ele me manda deitar e faz o mesmo na minha frente.

Shinichiro: Se quiser me abraçar, tudo bem.

Abraço-o e passamos a noite assim.

Na manhã seguinte, desço arrumada para a escola, mas o motorista não veio.

Shinichiro: Dormiu bem?

S/n: Sim, obrigada.

Manjiro: Vem, vamos tomar café.

S/n: Preciso ir.

Shinichiro: Seu motorista ainda não chegou.

S/n: Ele teve uma emergência, então eu o liberei. Vou de ônibus.

Emma: Sabe andar de ônibus?

S/n: Sim, sei. Também sei andar de metrô.

Shinichiro: Eu levo você hoje e te busco.

Mikey: Eu ia me oferecer, já que o Shin já faz isso, haha.

S/n: Obrigada, Manjiro. Tenho um presente para você.

Manjiro: Para mim?

S/n: Sim. Eu sei que você tem uma gangue, então mandei fazer uma jaqueta de couro personalizada com o símbolo da sua gangue. Peguei o seu uniforme emprestado para fazer parecido com o seu modelo de comandante.

Vejo os olhos dele brilharem com o presente.

Manjiro: Obrigado. Vou para a reunião com ele hoje.

S/n: Também tem outro, mais simples, só com o seu nome.

Manjiro: Você é a melhor irmã do mundo!

Rimos com a empolgação dele.

Shinichiro: Obrigado.

S/n: Ele merece.

Depois do café, vou atrás do Shinichiro. Ele coloca o capacete na minha cabeça e arruma.

Shinichiro: Vamos.

Assim que subimos na moto, ele acelera e sinto como se estivesse nas nuvens. Quando chego na escola, ele se despede de mim.

Shinichiro: Vou te levar a um lugar depois.

S/n: Tá bom.

S/n:

Já estou em frente à escola quando vejo o Shinichiro se aproximar.

Shinichiro: Vamos, eu tenho que te mostrar um lugar.

Ele arruma o capacete na minha cabeça e me leva até o local.

Shinichiro: Esse é o meu lugar favorito.

É como um penhasco, com uma vista deslumbrante para o mar.

S/n: É lindo.

Shinichiro: Sim, gosto de vir aqui para pensar.

Ele se senta e eu me sento ao seu lado, apoiando minha cabeça em seu ombro.

S/n: Minha vida está tão invertida. Meus pais morreram, não sei mais nada do meu irmão e me sinto tão sozinha e abandonada.

Shinichiro: Você não está abandonada, e seu irmão está bem. Outro dia liguei para os médicos e disseram que ele acordou faz alguns anos.

S/n: Por que ele não veio me buscar?

Shinichiro: Ele perdeu a memória e estão tentando fazê-lo recordar de tudo.

S/n: Mesmo que ele ainda não lembre de mim ou não tenha vindo me buscar, estou feliz que ele esteja vivo.

Shinichiro: Eu também.

S/n: Estávamos comemorando mais uma vitória de campeonato, rindo e dançando, até que tudo ficou claro. Só conseguia sentir meu irmão me abraçando para me proteger. Ele sempre teve essa mania desde que éramos pequenos. Ele estava desmaiado, vi meus pais morrerem, eles morreram de mãos dadas. Eles disseram que tinham muito orgulho de nós, que nos amavam muito. Isso foi a última coisa que ouvi e me lembro.

Shinichiro: Calma, você era só uma criança.

S/n: Meu pai, assim que me viu, mandou eu tirar meu irmão do carro. Eu estava fraca, mas o tirei do carro. Ele morreu tocando meu rosto.

Coloco minha mão onde ele tocou e parece que consigo sentir o toque dele.

Shinichiro: Eu não sabia desses detalhes.

S/n: Eles me amavam muito, assim como meu irmão me ama. Não consigo esquecer daquela noite, lembro de todos os detalhes.

Ele me abraça forte.

Shinichiro: Você não está sozinha, vou cuidar de você.

S/n: Obrigada.

Encaro-o e olho dentro dos olhos dele, como se um ímã me atraísse para sua boca, ou talvez esteja confundindo as coisas.

Shinichiro: Vamos?

S/n: Sim.

Respondo, encarando-o, até que o beijo. Não sei o que deu em mim, mas beijo-o.

S/n: Desculpa!

Shinichiro: Tudo bem.

Ele se aproxima e me beija novamente. Seu beijo é doce e gentil, algo mágico.

S/n: Isso não pode acontecer.

Shinichiro: Me desculpa, isso não vai acontecer novamente. Você está frágil, me aproveitei da sua fragilidade.

S/n: Sim, acho melhor nos afastarmos um pouco ou as coisas vão ficar estranhas.

Shinichiro: Concordo.

Coloco o capacete e vamos para casa.

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