ᶜᵃᵖ ⁷

1.3K 55 0
                                    

[𝗉𝗈𝗏'𝗌 𝖬𝖼𝖢𝗈𝗒]

Eu já estava voltando para casa depois da academia, eu estava morta, mas o treino de costas é o menos pior, pode acreditar. O caminho estava bem calmo, o que é bem estranho em Los Angeles, mas eu gosto.

Meus fones tocavam uma música qualquer, minha playlist por mais longa que seja, acabou assim que eu sai da academia, e como eu sou preguiçosa de mais para escutar outra, deixei essa mesmo. Eu estava sem um fone, afinal estou em Los Angeles, e qualquer cuidado é pouco.

Já estava quase na rua da minha casa, já que a academia nem fora do meu bairro é. Essa rua é bem calma, mas como em qualquer rua tem seus pontos "perigosos", sabe, uma boca alí, um Olheiro aqui, um bêbado alí na frente, mas isso é por todo Los Angeles.


━ Ruby.. o que você tá fazendo aqui? - escuto meu nome e olho para o lado e vejo Hacker.

━ eu estou voltando para casa, mas já estou chegando. - considerando melhor, acho que uma carona cairia bem.

━ quer uma carona McCoy? - eu sou de mais.

━ obrigada. - digo abrindo a porta do carro e entrando.

━ eu vou te falar uma coisa... já já. - aí como eu odeio suspense.

━ fala logo então. - digo e o carro fica em um silêncio absoluto.

O que será que ele quer me falar, por que ele não diz logo. Em meio a tantos questionamentos, ele passa reto da minha casa, onde esse querido está a me levar?

━ Vinnie, você acabou de passar reto da minha casa. - digo e ele não para o carro.

━ eu não disse que te levaria para casa. - ele diz e continua o tal caminho.

━ Vinnie eu estou podre de suor, eu só quero tomar um banho, e ando a gente está indo, eu tenho que avisar para minha mãe.

━ a gente tá indo para o hospital, seu pai infarto. - como meu pai infarto.

━ cadê a minha mãe... por que você ficou sabendo e eu não.

━ eu fui entregar um exame e vi sua mãe chegando com seu pai, aí me ofereci para te buscar. - nesse momento eu já estava em lágrimas.

━ Vincent acelera a merda desse carro. - digo e o carro vai de 50 a 100 por hora em segundos.

Eu não posso acreditar que meu pai deve estar quase morrendo, não quero que minha vida vire de ponta cabeça a essa altura do campeonato. Meu coração estava acelerado, minhas lágrimas caiam cada vez mais a cada segundo.

Chegando no hospital pulei do carro, eu só queria ver meu pai, e esperar que ele estivesse vivo. Entrei no hospital correndo e já vi minha mãe sentada na recepção chorando.

━ mãe... - digo a abraçando.

━ filha, você já sabe do seu pai né... - ela diz e eu choro mais a me lembrar.

━ sim mãe... - eu estava um caco.

━ vocês são os acompanhantes do John McCoy? - uma mulher que parecia ser a enfermeira pergunta para nos três.

━ sim, somos. - minha mãe diz limpando as lagrimas.

━ ele não está bem, acho melhor vocês irem se despedir. - quando a palavra despedir e dita minha vida desmorona.

Eu e minha mãe nos demos a mão e fomos com a enfermeira, eu não estava pronta para perder meu pai, mas eu não vou negar me despedir do homem da minha vida.

━ podem entrar. - ela diz e abre a porta do quarto.

Quando eu vi meu pai cheio de tubos, deitado naquela maca, eu simplesmente cai no chão, a respiração dele mesmo com o respirador, era pesada e alta, minha alma tinha saído do corpo.

━ John... meu amor, como eu te amo. - escuto minha mãe dizendo ao meu pai.

━ pai... sou eu, por favor fica comigo. - digo segurando a mão dele deita em seu corpo.

━ filha... eu te amo... e Margot você sempre será meu único amor. - meu pai susura com dificuldade.

━ eu vou te dar muito orgulho... - digo entre soluços.

━ eu sei...

━ John você tem que ficar aqui para ver a filha brilhante que você tem... - minha mãe diz.

Acho que nesse momento eu senti a alma de meu pai se esvair, a mão dele ficou gelada ao segurar a minha, e o aparelho já tinha confirmado minha incerteza.

Adeus pai...

[...]

Já são meia noite, e eu não consigo pregar os olhos com meu pai não estando aqui e sim em um necrotério. Eu achava que meus filhos ia conhecer o avô, mas acho que me enganei, ele só tinha 39 anos, era novo de mais.

━ filha... - escuto algumas batidas na porta e a voz da minha mãe. ━ posso dormir aqui? - ela pergunta entrando no quarto.

━ pode. - digo e ela deita na minha cama me abraçando.

━ filha... a nossa vida vai mudar apartir de hoje, mas saiba que seu pai te amava mais que tudo, e eu te amo muito mesmo. - quando ela diz isso meu choro volta.

Eu queria que meu pai me visse formada, exercendo a mesma profissão dele com o mesmo amor, com uma família feliz que nem a dele e da minha mãe. Mas esse desejo será cumprido, tenho certeza que ele sempre me acompanhara.

Hoje foi o dia em que o Vinnie foi mais gente boa, ele ficou comigo e com a minha mãe o tempo todo no hospital, e ainda nos levou para casa com o carro da minha mãe. Ele hoje em ajudou muito, acho que nem um dos meus amigos me viu chorar tanto quanto Vinnie viu hoje.

Amanhã meu pai iria ser velado, eu sei que parece rápido, mas realmente é. Minha vida vai ficar horrível daqui para frente, eu poderia ter aproveitado a noite com meu pai, mas eu simplesmente preferi ir para uma festa.

Eu nunca vou me perdoar...

Mas em algum momento eu terei que seguir em frente, como todas as pessoas que um dia perderam seus entes queridos, o meu só é recente. Se eu conseguir me perdoar, como minha mãe se perdoou quando sua mãe morreu, eu também vou me perdoar e viver com um lado sombrio e triste.

「𝖢𝗈𝗇𝗍𝗂𝗇𝗎𝖺」

Ajudem votando e comentando &Desculpe qualquer erro de português

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ajudem votando e comentando
&
Desculpe qualquer erro de português

Stupid - Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora