Todos os meus dias são encurralados por parênteses invisíveis
(Todos os dias eu ouço através das paredes as críticas cortantes como canivete)
Noto que a noite está ressentida, o céu sem estrelas
(O infinito, ainda assim, estende-se e escorre em minhas pupilas embaçadas)
Noto que o dia está cinzento, o céu sem nuvens
(A imensidão, ainda assim, inunda e afoga os meus órgãos vitais)
Lua ausente, a abóbada apática, as estrelas esconderam-se
(Até que eu poderia me acostumar com isso)
Sol opaco, algazarra incessante, o silêncio não reina por aqui
(Não vou aguentar nem mais um único dia nesta casa enorme)
Talvez eu consiga sobreviver se mantiver os cílios para cima e os ouvidos surdos
(Talvez eu possa superar os obstáculos?)
Talvez eu possa sobreviver se apenas colocar minhas roupas na mala e sumir do mapa
(Foi muita ignorância da minha parte achar que eu superaria os obstáculos?)
E, repentinamente, uma sensação revigorante de paz atinge-me
(E eu gostaria de morrer sentindo esta paz)
A percepção de mãos em meu pescoço sufoca-me, estrangula-me
(Eu gostaria de morrer agora mesmo).
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Melancolia em excesso
PoetryUma coletânea de poemas e poesias sobre os mais variados sentimentos e pensamentos em combustão de uma garota que se sente estranha na própria pele. #1 - ser [04/09/24]