Eu não aguentava mais continuar vivendo aqui
Então mergulhei impulsivamente no oceano infindável
E nadei até sumir da minha própria cabeçaVi centenas de peixes coloridos indo e voltando de suas rotinas
Escutei o som suave das conversas das algas
Enquanto as conchas estavam ocupadas, cuidando de suas pérolasO azul ocupou por inteiro as minhas íris
A água estava quente e confortável como o útero
Tive o anseio de explorar as águas até os músculos pesarem como chumboLá, as acusações e as gritarias não existiam
Lá, apenas os sussurros das conchas poderiam ser ouvidos
Lá, o meu paraíso azul e particularInesperadamente, uma imagem arrancou o oxigênio dos meus pulmões
Havia uma isca presa ao anzol, contrastando com a suavidade do meu cenário
Tentando me seduzir para a superfícieVislumbrei aquilo e senti um calafrio
Tentei nadar na direção oposta, mas me vi presa em uma rede
Tentei escapar, mas não conseguiOs raios de sol queimaram a minha pele e a minha coragem
Ficaram contentes os pescadores com a colheita daquele dia
Havia em sua rede apenas uma garota que desejava continuar submersa.
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Melancolia em excesso
ŞiirUma coletânea de poemas e poesias sobre os mais variados sentimentos e pensamentos em combustão de uma garota que se sente estranha na própria pele. #1 - ser [04/09/24]