Outubro de 2021
Seus olhos brilhavam ao percorrem o park em um de seus dias mais movimentados, o sol já estava quase se pondo, as árvores pareciam tão bonitas essa época do ano, tão vivas, elas balançavam no ritmo da brisa que passava por ali naquele momento. As crianças corriam de um lado para o outro, casais passeavam com seus cachorros, alguns idosos caminhavam essa hora da tarde, tudo parecia tão vivo, tão radiante. (S/n) caminhava tranquilamente pelo parque no final da tarde todos os dias, era um costume.
Seus belos olhos cristalinos se prendem em uma silhueta bastante familiar e conhecida por si, ela ria com aquele estranho como se tivesse ouvido a piada do ano, suas mãos delicadas se apioavam naquele ombro estranho, ele sorria para ela, como em um filme de comédia romântica. A pontada de dor sentida naquele exato momento já não era mais uma novidade para si, era comum, ainda mais quando via Karla Camila. O nome que jamais era pronunciado, nem mesmo em seu grupo de amigos, desde o término das duas, uma ferida que a mulher acredita já ter se curado, mas toda vez que a via era a mesma sensação.
A maldita dor no peito
Como se não bastasse a cena dos dois andando de mãos dadas no lugar onde era considerado sagrado, o refúgio de ambas, tantos beijos, tantas confições, tantas memórias.
Foi o ápice para a morena de olhos brilhantes, sentir sua respiração mudar o ritmo, agora praticamente corria pelo park, seu coração acelerado dentro do peito, as lágrimas que insistiam em querer aparecer, a cena do "casal feliz" se reprisava em sua mente, ela estava sentindo tudo dentro de si desmoronar, algo que não sentia a muito tempo, o desespero e a angústia percorriam seu corpo, segurava as lágrimas pois se recusava a chorar por algo que já havia passado, não queria essa sensação de novo.
— Que merda! — Suas pernas só pararam quando já estava em uma distância segura para si, suas mãos seguram com força a sua blusa, na direção do seu coração, as lágrimas desciam agora descontroladamente, trilhando o dourado de sua bela face, se sentia mais uma vez, vulnerável.
