Capítulo 4.

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Depois de horas e mais horas de discussão, todos finalmente haviam entrado em um consenso, a música para a primeira apresentação finalmente tinha sido decidida. E para sua infelicidade, Naomi não cantaria sozinha, pois todos - menos ela - haviam concordado que era melhor um dueto do que solo, e para completar o restante da bomba, ela teria que cantar com Sakusa. Nada poderia ser pior. É claro, a não ser pela música escolhida, que parecia uma declaração amorosa.

"Sim, Shoyo." - disse ela, falando novamente com seu melhor amigo. Nesses momentos a mulher sempre recorria a ele, mesmo que o rapaz risse mais da sua cara do que realmente ajudasse. "E Suna nem discordou! Me jogou aos lobos, e falou 'Você não é a líder? Lidera a manada agora."

Do outro lado da linha, uma pequena tangerina desmanchava-se em gargalhadas, ele não sabia mais em que posição ficar em sua cama, de tanto que ria da cara da garota.

"Pelo menos é a manada, e não a mamada!" - brincou o ruivo, entre risos, buscando o ar que havia esvaído. "Minha barriga está doendo de tanto rir, eu não aguento mais."

"Vai se foder, tomate ambulante!" - Tentou xingar o melhor amigo, porém não conseguia realmente ficar brava, não com ele. "Não é engraçado." - a outra fez um beicinho, jogando o celular sobre sua cama, estava no viva voz e poderia continuar a ouvir o outro, mesmo com a distância. "Eu só queria resolver tudo, e agora estou sendo punida. Certeza que Suna fez de propósito, afinal foi ideia dele."

"É só uma música, Naomi. Pense que é pelo bem da banda." - shoyo não estava rindo mais, e agora havia falado algo que fez aquela despertar.

Precisava fazer isso, era para o bem de todos. Afinal, precisavam ganhar essa competição para a carreira de todos alavancar, e os esforços de todos começarem a darem frutos. Tudo dependerá de como eles forem nas próximas apresentação, muitas pessoas vão estar de olhos em todos.

"Certo, certo. Pela banda.." - repetiu, e pegou novamente o seu celular, olhando o horário ao desbloqueá-lo. "Tenho que ir, Sho. É meu dia de limpar o estúdio."

"Vai lá, conversamos mais tarde!" -

Naomi não disse mais nada, apenas desligou a curta ligação que teve com o ruivo e permaneceu deitada, não lembrava quem iria a ajudar naquele dia, talvez fosse Kuroo ou Osamu, se fosse qualquer um dos dois, a tarde seria divertida.

Não querendo deixar ninguém esperando, ela resolveu levantar da cama, mudando rapidamente suas vestes para algo que não fosse seu pijama de princesa, todo rosa e com algumas coroas, ninguém poderia ver ela naquele estado.

Agora, devidamente vestida e no andar de baixo, estava pronta para ir ao estúdio. Mas, nada poderia dar certo por muito tempo, ao olhar no porta-chaves percebeu que faltava algumas e uma delas era a da sua moto. Começou a procurar por toda a casa, e de nenhuma forma conseguiu encontrar.

Ao chegar no último cômodo, a cozinha da casa, notou um pequeno papel preso na porta da geladeira, era um post-it amarelo: "Levei a moto para passear, volto a noite. Beijo, Suna." era o que dizia no papel, em uma caligrafia feia e toda bagunçada.

- Desgraçado! Tá torcendo contra meu progresso, é? - murmurou, conversando consigo mesmo naquele cômodo vazio.

Ótimo, o dia não tinha como piorar. Teria que chamar um uber para ir ao estúdio, o pior não era aguardar até que alguém aceitasse sua corrida, e sim que eles sempre fazem a maior rota, levando um tempo desnecessário para chegar ao um local. O mau humor estava começando a dar as caras. E quando Naomi ficava desta forma, qualquer coisinha vira motivo para reclamação.

Seria um longo dia.

Como já estava demorando demais, resolveu chamar o carro e aguardou a chegada na porta da frente, antes disso, aproveitou o tempo em que ainda tinha e desenhou um dedo do meio no bilhete deixado por Suna.

Para a sua sorte, o motorista não fez a maior rota e sim a mesma que ela usava. Desta forma, não demorou para chegar ao estúdio.

Agradeceu ao rapaz, saindo do carro dele sem bater a porta, nem deveria ter fechado, e ela teve certeza disso quando viu o motorista parar alguns metros de distância, ele saiu do carro e bateu a porta.

- Desculpe.. - disse, mesmo que ele não pudesse ouvir.

- Está pedindo desculpas porquê? - Uma segunda voz se fez presente, fazendo a garota dar um pulo assustada.

- Cacete! Que tipo de aproximação é essa? - Não havia reconhecido a voz de quem era, era mais grossa que a de qualquer menino. Ah, nem fodendo. Não poderia ser ele. Se negou a olhar para o lado.

- Você que é distraída.

- O que tu tá fazendo aqui? - O perguntou, agora resolveu olhar em seus olhos. Afinal, era a única parte de sua face que era visível, o restante era coberto por suas famosas máscaras pretas.

Sakusa ficou confuso por meros segundos, porém a respondeu.

- Eu vim limpar.

Quem não estava entendendo agora era Naomi, hoje não era o dia do Osamu, ou era do Kuroo? Não lembrava ao certo. Sabia que Sakusa recém tinha sido posto na lista, então não era a sua vez ainda. Como seria possível?

- Vai ficar com essa cara de mosca morta? - Seu olhar era de tédio, como se não quisesse estar naquele lugar. Algo normal de Sakusa, quando ele queria estar em outro lugar que não fosse sua casa.

- O que aconteceu com o Kuroo ou o Osamu? - ignorou completamente as falas anteriores dele, querendo primeiro resolver esse caso, e depois poderia partir para as ofensas. - Não era o dia de um deles hoje?

- Que ótima líder temos. - por um milagre, ele sorria, mesmo que não fosse visível. - Osamu ficou doente, e ninguém mais estava disponível, além de mim. Conversamos sobre tudo no grupo.

Ainda tentava associar as informações em sua cabeça, retirou o celular do seu bolso, notando somente agora as milhares de notificações que havia em seu aplicativo de mensagem. E tudo era em um grupo em específico, o da banda.

Ficou tão distraída conversando com Shoyo que não viu nenhuma delas, sua reclamação sobre os últimos acontecimentos era mais importante que o barulho e vibrações que seu celular distribuiu na última hora. Aproveitou que estava com ele em mãos e respondeu Osamu, desejando melhoras para o amigo e que passaria para ver ele depois. Sakusa continuou parado, suas mãos no bolso da calça de moletom, esperando ela dizer algo.

- E aí? Vamos ficar o dia inteiro aqui? - Sakusa perguntou.

Ela, por alguns segundos, havia esquecido completamente a presença do outro ao seu lado. Lembrando do motivo de ter ido para aquele lugar, e tudo estar acontecendo. Quando falou que seu dia não poderia piorar, ela mal imaginava o que estava por vir.

- Não. Vamos lá. - tirou a chave de seu bolso, enquanto caminhava em direção da porta e abriu em seguida, deixando que o rapaz passasse na sua frente.

Aproveitou que Kiyoomi não estava olhando, e mostrou a língua pra ele, sendo totalmente infantil. Aquele restinho de tarde seria uma chatice, sabia o quanto o outro era maníaco por limpeza e certamente não a deixaria descansar enquanto existissem germes no local.

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Retornamos! Finalmente deixei a preguiça de lado, e também superei meu bloqueio criativo.
Espero que gostem do capítulo, beijocas e até uma próxima! (espero que seja breve)

𝗦𝗢𝗡𝗚 - 𝐒akusa 𝐊iyoomi.Onde histórias criam vida. Descubra agora