Blas Polidori.
Agatha havia acabado de desmaiar por razão desconhecida em meus braços, eu entrei em desespero por obviamente não saber o que fazer e também por não poder recorrer ao hospital, já que agora eu fazia parte da máfia. Não tive outra escolha além de ter que voltar para a máfia e levar ela para a enfermaria de lá, onde Fran era o médico.
Me vesti e depois de alguns minutos consegui colocar uma roupa no corpo desmaiado de Agatha, pedi para Fran me buscar na minha casa urgentemente e logo ele chegou, voltamos para a máfia e imediatamente Fran a levou para a enfermaria, com ela desmaiada em seus braços. Senti uma pontada de ciúmes mas tentei ignorar, fiquei do lado de fora da enfermaria esperando uma resposta sobre Agatha.
Agatha Mendenza.
Eu acordei tonta em um lugar que não conhecia e me sentei na maca assustada, mas fiquei aliviada quando vi Francisco mexendo em uma caixa de remédios na minha frente. Eu confiava bastante nele por o conhecer desde que comecei a namorar com o Blas.
- Oi Fran... O que aconteceu? - o perguntei confusa e cocei meus olhos.
- Você chegou perto de uma overdose, Agatha... Não sabia que usava drogas, por que fez isso? - Fran perguntou se aproximando de mim lentamente com um copo de água e um comprimido nas mãos, ele tinha um charme inexplicável.
- Blas... Ele começou a me tratar diferente depois que veio para cá, entende? Eu me droguei antes de ele chegar do serviço hoje, pensei que resolveria algo... - parei para pensar e provavelmente só aceitei que Blas me cortasse daquele jeito por estar sob efeito de drogas, nunca que eu aceitaria uma coisa dessas estando sóbria.
- Não deve descontar seus problemas em substâncias, eu trabalho mexendo com drogas mas tenho total consciência do quão é errado... Sei que não somos tão próximos, mas não quero te ver no fundo do poço por vacilos do Blas. - Fran olhou nos meus olhos falando seriamente e eu concordei com a cabeça, ele conseguia fazer eu mudar meu pensamento, ele realmente falava sério.
- Ele me traiu, Francisco. - eu o olhei e respirei fundo. - Perdoei ele porque estava drogada e não estava em condições de entender o que aconteceu, mas agora não vou suportar olhar no rosto dele. - eu baixei a cabeça. - Me ajuda, não sei o que fazer!
- Só temos uma escolha, Agatha. - Fran suspirou fundo e me olhou. - É arriscada, não sei se irá aceitar... Posso fazer uma certidão de óbito falsa para você e te levar na maca até o crematório daqui, você se esconde em um dos armários e quando eu for embora, te levo comigo e você fica na minha casa se quiser.
Eu pensei por alguns minutos e o olhei, é agora ou nunca.
- Fechado, consegue obter essa certidão hoje mesmo? Não gosto de ficar nesse ambiente. - passei a mão pelos meus cabelos pensando em como seria essa minha vida nova.
- Consigo, com certeza. Anota aqui todos seus dados pessoais e logo vai estar pronta. - Fran sorriu, pela primeira vez vi seu sorriso, era lindo.
Peguei um papel que havia ao lado da minha cama e anotei meu nome completo, data de nascimento, CPF, nacionalidade e mais tudo de importante. Uns minutos depois entreguei o papel para o Fran, ele me explicou o que eu deveria fazer e eu aceitei, eu faria tudo por amor... menos aceitar uma traição.
Fran imprimiu a certidão de óbito e pediu para que eu segurasse a respiração quando ele me tirasse do quarto na maca e agisse como se eu realmente estivesse morta.
Ele me tirou da sala e eu fingi que não estava viva, quando Blas me viu, ele entrou em completo desespero.
Blas Polidori.
Eu estava distraído esperando que Fran me desse uma resposta sobre Agatha, porém fui surpreendido com ele saindo com ela na maca e um papel na mão... Ela estava pálida e não vi seu peito mexer devido a respiração, entrei em pânico.
- AGATHA! MEU DEUS! - eu levantei e senti meu coração disparar, eu sacudi a garota mas ela não dava nenhum sinal de vida. - sacudi Fran e gritei na cara dele. - O QUE VOCÊ FEZ? VOCÊ DEVIA TER SALVADO ELA!
- Eu não pude evitar, ela teve uma overdose de remédios e não resistiu, Blas. Não é culpa minha, me deixe levar ela para o crematório, sinto muito. - Fran falou calmo me olhando com pena, eu não consegui evitar de chorar e derramei lágrimas pelo meu rosto, eu abracei o corpo mole de Agatha. - Me desculpa por tudo, minha princesa... Eu te amo! Meu deus, eu te amo tanto! - eu falei desesperado me arrependendo por não ter tratado ela bem nesses últimos dias.
Fran levou ela até o crematório, lá na máfia quando alguém morria era queimado no subsolo do prédio, não me restou mais nada além de sentar e chorar.
Fran Romero.
Eu levei a garota até o crematório e a olhei, ela abriu os olhos e me olhou rindo.
- Meu deus! É muito difícil ficar sem respirar por tanto tempo! Que adrenalina! - ela levantou da maca e me abraçou, fiquei parado sem saber o que fazer, fui pego de surpresa. - Obrigada por estar se arriscando desse jeito por mim, Fran.
- Não precisa agradecer, ajudo quem eu gosto. - sorri sem jeito e a olhei. - Agora entre dentro do armário antes que chegue alguém aqui, não quero mais problemas. - me afastei da garota. - Daqui 3 horas voltarei para te buscar.
Ela concordou, voltei ao meu expediente normalmente como se nada tivesse acontecido. Blas já não estava mais lá, me doeu ver ele chorando pela namorada que nem estava morta mesmo, mas não posso deixar ele trair ela desse jeito. Nunca ajudei ninguém ao ponto de me arriscar, não sei por qual motivo tive essa decisão por uma garota que eu nem conheço direito, talvez eu estaria furando os olhos de Blas.
Algumas horas depois, meu expediente acabou e eu fui apressadamente para o crematório tirar Agatha de lá, já que eu mesmo reconhecia que lá não era um dos lugares mais agradáveis de ficar por tanto tempo. Abri o armário e ela estava dormindo em pé, eu ri e balancei ela.
- Hey, vamos para o meu carro... Meu expediente já acabou, vamos logo. - peguei ela pelo braço e saí do prédio escondido com ela, tentando não chamar atenção.
Entrei no meu carro com ela e tranquei as portas, comecei a dirigir em silêncio me arrependendo aos poucos de ter me metido nessa bagunça toda. Agatha quebrou o silêncio.
- Por que decidiu me ajudar nesse nível tão extremo, Fran? Nem me conhecia direito. - ela me olhou e eu continuei focado no trânsito.
- Me vi na obrigação de te ajudar, só isso. - falei friamente e suspirei pesado, minhas costas estavam doendo. - Porra, que dor nas costas.
O resto do caminho foi em silêncio, logo chegamos na minha casa que não era nada pequena, dava pra considerar luxuosa. Entramos nela e eu tranquei a porta, em seguida tirando meus sapatos.
- Sabe, Fran... Como decidiu me ajudar a fugir daquele relacionamento, acho que estou te devendo uma recompensa, não? - Agatha se aproximou de mim.
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Los opuestos. -Blas Polidori.
RomanceNeste dark romance melancólico, Blas Polidori tinha um relacionamento tranquilo com a floriculturista Agatha Mendenza. Eles se conheceram em um museu em Buenos Aires, capital da Argentina, onde ambos nasceram. Eram um casal que vivia um romance clic...