Capítulo 6

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Cinco anos atrás...

Selina

Estava de pé ao lado de Tom, reviro os olhos, entediada com a conversa que ele estava tendo com seus amigos. Vejo as meninas da minha escola cochichando entre si, vou até elas, parando bem na frente.

-Do que estão falando? – Pergunto passando a bolsa de uma mão para a outra, mostrando meu desconforto.

-Você veio com o Tom Kaulitz – uma das meninas sussurra.

-O que tem?

-Selina... – Escuto a outra suspirar. – É o Tom Kaulitz, o corredor mais conhecido da Alemanha.

-Ele é um chato isso sim, um mulherengo, nojento.

-Eita, eu diria que isso é amor – faço uma cara de nojo. – Vai, admite, ele com esse dreads fica um gato.

-Ficaria mais bonito com tranças, sabe, aquelas tranças bem pretas – digo olhando pra ele.

-Eu daria tudo pra andar naquele carro, senti as mãos deles mim... – a outra garota fala.

-Não deve ser difícil, com o histórico dele.

-Ne verdade, eu nunca vi ninguém o acompanhando nas corridas, é como se o carro dele fosse sagrado.

Reviro os olhos, cansada do assunto, na verdade tudo que envolvia Tom Kaulitz me cansava. Olho pro lado, vendo um homem, moreno, alto, olhos claros, me encarando, com o seu copo de bebida na mão.

-Meninas, eu já volto. Tem um gato aqui – digo com um sorriso.

-A não, Selina, aquele é o Michel, é um rival da gangue do Tom. Olha, ele estava com uma bandana roxa – ela diz sinalizando para um pano vermelho que Tom tinha colocado na minha saia. – Pessoas daquela gangue não se envolve com a nossa. Por isso Tom te deu a bandana.

-Que bandana? – Pergunto jogando o tecido no chão é indo em direção ao homem. – Ei, eu sou a Selina.

-Selina... – Ele repete com um sorriso malicioso, me olhando de cima a baixo. – Você é nova aqui? – Confirmo com a cabeça. – Bem, seria um prazer te acompanhar nessa noite, o que acha?

-Ah... – Olho em volto, Tom ainda conversava com os amigos dele, sem notar meu sumiço. – Seria um prazer.

Eu estava deitada no capo do carro do desconhecido, o mesmo estava sobre meu corpo, beijando meu pescoço é tentando colocar suas mãos por debaixo da minha saia.

-Não, nada de mão boba.

-Dês de quando a puta do Kaulitz se importa de ser tocada? – Franzo a testa, olhando para o homem.

-Ei, eu não a puta do Kaulitz.

-Bom, vestida desse jeito, com certeza é uma puta.

-Eu não sou uma puta – o cara revira os olhos, forçando a mão pra de baixo da minha saia. – Sai de cima de mim.

Sinto o homem segurar minha nuca é minha cintura, ele me vira de uma vez, fazendo com que meu rosto batesse contra o carro. Gemo de dor quando sinto o homem torce meus braços pra trás, perdendo-os nas minhas costas.

Sinto a mão do homem apalpando minha bunda por debaixo da saia, a mão do mesmo joga minha calcinha pro lado.

-Não, merda, saí de cima de mim – sinto as lagrimas queimarem meu rosto quando o homem passa a mão sobre minha intimidade. Fecho os olhos, tento empurra com toda a força que ainda me restava, mas eu já não tinha mais forças, é estava prestes a perder minha dignidade.

Fecho os olhos com mais força, tentando respira, o peso do homem sobre mim impedia que eu respirasse livremente.

Mas então, sinto o meu corpo ficar mais leve é por impulso caio no chão, arrumando minha saia. Olha pra cima é vejo Tom, ele segurava o homem pelo colarinho é distribuía socos no rosto do mesmo.

-Ela disse não, seu desgraçado – ele grita, socando mais forte o rosto do homem.

-Tom – eu grito. Ele se vira na mesma hora, me olhando no chão.

Ele larga o homem do chão, vindo até mim, ele me segura pelos braços é me ergue do chão. Seu olhar estava cheio de ódio.

-Eu disse pra você não tirar aquela merda daquela bandana – ele aperta mais meu braço, ele olha para meu rosto, as lagrimas rolavam é eu não conseguia forma uma palavra sequer. Ele suspira. – Você tá bem? – Confirmo com a cabeça. – Ótimo, vamos sair daqui.

Tom me puxa pelo braço, em direção ao seu carro. Antes que nós pudemos entrar, escuto o homem chamando por Tom, vejo o mesmo fechar os olhos é respira fundo.

-Merda – ele fala se virando para o homem. – O que você quer Michel? Ainda não aprendeu a lidar com um fora?

-Essa é a vadia da vez? – Ele pergunta se aproximando.

-Gosto de variar – ele fala com simplicidade, eu apenas abaixo a cabeça, sabia que era melhor ficar calada.

-Aposto com você que ganho ela de você. – Arregalo os olhos, olhando pra Tom. – Você me deve uma corrida, Kaulitz.

-O que eu ganho com isso?

-O que? – Murmuro. – Não, Tom, por favor.

-Você fica com meu carro – ele se aproxima de mim, tão próximo que coloca uma de suas mãos em meu rosto. – É eu fico com esse seu avião, o que me diz? – Ele sorri presunçoso para Tom.

Consigo ver Tom fechando as mãos em punho, tentando controlar sua raiva, eu suplicava para ele não aceitar essa aposta, mas eu também sabia que era em vão.

-Tudo bem – ele diz por fim, tentando manter um tom de superioridade.

-Ela vai no meu carro – Michel tentar me puxar pela mão, mas Tom impede.

-Ela ainda é uma das minhas putas, Michel, não se esqueça disso – Tom me puxa pelo braço, abre a porta do passageiro é me joga dentro. – Não saí daí – ele diz de forma seria antes de bater a porta na minha cara.

Eu não estava conseguindo respirar direito, como Tom pode aceitar uma aposta dessas? Ele entra no carro, evitando olhar pra mim.

-O que vai fazer agora? – Pergunto vendo Michel sair com o carro, Tom liga, saindo logo atrás.

-Vamos correr.

-Não, Tom, por favor – novamente sou ignorada. – Tom. – Eu grito.

-O que você quer que eu faça? Merda, Selina.

-Não corra.

-Devia ter pensado nisso antes de tirar aquela merda daquela bandana.

-Mas é se você perde? – Finalmente Tom me olha, ele respira fundo, parando o carro ao lado de Michel, em uma estrada vazia, se não fosse por centenas de pessoas em volta é uma mulher na frente de ambos os carros, segurando uma bandana de cada cor em cada mão.

-Eu já te disse, eu não correria se não fosse pra ganhar.

Assim que Tom fecha a boca, um apito soa, a mulher abaixa as bandanas, o motor do carro range. Sinto meu corpo sendo jogado pra frente quando Tom acelera o carro.

-Segura – ele grita, abrindo as janelas.

Sinto o vento batendo no meu rosto, não consigo evitar de dar um sorriso enquanto meu cabelo é jogado pra frente.

Por um momento, um milésimo de segundo, eu esqueço completamente que essa corrida estava me valendo, valendo minha virgindade. Valendo minha dignidade.


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