3

813 84 29
                                    

O sonserino ficou parado no meio da sala, perplexo. Harry olhou para ele com aqueles olhos cintilantes de cachorrinho que não ajudaram a situação a melhorar.

Severus se perguntou se havia algum feitiço de limpeza. Sua vida seria mais fácil apenas balançando a varinha e tudo ficaria impecável sem uma gota de suor. Ele respirou fundo, controlando sua coragem e aborrecimento, cheirando a roupas úmidas e suadas no ar. Talvez, talvez não houvesse um, o feitiço de limpeza. Então, ele começou a limpar a casa, a sala, a cozinha e o banheiro. Só sobrou o caldeirão suspeito na ilha. Parecia fascinante para ele, com todas aquelas ervas estranhas e partes horríveis de animais.

Obviamente, limpar era cansativo, mas ser babá era pior. Seu filho exigia e chorava por ele a cada hora. Quase não sobrou nada na geladeira para Severus alimentar o menino. O armário não passava de um grande espaço vazio, nem uma única lata de comida instantânea ou macarrão.

Ainda bem que havia pão e cereais no canto do balcão. Não é uma boa escolha para uma criança que precisa de nutrientes essenciais para o crescimento, mas ele espera que isso sirva por enquanto. Depois que James voltasse para casa, ele definitivamente teria uma conversa séria com ele.

Isso o fez se perguntar o que ele fez antes de perder a memória, que tipo de pai ele era.

Limpando a casa de um bruxo sem magia, ele sentiu que ia gritar. O que James estava fazendo o dia todo? Apenas um aceno de sua varinha e tudo poderia ficar limpo. O sonserino sentiu um pouco de espanto e inveja do poder que não poderia possuir.

Mas Harry estava dificultando seu trabalho. Ele parecia uma lesma, uma espécie de caroço que grudou na perna do papai enquanto ele lavava a louça, chorando para o pai brincar com ele.

"Papai, vamos brincar." Harry gritou.

"Dê ao papai um momento para terminar isso. Esta casa está uma bagunça, como podemos viver assim." Severus murmurou a última frase, mais para si mesmo.

"Nãooooo, pwayyyyy." Harry não ouviu, mãos minúsculas puxando suas calças e fazendo beicinho.

O sonserino bufou e puxou a calça larga de James até a cintura e apertou o cinto, um aborrecimento atingindo-o no estômago. Mantendo o ritmo da respiração lentamente, ele tentou argumentar com sua atitude madura que Harry era apenas uma criança que precisava da atenção de seu pai. Era normal para uma criança da idade dele e tudo vai ficar bem.

"Harry, papai precisa trabalhar um pouco. Por que você não vai brincar com o Sr. Unicórnio ali? Ele parece solitário, acho que precisa de um amigo." Severus apontou para o unicórnio fofo no sofá. Foi um alívio não ter sobrado muita coisa para ele limpar.

O Sonserino estava tão exausto. Depois de voltar do St. Mungus, ele não descansou como um paciente recém-saído do hospital deveria descansar. Ainda bem que não havia mais nada a fazer a não ser preparar o jantar, com comida limitada.

Severus sabia que suas habilidades de limpeza não deixavam a casa impecável, mas pelo menos ele trouxe de volta um lugar chamado lar e sua higiene. Haveria muito o que fazer em casa.

"Nããão, por que ninguém quer brincar comigo." Harry soluçou, lágrimas escorrendo por suas bochechas manchadas.

"Por favor, Harry, seja razoável. O que vamos comer se você não me deixar cozinhar? Papai e você estarão morrendo de fome."

"Eu não quero comer! Quero brincar!" A criança irracional gritou.

Severus suspirou, pegando a criança chorando e colocando-a no sofá. Harry estava fazendo birra, gritando e chorando pela atenção de seu pai. Com a magia perigosamente poderosa de seu filho, ninguém tinha ideia de que um bruxo júnior poderia ser capaz de colocar fogo no Sr. Unicórnio.

Eu caí em seus braços esta noite ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora