Capítulo 2

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Bem, hoje é dia de baile e eu não tô disposta a ficar nessa merda de casa por muito tempo. Vou me preparar, ficar bem gostosa pra colar lá no baile e voltar aqui só lá pras quinhentas.

Pego meu celular que já anda quase todo quebrado pra mandar mensagem pra minha best, que a gente é a dupla mais louca desse morro.

Mensagens ON

Rayane-e aí vagabunda. Tem baile hoje tá lembrada? 

Piranha-e eu sou de esquecer baile? Bora meter o louco nessa porra

Rayane-é esse o espírito! Já são 5 da tarde. Quando der 7 eu tô aí  na tua casa pra gente ir junta

Piranha-fechou

Mensagens OFF

Logo tomo meu banho e vou pro meu quarto finalizar meu cabelo. Depois de finalizado passo um creme na pele e vou pro meu pequeno armário procurar uma roupa bem sexy pra usar. Encontro um vestido cor de rosa que comprei num brechó bem baratinho, porém ele é lindo e em mim vai ficar uma gostosura. Visto meu vestido e calço um salto qualquer e saio do quarto indo em direção a porta de saída, até ser interpelada por uma balofa sentada no sofá bebendo cerveja

Vicente-já tá indo fazer putaria né? Sexta-feira é o que você mais gosta-disse meu padrasto

Rayane-se trabalhasse eu até dava atenção pro que fala, mas como é um zé ruela nem ligo-saio e fecho a porta atrás de mim sem nem ligar pro que ele diria. A casa da Bia era na rua a seguir então nem andaria muito até lá. Resolvi fazer a maquiagem lá também.

Bia tem a minha idade também, vive só com a mãe dela aqui no morro. Os pais dela são separados. O pai dela tem melhores condições de vida, porém ela preferiu ficar com a mãe depois da separação deles. Uma mãe que faz de tudo por ela e nunca deixou faltar nada.

Rayane-ô de casa-falo batendo palmas perto do portão que logo aparece

Bia-entra logo que aqui você não é visita-diz e eu entro na casa

Bia-eu só falta fazer a maquiagem-falou

Rayane-ainda bem, porque eu tembém e quem vai fazer é tu-digo imperativa

Bia-folgada do cacete. Senta aí-me sento no banquinho do quarto dela e ela começa a fazer minha maquiagem.

Ela fez a dela que também demorou um bom tempo e assim a gente seguiu pro baile. Já eram 8 da noite e a música já soava bem alto.

Chegamos lá e Bia já foi puxada pelo Rafael, um ficante dela daqui. Os dois sumiram e eu fiquei sobrando. Dancei na pista por um tempo até que Edu, um dos meus ficantes apareceu. Depois de uns beijos que demos, vocês já sabem como tudo acaba.

Depois de 5 horas aqui no baile já havia dado 1 da manhã e eu tava só o caco. Uma dor de cabeça de merda e resolvi ir pra casa. Andei até casa morta de cansaço e com o salto na mão, abri a porta encontrando ainda meu padrasto sentado no sofá.

Vicente-sua vagabunda!-jogou uma garrafa de cerveja na minha direção, mas falhou porque ele tava bêbado e foi difícil acertar a mira

Rayane-vai procurar o que fazer-falei tentando passar por ele mas ele me segurou e me jogou no chão. Meu corpo caiu em direção aos cacos e eu cortei minha perna

Vicente-você acha que uma mulher deveria agir assim? Você deveria estar trabalhando pra colocar algo pra eu comer na mesa-gritou

Rayane-cale a merda da boca-digo-o macho não é você? Hein? Quem deveria fazer isso é você! Como chefe de família-grito

Vicente-eu? Porquê eu? Se o seu próprio pai cansou de fazer isso e meteu o pé-diz-eu não vou cuidar do bastardo que outro vagabundo deixou por aí!-diz e minha mãe aparece na sala

Rayane-é hoje-digo me levantando e secando minhas lágrimas

Ivete-é hoje oquê minha filha?-perguntou preocupada

Rayane-é hoje que eu vou embora dessa casa-digo-e nem adianta me segurar mãe-digo

Ivete-não faz isso minha filha-diz 

Rayane-eu só cansei, mãe-disse-mas um dia se você quiser mudar de vida e deixar esse traste, eu vou te receber de braços abertos-disse me dirigindo ao meu quarto.

Peguei numa mala que já até tava sem uma roda, coloquei algumas roupas e numa mochila fiz a mesma coisa. Numa sacola de mercado coloquei meus calçados que não eram grande coisa e fui pra porta de casa. Olhei pra minha mãe que só chorava no sofá e pro meu padrasto que já tinha dormido no chão da sala de tão bêbado e saí de casa.



(Vestido na mídia)

FELCA: Felizes, Embora Lutando Contra a AnsiedadeOnde histórias criam vida. Descubra agora