6- Fantasma

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Quando eu abri os olhos depois de ter caido, eu pensei que eu estaria no vazio, ou em cima das nuvens talvez?
Não sei, qualquer coisa que digam que acontece depois da morte, eu jurava que aconteceria.

Mas no final eu só acordei em um lugar totalmente branco. Como se eu estivesse em uma caixa vazia.

Andei por lá por muito tempo, totalmente perdida. Eu já sabia que estava morta, eu só tinha medo do que eu poderia encontrar em um lugar tão estranho.
Por algum motivo, aquilo era tudo que eu não conseguia imaginar.
Por que eu não sentia meu corpo. Eu não sentia minhas pernas se mexerem enquanto eu andava por todos os lados daquele lugar. Por mais que eu tivesse um corpo.
Não era quente, e nem frio. Não tinha vento. Realmente um grande nada que não me dava nenhum sentimento ou sensação humana.

Me senti literalmente como um fantasma.
Não que eu não seja um hoje em dia, Mas eu me sinto bem mais humana do que naquele tempo.

Parecia que tinha se passado anos enquanto eu estava lá, mas essa sensação parou depois que eu vi alguém familiar, também perdido por alí.

Estranhamente era o pai da CryBaby.

- Sr. Adam? O que o senhor tá fazendo aqui? - Minha voz ecoava pelo lugar.

- Eu que te pergunto. O que VOCÊ está fazendo aqui? A quanto tempo você chegou?

- Não sei, parece que já se passou anos... Você não estava trabalhando?

- Ah, Pequena Angelita, não sei se você vai entender. Mas aconteceu um problema com o meu carro enquanto vocês estavam indo para a casa na árvore.

- Bom, se você está aqui... - Sinto como se meu corpo estivesse suando frio, estranhamente essa era a única coisa que eu conseguia sentir naquele momento, Mas logo eu percebo o que tinha acontecido. - Ah... Você morreu?...

- Sim. Sofri um acidente de carro.

- Pode me dizer o que aconteceu Sr. Adam?

- Bem... Foi bem rápido e simples, não tenho muito o que dizer.
Eu sai com o carro, e tinha um cara bêbado dirigindo um caminhão.
Em um certo momento, ele virou o caminhão pro meu lado, e meu carro capotou.

- Sério?!

- Sim, fiquei preso no carro, e estava vazando gasolina. E então o carro pegou fogo.

Me contorci inteira por dentro naquele momento só de imaginar a dor dele.

- Ah caramba... A Cryzinha já sabe?

- Não, e eu queria que ninguém a contasse sobre isso. Mas enfim, eu não quero agir como se você estando aqui fosse algo normal... Então, o que aconteceu com você?

Eu não sinto que ele é o mesmo que eu conhecia. Parece que ele está aqui a muito mais tempo que eu. Se estivéssemos vivos na vida real, ele simplesmente estaria entrando em panico.

- Ah, eu caí de um penhasco... Longa história.

- Imaginei que você iria me contar a história dessa maneira. Eu já sei o que aconteceu com você. Só queria saber como você me contaria isso.
Enfim, Você pode me fazer um favor?

- Ah... Ta bom, o que é?

- Volta para a terra e cuida da CryBaby para mim. Faça ela feliz novamente.

Bom, parece uma boa ideia. É só fazer ela rir e então eu volto... Né?

- Tudo bem! Como eu volto?

Ele pega na minha mão, e me leva para uma porta branca, que nem se eu andasse por milênios de anos eu descobriria.

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