FOUR

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  — Bonjour, petit frère – Abro um sorriso sarcástico assim que a porta é aberta.

  E assim que ele me vê, a porta é fechada novamente, porém eu coloco meu pé na frente antes.

  — É assim que você vai me receber na sua nova casa? – Coloco a mão no peito, fingindo estar magoado. – Isso machuca meus sentimentos, Bernard.

  — Eu sei o que você quer e você sabe a minha resposta, então vai embora logo e poupe sua saliva! – Ele brada ainda segurando a porta contra mim.

  — Eu tento ser legal mas você não colabora, não é mesmo? – Reviro os olhos e então empurro a porta com força, fazendo meu irmão cambalear para trás quase caindo. – Vamos resolver essa merda logo, larguei um monte de coisas importantes na França para vir aqui buscar o meu irmão mimadinho que resolveu voltar a ser um adolescente rebelde e fugir de casa!

  — Se tem tanta coisa importante em casa por quê não volta pra lá e me deixa em paz aqui? – Ele estufa o peito, me desafiando.

  — Porque eu ainda sou seu irmão mais velho e me preocupo com a porra do seu bem estar! – Exclamo sentindo meu sangue esquentar. – O que caralhos passou pela sua cabeça para fugir assim? Pra outro país, cacete!

  — O que passou pela minha cabeça é que eu cansei de ser mais uma marionete nas mãos de notre père², quero viver minha vida, pensar em mim e não no que ele acha ou vai fazer sobre as minhas escolhas! – Seu tom de voz agora é mais baixo, porém ainda sinto a ira em cada palavra. – Minha vida toda eu só fiz o que o nosso pai achou que era certo, deixei de fazer amizades, de entrar em relacionamentos, de sair para festas tudo por causa dele! Eu cansei! Não quero viver esse lixo que você chama de vida.

  — Bernard, seja racional, porra! – Me aproximo mais do meu irmão. – O nosso pai fez isso pelo seu próprio bem, olha a vida que vivemos, olha o que fazemos! Sua vida não é normal e nunca vai ser! É tudo pela sua segurança!

  — É tudo pelo império do nosso pai, Martin! Não tem nada a ver comigo ou com você, ou com que porra você ache que seja. – Ele grita, me fazendo recuar. – É tudo pelo poder! Pelo poder que ele tem e quer ter. Se você resolveu aceitar tudo que te dão ou ordenam de bom grado o problema é todo seu, mas eu não quero fazer parte disso.

  Respiro fundo, tentando manter a calma que eu não tinha e não quebrar todas as coisas daquele quarto minúsculo. Me jogo na cama que havia ali e encaro a parede, medindo as minhas próximas palavras.

  — Nós não temos escolha, Bernard. – Trinco meu maxilar. – Está no nossos sangue há séculos, é nosso destino. Nascemos, crescemos e morreremos dentro da Unione Corse, querendo ou não.

Di Fontana - Caixa De PandoraOnde histórias criam vida. Descubra agora