Você Acredita em Alienígenas?

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Eu realmente não sei como começar esse relato ou se você vai acreditar em mim. No entanto, preciso dividir com alguém o tormento que venho passando ou vou acabar enlouquecendo.

Eu moro em uma fazenda com meus pais idosos. Sempre ajudo eles em tudo o que posso, como alimentar os animais, tirar leite das vacas e cuidar das plantações. O trabalho na fazenda é exaustivo, e começa cedo, antes do galo cantar. E, como temos energia elétrica, pode continuar até depois do pôr do sol.

Nossa cidadezinha sempre foi muito tranquila, com poucas casas, apenas uma igreja e uma praça. Mas como qualquer cidade do interior, há algumas lendas que circulam pela região. Objetos voadores, luzes fortes, círculos nos milharais, desaparecimento de animais...
Até nove meses atrás, eu achava que eram apenas boatos. Mas alguns acontecimentos mudaram minha opinião.

Era fim de tarde e eu estava colhendo milho. Algo completamente habitual para a época do ano. Meu pai estava comigo, mas sentiu-se cansado e foi em direção a nossa casa. Nosso milharal tem um tamanho considerável, por isso logo o perdi de vista.

Pouco tempo depois ouvi meu pai chamar meu nome. Só que o som vinha da direção oposta a que ele se dirigiu.
Tentei ignorar, pensando ser algum corvo, mas a voz foi se tornando cada vez mais alta e desesperada.
Larguei o cesto de milho no chão e caminhei cautelosamente em direção ao som, me entranhando mais fundo na plantação.
A essa altura, a luz do sol começava a ser substituída pelas estrelas e pelo brilho de uma lua cheia.

Após vários minutos, cheguei em uma grande clareira. Um círculo perfeito que não deveria estar alí, no meio do milharal. E no centro havia um enorme objeto redondo e metálico, que flutuava a um metro do chão, como uma espécie de nave. O som vinha dali. De repente, uma porta se abriu se transformando numa escada e duas criaturas desceram até o chão de terra. Elas eram horríveis, com cabeças enormes, o corpo magro e retorcido, sem roupas, a pele exposta parecia estar apodrecendo.

Isso foi tudo o que vi antes de começar a correr para fora do milharal como se minha vida dependesse disso.
Minha respiração falhando, o coração doendo com o esforço, mas eu não podia parar porque sabia que estavam me seguindo. Eu ouvia seus passos vindo atrás de mim e dos lados e de todas as direções. Ouvia eles chamando meu nome, as vozes se misturando como uma melodia distorcida.

A plantação parecia interminável ou talvez eu só estivesse apavorada. Quando eu cheguei até o velho espantalho na entrada do milharal, derramei lágrimas de alívio. Eu estava quase lá, só precisava seguir em frente. Mas os passos continuavam se aproximando.
Continuei correndo sem parar, sem pensar. Até que pisei em falso, numa toca de coelho. Minhas pernas falharam e cai batendo a cabeça numa pedra.
Então eles chegaram até mim. Seus olhos eram completamente brancos e foram a última coisa que eu vi antes de desmaiar.

Eu acordei numa sala branca que parecia um quarto de hospital muito moderno e tecnológico. Deitada em uma mesa, nua e com aparelhos conectados as minhas veias.
E eu não estava sozinha, as criaturas que me capturaram estavam a minha volta e havia mais delas. Elas pareciam conversar entre si num idioma desconhecido pra mim. Eles estendiam sua mãos longas e frias e pareciam fazer exames e tirar medidas do meu corpo.

Eu queria levantar e fugir, mas meu corpo não respondia meus comandos. Assisti tudo paralisada, não sei se pelo medo ou por algum remédio ou tecnologia deles.
Então eles se afastaram, e eu pensei que tivesse acabado, até que um deles se aproximou novamente segurando uma seringa cheia com um líquido espesso e esbranquiçado. Ele abriu minhas pernas e injetou a substância.

Nada que eu diga vai ser capaz de descrever o pânico que eu sentia naquele momento. Eu não conseguiria, nem se a minha vida dependesse disso. Foi muito pior do que qualquer pesadelo, qualquer medo ou desespero que eu já havia sentido na vida. Eu não conhecia o medo de verdade até aquele momento, tudo parecia pálido em comparação.

20 Contos de Terror (Pior que a Morte)Onde histórias criam vida. Descubra agora