VII- Liberdade

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                            ꧁☆​☆​☆​ ꧂

   O dia seguinte surgiu com aquela chuvinha bem grossa, mas isso não impediu que Alice fosse até a prisão buscar seu filho querido.
    Arthur estava sentado na sua cama, os detentos haviam acordado há muito tempo, mas só eram levados para tomar aquele café horrível a partir das sete da manhã.
    O jovem seria liberto lá para as oito horas, mas enquanto isso ele deveria esperar a sua soltura.

   __ Que bom que você vai sair desse inferno garotão. __ Disse Bruno na cama da frente.

  __ Se eu pudesse fazer algo para você daqui também. __ Arthur falou triste.

  __ Você sabe que minha vida lá fora corre mais perigo.

  __ É... eu sei.__ Arthur o olhava ainda com profunda tristeza.

   Bruno levantou da sua cama indo sentar novamente ao lado do garoto e envolveu o braço sobre o ombro dele.

  __ Cuidado lá fora garotão. Seu inimigo é mais astuto do que você pensa.
 
    Arthur Mitra não respondeu, sabia que Brunão falava do Senhor Ferraz, o detento retornou a sua cama e levantou o colchão pegando de baixo a mesma faca da noite anterior.

  __ Meu Deus! O quê é isso Brunão?__ Arthur falou assustado.

   O homem não deixou que Arthur tocasse no objeto, mas mostrou à ele que na faca existia duas letras gravadas "ff".

  __ Fabrício Ferraz.__ O homem acrescentou.

  __ Por que você está com a faca do Senhor Ferraz?.__ Arthur perguntou curioso.

  __ Antes de você ser preso, este Senhor quando veio te denunciar, por acaso topou comigo no pátio e me fez uma proposta. Se eu matasse você ele me daria muita grana, Arthur. E ele me deu essa faca dourada.

   Arthur logo ficou branco como um papel, se fosse para ele morrer, ele teria morrido durante todo aquele tempo.

  __ Você tem que entregar essa faca ao delegado e...

  __ Arthur.__ Interrompeu o homem.__ Eu peço que não conte nada, essa faca será a minha saída do Brasil.

   O jovem logo percebeu, Bruno com certeza ia dar um jeito de fugir da prisão e vender a faca por um excelente dinheiro e fugir do Brasil; por isso prometeu não contar para ninguém.
   Depois de esconder a faca novamente, alguns minutos depois os presos foram para o refeitório, lá Arthur e Bruno comeram em uma mesa separados dos outros. O garoto não entendia o porquê Bruno além de ter uma cela só para si, também sempre comia separados dos outros detentos. Vendo que Arthur desconfiava, mas não ousava perguntar nada, Bruno falou:

  __ Eu sei que você está pensando porque estamos separados né?

  __ Eu confesso que estou curioso mesmo.__ Arthur lhe respondeu.

  __ Vou te contar, mas não fique com medo de mim.

  __ Po...de con..tar...__ Gaguejou o jovem.

  __ Quando eu cheguei aqui, eu fui completamente humilhado e maltratado pelo o pior chefe da prisão, ele também era excluido por ser o pior dentre todos. Mas de tanto sofrer resolvi revidar e para minha sorte quase matei ele. Fui trancafiado na solitária por um bom tempo. O homem foi transferido e eu fui posto como entre o mais perigoso.  Todos têm medo de mim e por isso me isolam.

    Brunão olhou para Arthur que estava com uma expressão de espanto e falou em seguida:

  __ Se você foi colocado junto comigo na cela, seu inimigo pagou muito bem para você morrer aqui dentro. E por isso te digo para tomar muito cuidado com esse homem.

  __ Obrigado.__ Agradeceu Arthur. __ Muito obrigado mesmo Brunão.

  __ Você teve sorte de eu ter ido com a sua cara garotão. __ E o homem sorriu abraçando fortemente o garoto.

  __ Arthur Mitra, vem aqui.__ Era a voz do guarda.

  __ Eu tenho que ir, espero poder te encontrar novamente.

  __ Muitíssimo improvável garotão.  Vai na fé.__ O homem falou por fim.

   O jovem deu mais um abraço naquele detento de despedida e seguiu o policial. Ele encontrou sua mãe que estava muito feliz ao ver o filho. Depois de receber seus pertences, o garoto acompanhou a mãe até sua casa.
    Arthur nunca pensou que ia sentir tanta falta assim da casa velha que pertencera ao seu avô, mas agora felizmente ele estava de volta ao seu lar, passar algumas horas trancafiado fez ele dar mais valor nas coisas que tinha.
    Adentrou a casa e foi recebido com o forte abraço de Jamico Mitra que quase não solta mais o irmão.

  __ Calma aí pivete, deixa eu respirar.__ Brincou o irmão mais velho.

  Larissa que não era muito chegada em abraços, apenas deu um murro no braço de Arthur.

  __ Senti a sua falta bundão.

  __ Também senti a sua bundona.

   Os dois riram bastante, Alice estava tão feliz vendo os três filhos sorrindo naquela ocasião.
    Porém, um tanto longe dali, Fabrício Ferraz em sua empresa recebe a visita inesperada de Sebastião, amigo de sua filha.

   __ Bom dia Senhor Ferraz, O Senhor já está sabendo?.__ Falou o Jovem.

   __ Sabendo de quê?__ Perguntou o homem arrumando os papéis na mesa.__ O que você quer garoto?

   __ Vim lhe trazer uma novidade. __ Disse Sebastião.

   __ Sobre a Sophia? Ela já voltou?

   __ Não Senhor. Vim lhe dizer que o Arthur saiu da cadeia.__ Avisou o jovem.

     O homem então soltou os papéis que foram espalhados pelo o chão.

   __ Maldito! Obrigado tá Sebastião, você estragou meu dia.__ Ele ironizou.

   __ Devemos mandar ele de volta para lá.__ Falou o garoto decidido.

   __ Quero que você fique de olho nesse garoto. Mas tarde quando eu sair daqui ele vai desejar nunca ter conhecido a minha filha.

     Sebastião então saiu dali deixando o homem em um estado de fúria. Na casa de Arthur Mitra, depois de ter comido alguma coisa, o jovem subiu para o seu quarto. Ele viu sobre a cama uma carta endereçada ao garoto, talvez Larissa que levara para lá. Ele então abriu.

  " Sou eu meu amor, não posso mandar mensagens pelo o celular porque preferi não trazê-lo. Me encontre neste endereço.

   
Rua Magnólia Portugal
  Umas duas quadras da última cada da rua, siga uma passagem até a antiga fábrica.

    Estou a sua espera.

   De sua amada. Sophia Ferraz. "

    Arthur sentiu o coração pular,  escondeu a carta em um lugar seguro e falou para si.

   __ Vou te encontrar minha querida.

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  Olá. Obrigado por ler este capítulo, muitas aventuras lhe aguarda pela a frente. Mais se você realmente gostou, peço por favor que possa curtir e comentar.

   
  
    

Arthur e SophiaOnde histórias criam vida. Descubra agora