Amélia Lucy Muller
Uma vez Schopenhauer disse que "o destino é cruel e os homens são dignos de compaixão", e eu mais que ninguém acreditava que isso era verdade, principalmente se considerar tudo que passei até o atual momento
Nadei por águas que continham ossos humanos, quase fui sufocada, perdi minha liberdade, meu trabalho, meus sonhos e me apaixonei pela pessoa que jamais pensaria no mínimo gostar, talvez o destino na verdade estivesse me fazendo de palhaça
Era extremamente esquisito pensar que nossa vida toda planejada e arquitetada para seguir de um modo, pode sair do controle em segundos e se tornar o maior caos já existente
E com isso você acaba constatando que o destino é uma menina má que quando quer ser cruel, acaba se tornando seu maior pesadelo, independente do que fosse dito, conseguia constatar isso cada vez mais, principalmente nesse momento
Charles estava abraçado a meu corpo, ele estava inclinado, pois era mais alto que eu, e sua cabeça estava deitada em meu peito como se nada mais naquele mundo importasse
A água escorria por nossos corpos nus, não havia luxúria, havia cuidado, e principalmente a demonstração de que sempre estaremos juntos independente da situação, pois abandoná-lo deixou de ser uma opção
Eu o conheci a três meses, mas sinto que o conheço de uma vida toda, como se estivesse o encontrando após outros momentos, vidas ou possíveis existências, sinto uma conexão mais que emocional
Minhas mãos despontam na sua cabeça em forma de um carinho, tentando ao máximo acalmá-lo, pois pela primeira vez eu estou vendo uma face de Charles Leclerc que jamais pensei existir
Talvez ninguém saiba que exista...
Depois que o encontrei em uma crise de pânico naquela sala eu senti como se meu chão tivesse caído, pois eu o vi destruído e chorando, carregando uma culpa que não pertence a ele, e principalmente deixando essa culpa machucá-lo cada dia mais durante esses anos
Suas mãos estavam furadas e as juntas dos dedos estavam roxas, como se ele estivesse batendo ou socando algo durante toda essa manhã
Tive que acalmá-lo, conversei com ele e tentei o máximo que pude fazer ele respirar fundo e tentar ao menos hoje parar de se culpar por algo que não cabia a ele decidir se aconteceria ou não
Depois de quase uma hora abraçada a seu corpo eu finalmente o convenci a tomar um banho, porém no meio dele Charles me abraçou e começou a chorar novamente, demonstrando sua confiança em mim, pois todos achavam que ele era sem alma e que não sentia nada por ninguém, sendo alguém extremamente frio, assim como eu já julgei ser, porém o vendo fraco desse jeito, eu sabia que isso era mentira, que não passava de um grande teatro, criado para sua própria proteção
Charles perdeu a mãe cedo demais, era uma criança, não entendia da maldade presente neste mundo, e mesmo que entendesse, não saberia como ela é grande, igual sabe hoje, porque talvez ele tenha descoberto da pior forma possível
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forgive darling
FanfictionAmélia Lucy Muller é uma brasileira formada em jornalismo investigativo e apaixonada por jornalismo esportivo, no auge de sua carreira com 21 anos ganha a oportunidade que pensa ser a de sua vida "fazer a cobertura do Gran prix da Espanha 2021" rep...