IV - Jantar e Perguntas

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Jimin,

Dessa vez, não foi minha maldita insônia que me fez acordar. Chovia lá fora uma vez que ainda era madrugada e nem mesmo o sol se encontrava no céu.

Batidas na porta chamavam minha atenção, deveria abri-la? Não. Não estou afim de morrer hoje.

Volto a fechar os olhos na esperança de conseguir ignorar o barulho das batidas que ecoava pelo cômodo cada vez mais fortes, como se fossem derrubar a porta. Porém as batidas não param, e cansado daquela barulheira resolvo ir de encontro a quem quer que seja que esteja batendo desesperadamente em minha porta.
Me sento sobre o colchão e logo calço meus chinelos, não arriscando ficar descalço pois minha imunidade é baixa e não seria bom pegar um resfriado justo agora.

Fico frente a frente com o local de onde saiam as várias batidas altas e desesperadas, tomando coragem para abri-la e torcendo para que não seja um morador ensanguentado pedindo por socorro. Seria como viver um filme de terror.

Sem mais enrolação, abro a porta tirando coragem do cu e no mesmo instante as batidas se cessam. Procuro pelo dono ou dona das batidas, mas não encontro nenhum vestígio, nem mesmo de que alguém passou por ali. Procuro um pouco mais e, ao olhar para o batente da porta, observo uma carta com um selo vermelho, que continha uma pequena flor branca em meio a ele. Vou em direção a ela, que logo está em minhas mãos. Em seu envelope, havia uma letra bonita e delicada, com o destinatário sendo ninguém menos do que: Eu."

Quem ainda manda cartas hoje em dia? Foda-se, acho fofo.

Adentro o quarto novamente, logo depois fechando a porta atrás de mim. Não tinha remetente, apenas meu nome em seu conteúdo. Minha ansiedade ataca novamente; sabia que não conseguiria esperar até o amanhecer para lê-la. Vou em direção ao meu celular, que estava ao lado do colchão carregando, e ligo seu flash para então começar a ler o que estaria escrito naquela carta.

Meu coração errou as batidas por um instante.

"Querido Jimin, sei que algumas coisas ficaram mal esclarecidas entre nós, e gostaria de tirar suas dívidas quanto ao que viu no porão de minha casa.

Quero convidá-lo para um jantar hoje à noite, comeremos e logo após iremos nos sentar e conversar. Permitirei que pergunte o que quiser, desde que sua pergunta tenha realmente uma resposta por minha parte. Samael não gosta destas coisas, então somente nos acompanhará no jantar.

Se queiser vir antes por causa do tédio, farei questão de lhe entreter a tarde toda. E se gostar de livros, lhe ofereço uma tarde em minha biblioteca, aposto que gostará de embarcar em um mundo que não seja este.

E por favor, venha sozinho! Não quero aquele seu namoradinho bisbilhotando minha casa, Samael me mataria e em seguida á vocês dois. Pouco me importa por ele, mas não quero que ninguém morra pelas mãos de meu amigo.

Qualquer dúvida que tiver iremos tirar a limpo hoje no jantar. Farei algo que a maioria das pessoas gosta de comer para não ter erro. Aguardo você loirinho.

Com carinho, Jungkook."

Não posso acreditar. O que faria ele me convidar para um jantar? Usar a desculpa do porão para isso soa meio suspeito. Até porquê, ontem ele parecia me querer fora de sua casa tanto quanto o tal Samael.

Não posso evitar sorrir ao reler a carta e fixar meus olhos na frase "Querido Jimin". Posso até ouvir sua voz em meu ouvido pronunciando essas palavras, o que me faz arrepiar da cabeça aos pés. É inegável que Jungkook é um homem encantador.

Lua Azul | ABO JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora