Capítulo 2: O Golem e a raposa

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Após ficarem comemorando por horas, o povo da vila Fungus vai descansar em suas casas, Rosa e seu filho estavam muito agradecidos pelo cavaleiro salvar eles, porém rosa havia percebido uma coisa estranha nele, ela se aproxima de Trevo e diz:

- Trevo, esse rapaz tem bom coração, mas ele não é normal, eu vi toda a luta, mesmo se ele fosse um bruxo, não teria como sobreviver com esses ferimentos, eu senti a presença do vazio nele.

Trevo também havia percebido que o cavaleiro não era alguém comum, porém para Trevo, aquilo não importava de nada, o cavaleiro havia salvado a vila, sua filha, Rosa e até o próprio Trevo.

- Idai? Aquele gajo é um herói, ele tem meu respeito.

Trevo e Rosa ficam bebendo no bar.

No telhado do bar, o cavaleiro estava sentado contemplando o sol nascer, era a primeira vez que ele viu aquilo, seus olhos até demonstraram um certo brilho, ele nota a presença de uma raposa ao seu lado, ela olha sentada para o cavaleiro enquanto vira a cabeça pro lado.

O cavaleiro decide se aproximar da raposa mas ela começa a correr, o cavaleiro decide perseguir ela, ele corre atrás dela mas ela havia desaparecido ao entrar na floresta, o cavaleiro olha para a floresta e decide deixar a raposa para lá, ele escuta a voz de Eva gritar:

- Você está aí!!! Te procurei a um tempão já!!

Eva se aproxima do cavaleiro que ao olhar para ela, percebe que ela estava usando uma bolsa de viajem, o cavaleiro não entende aquela atitude.

- será que você deixaria eu viajar com você? Eu sei que você não é muito do tipo de falar mas... Eu queria saber... Aprender como se luta igual a você, aprender a vencer todos os meus inimigos, proteger os que precisam!!!

O cavaleiro olha para a garota, ele não demonstrava ser contra a ideia de levar ela, ele começa a caminhar em direção ao bar novamente.

- Já sei, vai pedir permissão para o meu pai, né? Aposto que o velho não vai deixar.

Eva vai com o cavaleiro até o bar e vê Trevo e Rosa no balcão enquanto os outros moradores estão saindo do bar para suas casas.

- Pai, não fica puto, eu queria perguntar para o senhor ... Se assim ... Na sua bondade máxima, no seu bom humor, nessa feição de felicidade e gentileza, será que assim, o senhor me deixaria ir com o cavaleiro?

Eva fala com Trevo de forma meio desajeitada, ela já esperava que o pai recusasse seu pedido.

- Estás a ficar louca? Este gajo tem mais o que fazer do que cuidar de uma desajeitada igual tu!!

Diz Trevo enquanto bate seu copo de bebida na mesa.

- Porra pai, ele não se incomoda de eu ir com ele, deixa vai, por favor, eu completei minha maioridade, eu posso cuidar de mim mesma.
Diz Eva enquanto põe as mãos no balcão.

O cavaleiro observa aquela discussão e uma lembrança bate na sua cabeça, era aquela silhueta feminina de sua antiga lembrança, era um elfa da noite, sua pele era morena e seus cabelos cacheados, seus olhos eram pretos e suas orelhas pontiagudas e ela usava uma roupa de guerreira preta, parecida com uma roupa de assassino ou de um ninja com armadura.
Ao lado dela, aquela figura grande e humanoide com características de cogumelo, eles estavam discutindo sobre a impaciência da elfa.

- Seu balofo idiota, EU SEI ME CUIDAR, NÃO PRECISO DE UM GUARDA COSTAS O TEMPO TODO!!!

- Você é muito irresponsável, VOCÊ SALTOU DE UMA MONTANHA E QUASE MORREU!! SE EU NÃO TIVESSE LÁ VOCÊ IRIA MORRER!!

A lembrança corta e o cavaleiro se aproxima de Trevo e Eva, ele põe a mão no ombro de Eva e faz um gesto para ela se acalmar.

- Se acalme Trevo, já está na hora de Eva crescer e caminhar com as próprias pernas, pelo menos ela estará ao lado de um herói.

Diz Rosa com uma cara de tranquilidade.

- Acho que tens razão Rosa, mas ela ainda é muito jovem, mal sabe lutar e ainda é irresponsável.
Diz Trevo enquanto põe a mão na cabeça.

- Eita pai, o senhor se preocupa muito, eu vou ficar bem, já até arrumei minha mala, deixa eu ir vai!!

Diz Eva com uma cara ansiosa.

Trevo olha para o cavaleiro e diz:
- Gajo, se tu não te incomodas de levar minha pequena contigo, tudo bem, proteja ela com tua vida, esta pequena é meu bem mais precioso.

O cavaleiro apenas olha para Trevo e põe a mão com punho fechado em seu próprio peito e abaixa a cabeça como um aceno.

Eva fica feliz com a permissão de seu pai, eles então passam mais um tempo no bar para se despedirem melhor, perto das 9:00 da manhã o cavaleiro e Eva iriam embora.

Com lágrimas nos olhos, Trevo diz:

-Volte para me visitar depois, te amo pequena.

Diz Trevo com lágrimas nos olhos

- Voltarei e dessa vez sem nenhum grupo de elfos tentando me matar.

Diz Eva com lágrimas nos olhos abraçando seu pai.

Enquanto isso acontecia, Rosa chega no cavaleiro e diz:

- Eu senti o que você é, você não é um humano, mas também não é um monstro, eu sinto o poder do Vazio em você, você é especial.

Após dizer isso, o cavaleiro começa a caminhar para a direção do norte, Eva o acompanha e eles acenam de longe para Trevo e Rosa.

Enquanto eles caminham para o norte, o cavaleiro nota aquela raposa novamente mais a frente, ele começa a correr na direção dela e salta para agarrá-la.
A raposa pula e o cavaleiro cai de cara no chão, a raposa senta em cima do cavaleiro e Eva ri e logo em seguida diz:

- Você não consegue pegar uma raposa? Haha acho que você não é tão habilidoso como eu achei.

Ela se aproxima da raposa e começa a fazer um afago nela, a raposa sai de cima do cavaleiro que se senta no chão e também faz um pequeno afago nela.

- Acho que ela gostou de você, vamos dar um nome para ela, que tal ... Nina?

O cavaleiro acena com a cabeça negando esse nome.
- Laranjinha? Fiona? Lotus? Amena? Princesa?

O cavaleiro nega todos os nomes.

- A sei lá, foxy?

O cavaleiro demonstra gostar desse nome.

- Sabe lutar perfeitamente mas não sabe dar um nome descente para um animal, vamos andando, talvez ela nos siga.

Eles começam a caminhar em direção ao norte e a raposa começa a segui-los por um tempo.

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