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Ohana


Sempre escutei dizer que ser mãe era uma dádiva, um sentimento único, um amor inexplicável e tão grande que mal cabia no peito, e nesses anos eu estava provando disso. Lara, era de longe o meu maior presente, um pedaço de mim. Olhando para ela toda saltitante por finalmente ter chegado o "aniversário do coelhinho" como ela gostava de dizer, fazia um sorriso enorme rasgar os meus lábios, fazendo o mesmo doer.

A menininha corria atrás de flora no quintal, enquanto Bob (o pato) parecia assustado debaixo da jabuticabeira. O dia ensolarado colaborava muito para um domingo de páscoa feliz. Lara, vestia uma jardineira azul, e uma camiseta rosa por baixo, e uma máscara de coelho no rosto, qual ela tinha feito na escolinha sexta-feira.

Acabei rindo sozinha ao me lembrar do dia que ela começou a andar, foi tão engraçado e inesperado por todos nós.

Flashback;

O dia na cidade estava ainda mais fria que o normal por ser o mês de novembro, neve forrava o lado de fora de Nova York. Enquanto Larissa fazia chocolate quente, eu e minha sogra conversávamos na sala sobre política, estávamos na época de eleições, e trocavamos opiniões sobre isso, mesmo que votamos em países diferentes, porém Dona Machado era uma mulher que sabia de tudo e se interessava por política seja de seu país ou não.

- Aqui está o seu. -Larissa estendeu a caneca fulminante em direção a mãe, e o seu
amor e depois a outra na minha.

-Obrigada! -lhe roubei um selinho. Olhei para Lara, essa que estava sentada no tapete felpudo rodeada de bonecos enquanto comia um biscoito polvilho (que ela amava por ser macio).

- Eu amo tanto Nova York, é um país lindo, esse clima frio, deixa tudo tão nostálgico. Dá uma vontade de namorar, ficar abraçadinhos na cama depois de um banho quente. -Lilian dizia com nostalgia olhando para o vidro da porta de correr.

- Eu ainda me pergunto o porque da senhora ainda não namorar minha sogra. Uma mulher bonita, simpática, bem sucedida como a senhora. - Disse eu me acomodando nos braços da minha esposa.

- Não sei, tenho os meus rolos, mas nunca encontrei a pessoa certa sabe, querida? O cara que faz meu estômago se agitar, a ansiedade atacar com vontade de vê-lo. -a mesma solta um suspiro nos fitando por trás de sua caneca -Quando Larissa era menor, minha vida todinha era por ela, depois que ela saiu debaixo de minhas asas pensei que iria deixar de ser a mãe grudenta, mas quem disse que eu consigo?! -sorriu. -agora sou mãe grudenta, sogra grudenta, e vovó grudenta. -brincou nos fazer rir.

- Nós amamos esse grudinho todo, mãe, e a senhora sabe que por mim poderia pegar suas coisas e se mudar pra cá de vez. Íamos adorar te ter por perto todos os dias. -Larissa me apertou mais contra seu corpo, e beijou minha bochecha.

-Com certeza sogra. Pelo bairro tem uns senhores bem charmosos que poderíamos te apresentar. -pisquei a deixando animada.

- Antes de tudo, esses senhores teriam que passar por minha supervisão, se.. levantou o dedo, Eu achar que merece o amor da minha mãe, eu passo para uma segunda fase.

Acabamos rindo. Conversa vai, conversa vem, Lara soltou um gritinho de repente ganhando a nossa atenção, quando olhamos para a bebê de um ano e dois meses recém feitos, ela estava em pé segurando no pelo cor de mel de flora a puxando, mas o que mesmo nos fez rir foi ver a cachorra com o biscoito da bebê na boca, Flora andava e Lara não a soltava. Deixamos para ver no que iria dar aquilo, mas nos mantemos atenta para se o pior viesse. Em uma distração da menina, flora escapou de seus pequenos dedinhos, e Lara sendo persistente começou a ir atrás da cachorro dando assustados passinhos curtos.

I Love My Best Friends - Segunda Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora