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- Não quelo que você vai Mamãezinha. -Lara pediu com a voz embargada vendo sua mãe Larissa colocar algumas roupas dentro da mala aberta em cima da cama.

-Meu bebê vai ser rapidinho. Logo logo a mamãe tá de volta. -Explicou a Ruiva bagunçando os cabelos de sua filha. -me promete uma coisinha? -Lara assentiu empolgada. -Que enquanto a mamãe estiver fora, você irá cuidar da mamãe Ohana?

- Sim, de dedinho. -A menina estendeu o mindinho em direção a sua mãe que entrelaçou os dois.

- Isso ai. Agora me ajude a colocar isso aqui dentro. -pediu dando um sorriso de lado.

Lara não parava de tagarelar, mas Larissa estava distante pensando em sua última conversa com sua esposa antes da mesma sair pro trabalho.

Flashback on

- Larissa, podemos conversar um minutinho? -Ohana ajeitou o seu roupão e se sentou na ponta do sofá ganhando a atenção da morena.

- Sobre?

- Bom, eu não sei como te dizer isso... -a mesma coçou a nuca tentando juntar as palavras certas. -é que alguns dias desses, o seu pai-

-Lionel, eu não tenho pai, apenas um doador de espermas.

-Enfim, o Lionel. -continuou vendo os músculos de sua esposa tencionar. -a alguns dias atrás ele deu entrada lá no hospital.

- Bom pra ele. -Disse fria. Lionel tinha sido alguém que lhe machucou muito de todas as formas. Ele havia a quebrado até mesmo estando longe.

- Larissa, ele esta precisando de doação de medula, e talvez você seja a única que possa salva-lo. -Ohana explicou olhando nos olhos da outra, que lhe mostrava apenas mágoas.

-Veja bem, pode até parecer cruel o que vou falar agora mas só quem passou o que passei nas mãos daquele homem sabe o que eu sinto todos os dias. -Tomou fôlego fechando seus olhos brevemente. -Eu jamais faria uma coisa dessas por ele. Não quero que morra, pois ele precisa estar vivo para sentir na pele tudo que me fez, fez com a minha mãe. Mas não serei capaz de fazer isso por ele.

- Respeito sua decisão. Como você mesma disse, apenas você sabe o que passou nas mãos dele. -Ambas trocaram olhares e sorriram ternas. -Estarei aqui por você, independentemente da nossa atual situação.

-Obrigada! -agradeceu sentindo a outra fazer um carinho em sua mão.

Off

-Podemos toma sovete? -Larissa saiu dos pensamentos com a voz de Lara.

- Só um pouquinho está bem? Não queremos a Sementinha resfriada certo?

-Certo! -Lara comemorou pulando com as suas asas de fada, enquanto Flora a olhava latindo. A cachorra ainda não estava cem por cento, mas estava melhorando.

A menina não tinha ido na escola naquela manhã, Larissa queria aproveitar as últimas horas com a menina antes de viajar. A mais velha desceu com a filha nas costas fazendo um aviãozinho, a menina gargalhava enquanto Flora vinha logo atrás latindo.

- Podemos jogar um pouquinho de bola?

- Tudo que você quiser minha princesa.

-Sou uma fada, Mamãezinha. -Lara cruzou os braços fazendo uma leve careta, o que arrancou uma risada de Larissa.

-Desculpa, fadinha. -Lara logo correu para debaixo da árvore onde estava sua bola e correu até sua mãe que olhava pro pato Bob que a olhava estranho.

Depois de brincarem e almoçar, Larissa levou Lara para tomar sorvete como havia prometido e enfim seguiram até a casa de Sam, que já estava na portaria de seu prédio esperando pela menina que passaria sua primeira noite sem nenhuma de suas mães.

- Lembra do que conversamos, Sementinha.

-Tá deixando Lara, tiste. -se queixou agarrando a mãe pelo pescoço. Larissa sentiu seu peito se esmagar quando as lágrimas de Lara molharam seu cabelo.

- Lara, olha aqui pra tia Sam. -A morena tocou na menina que a olhou com os olhos úmidos. -Eu comprei um montão de coisas gostosas para nós duas comer, além de muitos filmes legais para assistirmos mais tarde.

-Tem chocholate?

- Sim, tem chocholate -Sam sorriu tocando o indicador na pontinha do nariz da menina que sorriu.

- Então eu fico. -Disse por fim arrancando risadas das outras duas.

Com o coração em pedacinhos a Ruiva deixou a criança com a sua melhor amiga e voltou pro carro, a viagem era longa e teria um bom caminho pela frente juntamente de suas colegas de trabalho, Anne e Hannah a engenheira.

...

[...] Lionel tinha acabado de entrar na lista de esperas por uma doação de medula óssea. O homem tinha perdido muito peso nos últimos dias, e estava mais branco que uma folha de papel. O mesmo que demonstrava ser um ótimo marido estava ranzinzo até mesmo com sua esposa que nunca sai do seu lado torcendo por sua melhora.

Ohana respirou fundo deixando o leito do homem após trocar o seu soro fisiológico. Ele estava sendo de longe o seu pior paciente.

-Ohana! -A Loira parou no caminho escutando alguém chamando por seu nome.

- Oi, Becca. -sorriu pra outra enfermeira.

- Eu e as meninas da pediatria estamos indo tomar um café do outro lado da rua, vamos? -a mulher negra de traços fortes sorriu ajeitando seu cachos volumosos.

- Claro. Só vou pegar um casaco. -Avisou indo até o seu armário na sala dos enfermeiros.

Ela, e as outras meninas seguiram até a cafeteria do outro lado da rua. A pauta do momento era a festa que Becca daria no próximo final de semana em sua casa, ela e sua namorada viviam dando essas festinhas em seu apartamento e Ohana nunca chegou a ir.

- Ohana, você precisa sair menina. As festas na casa da Becca sempre são as melhores. -Sua colega Fátima disse.

- Não sei, gosto de passar minhas folgas com a minha filha. -Bebericou seu café com avelã.

-Ohaninha, as vezes uma saída com os adultos te faz bem ainda mais nessa etapa chata do seu casamento. -Ohana olhou pra Becca que pediu um "desculpa" em mudo.

- Eu irei pensar. -Disse por fim mudando de assunto.

Larissa tinha acabado de chegar na cidade vizinha juntamente das outras duas que se alojavam em seus quartos. A Ruiva colocou a mala no canto do quarto e pegou seu celular para falar com Sam, apenas para saber como sua filha estava antes de ir pra sua reunião mais tarde.

A ligação não durou muito, e preferiu não falar com a menina para evitar choros. Retirou um conjunto de roupas social de sua mala e prendeu o cabelo pronta pra ir pro seu banho.

Seu corpo relaxou assim que teve contato com a água quente, por mais que estivesse entrando na primavera, o tempo não era tão quente como em Miami. A Ruiva ficou vinte minutos ali, foi o tempo de colocar seu roupão quando algumas batidas foram dadas em sua porta. A mesma franziu o cenho, afinal não tinha pedido serviço de quarto naquele momento.

Com o coque frouxo com alguns fios soltos levemente úmidos, e o roupão em volta do corpo, Larissa correu até a porta destrancando a mesma.

- Anne, no que posso te ajudar? -Larissa perguntou surpresa em ver a mais baixa ali parada em sua porta devidamente arrumada.

A sectária olhou Larissa de cima a baixo, soltando um suspiro ao ver que a outra trajava apenas um roupão, o cheiro pôs banho de Larissa fez Anne suspirar, mas logo se recompôs, não poderia jogar seus planos água abaixo.

Sem pedir licença, Anne entrou no quarto praticamente esbarrando em Larissa que engoliu em seco.

I Love My Best Friends - Segunda Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora