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Ohana

Na segunda acordamos quando o despertador começou a tocar próximo a cabeceira da cama. Fizemos nossa higiene matinal juntas, e saimos para acordar Lara, ficamos preocupadas quando abrimos a porta de seu quartinho e ela não estava ali. Mas logo relaxamos quando abrimos o quarto de hospedes, no qual minha irmã estava passando a noite, e ali estava as duas dormindo abraçadas.

Sorri apaixonada pela cena, e descemos decidindo deixá-la dormir mais um pouquinho nos braços da sua dinda. Comecei a preparar o nosso desjejum, enquanto Larissa ajeitava a sala, que tinha ficado uma bagunça na noite passada. Fritei alguns bacon, ovos mexidos, panquecas, salada de fruta, iogurte, suco e café. Meia hora depois estavamos todos em volta da mesa comendo e batendo papo.

Como meu horário no hospital seria apenas depois das Dez, eu estava sem muita pressa. E Lara, naquele dia não iria pra pré-escola a pedido da minha irmã, que queria aproveitar seu último dia na cidade com a sobrinha.

- Deu meu horário. Hummm - Disse minha esposa com a boca cheia. -Preciso ir, vejo vocês mais tarde.

- Quer levar alguma coisa pra comer no carro? Comeu quase nada amor. -Disse eu com os nossos lábios colados.

-Come moango, Mamãezinha. -Pediu Lara nos fazendo sorrir.

-Estou satisfeita, e obrigada meu bebê.  - A Ruiva deu uma beijo em Lara, e um demorado beijo em meus lábios. -Tchau cunhada, e cuide bem da minha Sementinha.

-Pode deixar, eu manterei essa princesa debaixo dos meus braços. -Disse a Ruiva apertando a bebê que estava ao seu lado contra seus braços.

Larissa, e eu trocamos mais beijo, e depois de fazer carinho na orelha de Flora a Ruiva saiu pela porta da frente gritando "Eu amo vocês". Voltamos a nossa atenção pro café da manhã, enquanto Alex e eu conversávamos sobre tudo um pouco, Lara comia uma torrada cantarolando uma música estranha sobre frutas voadoras.

- Estou pensando em levar a Larinha para assistir um filme de animação, e depois uma parada na sorveteria. O que acha?! -a mais velha deixou os pratos dentro da pia.

- Por mim tudo bem. Só pelo amor de Deus, Alex, tenha cuidado com ela. Lara, é travessa. -Lambi os meus dedos sujos de chocolate e coloquei o potinho com a calda na geladeira.

-Pode deixar, se você e Larissa não a perderam ainda não sou eu a fazer isso. -Acabei rolando os olhos com a sua fala.

-Mamãe, o Bob quer chocholate. -Lara entrou correndo na cozinha ganhando a nossa atenção.

- Ele quer o que?! -Alex perguntou rindo. -Que linguagem é essa minha princesa?! É alienígena essa menina.

- Alex, não ria da minha bebê. -Peguei a bebê nos braços e enchi seu rostinho de beijos.

-Chocholate pro Bob. -Insistiu, e a hiena da minha irmã continuava a rir. Céus, Alex era pior que uma criança da idade de Lara.

-Filha o Bob não pode comer isso, faz mal pra ele. -Lhe expliquei tirando uma folha da árvore dos seus cabelos. -Vamos escovar os dentinhos e vestir uma roupa limpa, chega de pijamas.

Quando chegamos ao banheiro do meu quarto, coloquei Lara em pé no banquinho que ficava próximo a pia (que sempre ficava ali com esse propósito) e a ajudei com a sua higienização, alguns segundos depois substituímos seu pijama de bebê por uma conjunto de calças e camiseta de mangas finas, meias com sandália e penteamos seu cabelinho. Toda sorridente, Lara se sentou ao centro da cama quando iniciei uma chamada pelo face time com minha sogra.

- Oi vovozinha Li -Lara gritou animada quando o rosto da mulher de cabelos claros apareceu na tela.

- Oi amor da vovó. -Dona Lilian começou a mandar um monte de beijinhos pra câmera.

-Oi sogrinha linda. -Me ajeitei atrás de Lara passando meu braço em volta do seu corpinho quente. -Como você está?

- Estou bem querida. Saudades de vocês já . - Minha sogra estava ainda mais linda com os cabelos cortados na altura dos ombros com luzes.

- Quando vem nos ver?

- Talvez no próximo mês, Bê esta tendo aula, ai o conselho tutelar não permite a saída dele do país. E como maio tem feriado prolongado entrei com um pedido de autorização pra viagem. - a mesma sorriu quando minha bebê beijou a tela. -Lara, é tão linda da vovó.

Bernardo, carinhosamente chamado de Bê por todos nós, era um lindo e adorável garotinho de nove anos que minha sogra está em processo de adoção. O que estava sendo longo, e tedioso, Apesar do menino já morar com ela temporariamente certas coisas tinha que ter a autorização do juiz, como sair do país.

- Ah, sim! Ele está por ai? -passei a mão nos cabelinhos claros de Lara.

-Está lá em cima estudando. Época de prova. - explicou -Lara,não vai pra escola hoje?

- Nãa não, fechou. -Do nada a bebê disse me fazendo rir.

- Alex, esta em casa e quer passar um tempinho com ela. Hoje vai perder aula. -expliquei assistindo minha sogra assentir.

- Vovozinha, Lara pedeu no mecado.- Disse Lara se dirigindo a ela como segunda pessoa. Hábito.

- Ela se perdeu no mercado, é isso?! - perguntou Sra. Machado de cenho franzido. Olhei para Lara.

- Hunrum. Cholei, cholei assim oh! "Hm hm, que Mamãezinha"- a mesma fingia um choro enquanto seus punhos se esfregavam em seu olhinhos.

Oh meu Deus! Como Larissa não me contou isso?! Como ela perde Lara assim?! Ela vai com certeza ouvir poucas e boas.

- Prevejo uma Larissa Lefundes Machado ferrada. - Disse minha sogra do outro lado da tela. E ela tinha a total razão.

[...] Tinha algumas horas que eu estava em meu plantão, e toda vez que um tempinho livre me surgia eu tentava falar com Larissa, essa que não me respondia de jeito nenhum, e com Alex perguntando sempre por minha filha. Eu tinha ficado meio neurótica com a notícia que Lara tinha se perdido no mercado.

Meia hora depois da minha última mensagem, minha irmã me mandou uma foto de Lara sentada na sala do cinema com os óculos escuro 3D em seu rostinho fofo. Sorri pra foto e coloquei em meu status no WhatsApp. Logo uma mensagem de minha esposa chegou.

"Oi Amorzinho.

O que eu fiz dessa vez pra você me encher de mensagens?"- Larissa.

- Senhora Lefundes, a Doutora Joana está precisando da ajuda da senhora na UTI. -Disse uma das estudantes tocando meu ombro.

- Ok! Já estou indo obrigada. -Agradeci bloqueando meu celular e enfiando dentro do bolso de trás do meu jeans. Essa conversa com Larissa teria que esperar.

Caminhei até a UTI ajudando a Doutora com um dos pacientes que estava ali a quase seis meses em coma. Depois segui pra emergência, onde passei o resto do meu dia trabalhando, e cuidando das pessoas como eu gostava de fazer.

I Love My Best Friends - Segunda Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora