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Ohana

Eu me sentia completamente exausta nos últimos dias, o trabalho estava consumindo tudo de mim, eu amo meu trabalho, mas as vezes não deixa de ser cansativo. Para ajudar Larissa, e eu estamos nos desentendendo direto por coisas tão pequena que me dói.

Faz exatamente uma semana desde que ela me chamou de péssima mãe para Lara, o que me atingiu profundamente me fazendo me questionar sobre isso, foram longas noites me culpando por isso, até que eu decidi mudar esse pensamento. Eu poderia ser qualquer coisa, menos uma mãe ruim para o meu bebê. Eu sei que a minha esposa não disse por mal, mas palavras ditas jamais tem volta, ainda mais com um peso desses.

Estávamos apenas falando o básico, não trocavamos farpas, e nem fazíamos cara feia uma para outra. Era realmente uma situação patética e chata, sempre tivemos uma amizade bonita, de respeito e cumplicidade. Respiro fundo mudando de canal pela talvez décima vez. Era mais uma sexta-feira, Larissa tinha ido em um jantar de reunião com o seu chefe, e alguns sócios da construtora, o que estava demorando um pouquinho demais para o meu gosto.

A Sementinha dormia em seu quarto, depois de uma mamadeira de achocolatado e dois episódios do seu desenho, enquanto eu permanecia deitada na sala com Flora em meus pés. Em um certo momento acabei cochilando, apenas me despertando com o barulho da fechadura da porta.

-Desculpa em te -soluço -acordar. -Disse uma Larissa um pouco alta pela bebida.

- Estava começando a ficar preocupada. -Disse eu me sentando com as costas no braço do sofá coçando os meus olhos.

- Céus -a Ruiva soltou outro soluço. -Deveria me esperar na cama, tinha muitas coisas a serem resolvidas. Minha cabeça está doendo.

Fiquei analisando minha esposa por um certo tempo, ela realmente parecia estar bem ruim. O que de certo modo me incomodava, ela saiu para uma reunião de trabalho, e volta alcoolizada?! Olha que Larissa não é de beber exageradamente quando está na rua, sempre exagera um pouquinho somente quando bebemos em casa mesmo.

- Bebeu em horário de trabalho?! -franzo o cenho.

-Estava muito entediante, amor. -A mesma rolou os olhos. -Gael, também ficou assim, aliás foi ele que me embebedou.

E do nada a Ruiva começou a rir, mais rir pra valer, que eu acabei sorrindo com a cena boba dela. Eu amava o som da sua risada, pena que para eu ouvir isso novamente ela tenha que estar bêbada.

- Acho melhor tomar um banho, de preferência frio.

-Não por favor, benzinho. -Pediu se afundando no sofá. Benzinho, era bom ser chamada assim novamente, um apelido carinhoso que sempre usávamos.

-Vai ser bom, Lari. Caso contrário acordará amanhã com uma ressaca horrível.- Com um pouco de dificuldade arrastei Larissa até o banheiro do nosso quarto. Retire sua roupa, e as peças íntimas, a deixando completamente nua. Passo lentamente a língua sobre meus lábios e a coloco debaixo da água fria.

- Porra! Porra! - a mesma gruniu debaixo da ducha fria.

Estava me dando pena, mas era necessário. Por mais que estivéssemos em uma momento chato do nosso relacionamento, eu não deixaria dormir bêbada daquele jeito, ela poderia passar mal de madrugada.

-Você está me castigando, só pode.

- Tenho eu motivos para isso?! -levanto uma de minhas sobrancelhas enquanto a observo.

- Óbvio que não. -Me respondeu sem excitar. Eu poderia ser uma mulher ciumenta, assumo, mas acreditava na lealdade da minha esposa, assim como ela acreditava na minha. - Tô congelando.

E me pegando de surpresa, Larissa me beijou quase me molhando, porém fui mais rápida e desliguei o registro. A Ruiva me puxou pela cintura colando os nossos corpos, seus lábios logo atacaram meu pescoço. Segurei em seus ombros tentando afastá-la, porém foi em vão.

- Vamos nos vestir, vai pegar um resfriado. -Respirei fundo. Estava subindo pelas paredes sem sexo a alguns dias, e Larissa beijando meu ponto sensível estava sendo uma loucura.

- Vamos fazer bebês?! -Arregalei os olhos com a sua mão em minha barriga.

-Não sabia que queria mais filhos. -Consegui me afastar finalmente. Peguei sua toalha no gancho, e a enrolei nela.

- Sempre disse que queria pelo menos três. -ela parecia um pouco melhor, porém ainda pálida.

- Ótimo! Já temos os três, Lara, Flora e Bob. -Sorri amarelo. A maternidade era linda, porém a dor do parto horrível.

- Hahaha, entendeu palhacinha. -beijou a pontinha do meu nariz. Céus, nem lembrava quando foi a última vez que ela foi fofa assim comigo. Pena, ela estar bêbada. - Será legal Lara ter irmãos, ser filha única tem suas vantagens, mas eu senti falta de ter um irmão...

A sentei em nossa cama, e fui pegar uma peça de roupa quente. Larissa batia o queixo por causa do frio, poderia ligar o aquecedor, mas ela tinha acabado de sair do banho gelado, e mudar de temperatura assim, rápido, não seria legal para a sua saúde.

- Sou filha única. Bom, na verdade tenho três meio irmãos, mas o Lionel não quer que eles saibam de minha existência. -murmurou tristemente, o que me partiu o coração.

Lionel, ainda era um assunto não tocado por Larissa. Desde os seus encontros, nunca mais se ouviu falar dele. E ouvir Larissa tocar nesse homem me pegou de surpresa.

- Eles pareciam legal na época. Ana, principalmente. -sorriu enquanto erguia os braços para eu colocar a sua camiseta de mangas. - Ela deve estar tão bonita, os gêmeos devem querer bater nos moleque que se aproximam dela.

- E ela deve socar os dois, se for valentona como a irmã. -brinquei a fazendo rir.

- Benzinho?!

- Sim?!

- Você acha que eles gostariam de mim? -Ela faz uma carinha fofa. -Digo, seria eu uma boa irmã?

- Você seria a melhor. Bernardo, que o diga.

- O Bê, é meu irmãozinho. Ele merece todo o amor do mundo, assim como a Lara, e os nossos os outros dois filhos.

Acabei rindo quando seus lábios se encostaram em minha barriga e sussurrou "te amo, bebê".

-Esse não é assunto para se ter, quando uma das partes se estar bêbada, hum?

- Está certa, mais saiba que estou quase cem por cento já. Podemos treinar?

Apenas ri, e comecei a secar o seu cabelo com o secador. Juntas descemos, e lhe prepararei um café forte e amargo. Meia hora depois, Larissa capotou ao meu lado na cama. Apenas passei a mão em seu rosto. Ela era o verdadeiro significado de perfeição, mesmo sendo tão bocuda.

[...] Na manhã seguinte acordei com a Flora latindo feito louca. Com uma certa preguiça cocei os meus olhos com os braços possessivos de Larissa em volta do meu corpo. Tentei voltar a dormir ao me dar conta que ainda eram seis e pouco da manhã de um sábado, no qual estava de folga, porém a cachorra continuava a latir. Preocupada com o que possa ter acontecido sai dos braços de minha esposa.

Quando cheguei na sala, Flora latia para a porta de correr, que estava trancada, e podia-se ver Bob preso em seu próprio cercado, o mesmo batia suas asas (n/a -acho que pato tem asas).

- Meu Deus, filho. -destranquei rapidamente a porta, e fui socorrê-lo.

Com cuidado, para não machucá-lo, o tirei do cercado, e fiz um carinho em sua cabeça.

- Parabéns filha, você salvou o seu irmão. -Pego Flora no colo depois de soltar Bob, enchendo seu focinho fofo de beijinhos.

Depois do resgate voltei para a minha cama, após encontrar Lara no corredor coçando seus olhinhos, e a levei comigo. Coloquei a bebê entre eu e Larissa, essa que rapidamente se agarrando na outra mãe. E eu as abracei, não iria ficar de fora.

Só queria que a minha pequena família estivesse pra sempre assim. Éramos felizes, e eu lutaria por elas até o fim.

I Love My Best Friends - Segunda Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora