04 sombras do passado

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   Para a surpresa de todos, mesmo inconsciente, Celine se levantou, cambaleando até Moyra, sua determinação feroz e inabalável. Moyra recuou, surpresa com a insaciável fome de vitória da oponente, motivada por um desejo profundo de vingança.
— Você não desiste nunca?! Espinhos de gelo!
   Antes que os espinhos pudessem acertar Celine, Hansel abriu um portal à sua frente, desviando o ataque mortal.
— Moyra... Ela já foi vencida, não lute...

   Celine caiu no chão novamente, desmaiada. Moyra caminhou até a bancada, sua expressão tranquila, enquanto Hansel verificava se Celine ainda estava viva. Ao alcançar a bancada, Moyra notou os olhares raivosos e temerosos dos outros alunos. Eles tinham visto o poder devastador que ela possuía.
— Parabéns pela vitória... — disse Adelly, com um olhar respeitoso. Moyra sorriu e respondeu:

— Vai lá, e vê se ganha, viu!
   Oberon se aproximou de Adelly, pousando a mão em seu ombro.
— Boa sorte! Espero que nossa luta seja divertida!
   Ambos desceram até a arena, preparados para se enfrentarem. A arena, um círculo amplo de pedra antiga, estava cercada por tochas que lançavam uma luz bruxuleante sobre os espectadores. O cheiro de magia e tensão preenchia o ar. Enquanto isso, em uma estrada remota de Lislótus, uma jovem deusa de longos cabelos loiros caminhava sozinha. Seus olhos azuis brilharam ao ver um reino surgindo à frente. Amy Gardenroses, seu nome, estava em busca de um propósito, um destino que a levava diretamente para aquele lugar.
— Finalmente achei uma cidade! — exclamou, sua voz entrecortada pela emoção. Ao ver Hiddiot City à distância, Amy deixou cair lágrimas de alegria e alívio. Ela havia vagado por dias, talvez até anos, e agora, ao vislumbrar a cidade, um sentimento de esperança começou a florescer em seu coração.

   De volta a academia, Adelly e Oberon estavam no centro da arena, os olhares fixos um no outro, preparados para o confronto. Ao redor deles, o ar estava carregado de expectativa, e os outros alunos assistiam em silêncio, aguardando o sinal de Hansel.
— Comecem! — ordenou Hansel, sua voz cortando o silêncio como uma lâmina. Quase instantaneamente, Adelly e Oberon correram na direção um do outro. Oberon, com um movimento rápido, invocou suas chamas, lançando-as em um arco feroz contra Adelly. As chamas rugiram pelo ar, mas Adelly, com uma agilidade impressionante, desviou do ataque e se aproximou, seu olhar determinado. Sem hesitar, Adelly invocou uma aura sombria, uma chama roxa que pulsava com uma energia sinistra. A aura parecia viva, dançando ao seu redor como uma criatura indomável. Oberon, sem perder tempo, revidou com suas próprias chamas, e ambas as magias se chocaram no ar com um estrondo, lutando pelo domínio.

   A pressão era intensa. As chamas de Oberon rugiam com fúria, mas a aura sombria de Adelly resistia, empurrando de volta. Em um último esforço, Oberon intensificou seu ataque, mas Adelly, com uma mão levantada, bloqueou o golpe. O impacto gerou uma explosão que ecoou pela arena, levantando uma nuvem de poeira e faíscas. Ambos foram arremessados para trás, mas aterrissaram em pé, firmes. Oberon sentiu o coração acelerar, uma mistura de excitação e surpresa tomando conta dele.

— Essa garota é bem forte! Isso vai ser mais divertido do que eu esperava! — pensou, um sorriso desafiador surgindo em seus lábios. Do lado de fora, Hansel observava com olhos arregalados. O poder que Adelly demonstrava era além do que ele imaginava. E então, ele viu. Aquela aura... Ele reconhecia aquilo.
— Que merda! — murmurou Hansel, sua voz carregada de preocupação.
— Ela é uma bruxa que usa magia negra! Apenas bruxos das trevas possuem esse tipo de poder!

   Enquanto Adelly e Oberon corriam na direção um do outro, o ar ao redor deles parecia vibrar com a intensidade do momento. Os outros alunos, assistindo da bancada, estavam em silêncio, mas a tensão era palpável. Na primeira fileira, Moyra observava com olhos atentos, os punhos cerrados ao lado do corpo. Ela sabia da força de Adelly, mas Oberon também não era um adversário qualquer.
   "Essa luta pode definir muito sobre como os outros nos veem," pensou ela, ansiosa. Tatsu, que sempre mantinha uma postura reservada, estava inclinado para frente, os olhos fixos na batalha.

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