13 Fúria e destruição

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Jensen e Safira seguiam sua jornada de vingança, avançando pela densa floresta próxima ao reino, que, por sua vez, ficava perto da academia Arcanissium de Eldoria. A vegetação era espessa, e as árvores, altas e antigas, bloqueavam a maior parte da luz do sol, criando uma atmosfera sombria e opressiva. O ar estava pesado com a umidade, e a brisa trazia o cheiro de terra molhada e folhas secas. À distância, ouvia-se o farfalhar de pequenos animais e o vento assobiando entre os galhos, mas ambos permaneciam em alerta, com os sentidos aguçados. Cada som ecoava pela floresta, potencializando a sensação de que algo ou alguém os espreitava. Jensen mantinha o olhar fixo no caminho à frente, mas por dentro, um turbilhão de sentimentos o consumia. Vingança era o que o movia, mas a presença de Safira o fazia questionar até onde estava disposto a ir. Seus métodos eram diferentes. Ela era impulsiva, feroz, movida pela violência, enquanto ele buscava justiça. Contudo, temia perder sua própria humanidade nesse processo. Safira quebrou o silêncio com um suspiro irritado, sem diminuir o ritmo.

- Você está hesitando, Jensen. - ela disse de repente, sem sequer olhar para ele.
- Se ficar se perguntando se vale a pena, nunca conseguirá o que quer. - Jensen sentiu um aperto no peito. Ele já sabia que Safira enxergava o mundo de forma diferente, mas as palavras dela o atingiram com força.
- Não é só sobre o que eu quero. - respondeu, a voz grave e pensativa.
- Quantos inocentes vão ser sacrificados pela nossa causa? Será que vale a pena? - Safira parou abruptamente e se virou para ele, os olhos faiscando de fúria contida.
- Inocentes? Você acha que há inocentes neste mundo? Se não lutarmos, seremos nós os sacrificados. - Ela deu um passo à frente, encarando Jensen.
- A vingança é sua, esqueceu? - Jensen a encarou, o conflito interno claramente refletido em seus olhos.
- Eu só não quero me tornar aquilo que eu mais odeio. - Ele se afastou, continuando o caminho, deixando Safira para trás por um breve momento. Sua mente fervilhava com dúvidas, mas a única certeza era que ele não podia recuar agora. Porém, em seu íntimo, a dúvida persistia.

"Será que estou disposto a sacrificar tudo por vingança?" - No reino de Hiddiot, enquanto isso, a paz reinava, mas nem todos estavam livres de preocupações. Amy, Dayse e os outros encontraram as fadas Stella e Suzan, ambas filhas de Seraphina. Celestia, a conselheira real das fadas, e Trish estavam junto delas. Diversas criaturas mágicas marchavam em direção ao reino para iniciar uma nova vida, o que deixava Dayse animada. Ela sorriu para o grupo, mas, por dentro, seu coração estava inquieto.

"Será que Jensen está bem?" - pensava ela, olhando para o céu claro e vasto, tentando ignorar o peso de suas preocupações. O sorriso que exibia era sincero, mas não conseguia escapar do medo constante de que a jornada de Jensen pela vingança o mudasse para sempre.

"Talvez ele não volte a tempo de ver essa paz." - O pensamento a atingiu como uma punhalada, deixando-a momentaneamente perdida. Sua mente vagou até a floresta onde Jensen e Safira seguiam. O contraste entre o caos que ele enfrentava e a tranquilidade que ela vivia no reino a fez se sentir ainda mais dividida.

"Eu deveria estar com ele, deveria lutar ao lado dele..."
- Oi! - Amy a chamou, animadamente, enquanto entrava na taberna com Raito e Lence. Dayse hesitou por um momento antes de seguir os amigos. O ambiente estava vibrante, com o som de um banjo e o cheiro de comida e cerveja no ar. Copos se chocavam, e as risadas enchiam o salão. Amy e Raito logo se deixaram levar pela música, enquanto Dayse permanecia na entrada com Lence, a mente distante.

- Você não vai se juntar a eles? - perguntou Lence, observando-a de perto. Ele parecia tão distante quanto ela, embora por motivos diferentes.
- Não... - respondeu Dayse, suspirando.
- mas e você? Por que não vai com eles? - perguntou ela, com um leve suspiro, enquanto observava Raito se animar ainda mais. Lence deu de ombros, seus olhos vagos indicavam que, assim como ela, ele estava em outro lugar, preocupado com algo que não se via.
- Prefiro ficar sóbrio e evitar que arrumem encrenca.

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