Capítulo 6 - A profecia

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Luíz

— Bom, devo admitir... — Pude ouvir alguém falando, porém não sabia bem de onde tal som estava vindo. — Você é forte! É a primeira vez que algum filho de Tupã possui a habilidade de controlar raios, deveria se sentir orgulhoso! — Das cinzas, uma figura começa a se erguer como se fosse algum tipo de monstro gosmento, até finalmente voltar a forma do mesmo garoto de antes, totalmente curado como se nada tivesse acontecido. — Você conseguiu me fazer achar que minha regeneração não ia funcionar, poucos possuem esse feito! — Ele sorri.
— Como caralhos você tá vivo? Eu... eu te fritei! — Dou alguns passos para trás, não estava me gabando nem nada de ter feito aquilo, apesar dele ter merecido por ter falado mal da minha mãe; só estava meio assustado como ele podia fazer tal coisa. — O que você é?
O garoto ri como se eu tivesse contando a melhor piada que ele já escutou, sua risada era meio maníaca e assustadora, ele lentamente começou a andar para onde eu estava:
— Eu sou um semideus, ora bolas, assim como você! — Ele pega uma de minhas mãos e a segura, ele era forte, bem mais forte que eu pra dizer a verdade. Seus olhos vermelhos como rubis eram profundos e brilhantes, ele me encarava com esses mesmos olhos como se pudesse ver a minha alma. — Eu... sei bem como é sentir que você só existe para servir alguém... — Seu tom de voz ficou mais suave derrepente, estava ele tentando me enganar ou me provocar? Não sabia dizer. — Olha, sei que começamos do jeito errado... e sei que errei em mencionar sua mãe, eu sinto muito!
Fico totalmente estupefato por suas palavras, ele falava sério? Não, isso seria simples demais, pessoas como ele não mudam assim do nada, ou mudam? Ugh, esse novo mundo era tão confuso, tão diferente do que eu pensava que era; tanta coisa estava acontecendo em tão pouco tempo, estava conhecendo tanta gente, vivendo tanta coisa... isso tudo provavelmente não era saudável para uma criança, não deveria ser!
— Você fala sério? Você tava parecendo aqueles caras daqueles filmes da TV que se acham melhor que os outros e ficam os infernizando! — Cruzo os braços enquanto olho para ele que suspira.
— Eu... eu sei que agi como um bosta... — O interrompo antes que pudesse continuar. — Bosta é pouco, você foi um cuzão! — Digo meio irado, ele evita me olhar nos olhos.
— Você tem razão! — O garoto suspira bem fundo. — Não foi certo o que eu fiz, não devia ter falado aquelas coisas sobre você e sua mãe!
O olho profundamente enquanto dizia todas essas palavras e o mesmo parecia sincero, mas ainda sim não entendia como alguém muda de opinião tão rapidamente, seria ele um bom mentiroso? Ele estava planejando algo? O que era tudo isso?
— Eu aceito suas desculpas se você me disser o porquê mudou de opinião tão rapidamente! Você está com medo de mim? Provavelmente não já que consegue se regenerar! Você planeja algo? Se sim, o que seria? — Não sabia bem o que esperava ouvir, muito menos se aquele garoto diria a verdade ou simplesmente mentiria, mas qualquer coisa que eu estivesse pensando, não era nada parecido com o que recebi!
— Eu... — Ele começa a falar sem jeito, suas bochechas estavam vermelhas? — Bom, filhos de Xandoré admiram pessoas fortes... e você foi o único que conseguiu fazer isso comigo, minha regeneração é bem rápida... então eu fiquei meio impressionado... — O rapaz evita me olhar nos olhos.
— Pera aí, então você tá me dizendo que eu basicamente poderia ter te matado se não fosse por esse poder seu, mas você gostou disso? Isso... é meio doentio, não acha? — Ergo uma sobrancelha enquanto o encaro, ele parece ficar meio sem jeito. — Mas se isso faz você virar um amigo, por mim tudo bem! Já tenho estresse suficiente na minha vida para ter que lidar com bullies!
— Bom, eu sabia que não teria me matado, fui abençoado por meu pai quando era criança, o único filho dele que já recebeu tal coisa! — Ele suspira bem fundo. — O que me impressionou foi seu poder, o quão forte você é! Fiquei feliz em saber que estava errado sobre você, filho de Tupã! — O rapaz me dá um beijo na bochecha do nada. — Aliás, meu nome é Guilherme! Um prazer te conhecer, Luíz! — Guilherme sai andando como se nada tivesse acontecido enquanto fico parado lá tentando entender o que caralhos foi aquilo!
— Que porra tá acontecendo aqui? — Digo enquanto vejo Guilherme se afastando mais e mais.
— Uma profecia! — Uma voz feminina diz, olho por onde o som veio e vejo uma bela garota com cabelos negros com mechas brancas, eles eram lindos e volumosos, ela carregava consigo um cajado. — Você, filho de Tupã, é uma peça importante para uma profecia!

Profecia? O que exatamente essa palavra significava mesmo? Não conseguia me lembrar, era como uma promessa ou algo do tipo? Também odiava o fato de todo mundo se referir a mim como "Filho de Tupã", tenho um nome que é muito bonito aliás! Ser filho...

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Profecia? O que exatamente essa palavra significava mesmo? Não conseguia me lembrar, era como uma promessa ou algo do tipo? Também odiava o fato de todo mundo se referir a mim como "Filho de Tupã", tenho um nome que é muito bonito aliás! Ser filho do Deus Supremo é só um aspecto do que eu sou, sou bem mais que isso e gostaria que os outros vissem isso também!
— O que você quer dizer com profecia? Sério, eu literalmente esqueci o que significa! — Rio meio sem jeito e ela suspira, mas acaba rindo também.
— Uma profecia é algo que está predestinado a acontecer no futuro e você é parte crucial de uma! — Ela bate seu cajado no chão. — Meu nome é Maria Luiza, filha de Ticê! — Um círculo mágico aparece ao redor dela. — E você, meu caro, é o escolhido por Tupã para liderar uma guerra contra um Deus que odeia o Criador e deseja tomar seu trono! — Apesar de ser Maria quem estava falando, sua voz não parecia ser a mesma que ouvi alguns segundos atrás, era meio assustadora. — Você deve se apressar, Luíz! A guerra já começou e esse Deus possui diversos monstros em seu serviço, até mesmo alguns semideuses se juntaram à sua causa!
Assim que ela termina de falar, o círculo mágico desaparece e ela quase cai no chão, porém sou rápido o bastante para conseguir a segurar, a ajudando a ficar de pé.
— O que foi isso?
— Uma visão do futuro... posso forçar meu corpo a tê-las, porém isso sempre me deixa exausta! — Ajudo ela a se sentar no chão.
— Você falou sobre um Deus que quer destronar meu pai, quem é ele? E porque seria tão ruim se meu pai fosse destronado? — Ergo uma sobrancelha de novo, vingança é um prato que se come frio afinal!
— Apenas seu pai tem o poder para manter o mundo sob controle! Somente ele! Se alguém o destronar, o mundo... as pessoas, ninguém vai sobreviver! — Maria parecia estar meio tonta enquanto falava.
— Quem é esse Deus? Como paro ele?
Apesar de não ser o maior fã do meu pai, ninguém merecia sentir a dor que senti quando perdi minha mãe, ninguém merecia morrer por causa de atitudes bestas dos Deuses, ninguém pediu para ficar no meio dessa bosta toda!
— Procure os olhos vermelhos....
Foi a última coisa que disse antes de desmaiar.

Continua...

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⏰ Última atualização: Feb 26 ⏰

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