Him&I

Pontos

Estava em choque, assistimos as gravações da pasta. Assistimos não, eu não tive estômago para assistir um vídeo sequer.

- Eles mostraram para ela, sabem que ela não consegue me ver nessa situação.

- Eles jogam baixo irmão, sempre jogaram.

Meu celular tocou, era a foto de Savannah, ela estava bem magrinha, com um roxo no olho direito, e um corte do lado esquerdo da boca, e estava com o rosto vermelho e inchado de choro.

- Olhem.- falei mostrando o telefone, reparei bem no corredor, sem a intenção eles estavam revelando a localização lentamente.- Vamos para casa, não consigo ficar mais um segundo sequer aqui.

~~~

Passamos a noite em claro tentando juntar os pontos, como o quarto, a sala e o corredor podiam se encaixar.

- E o galpão que inauguraram com o nome da Sofya? Quando fizemos cinco anos? - Alex perguntou. - Nunca fomos lá, mas você já!
-Acho que é nossa última opção, mas fica a 5 horas daqui! Por isso só fui uma vez.
- Eles são loucos.- Sofya me respondeu. - Fariam tudo para te derrubar.

Bailey, Noah, Sofya, Alex e Sabina entramos no carro e fomos. Alex na frente comigo, Noah no meio, Bailey ao lado dele, e as garotas do outro lado. Eu não lembrava ao certo a localização, mas fui tentando me achar. Eu e Alex estávamos muito ansiosos, as meninas dormiram na primeira hora de viagem, eu e meu irmão, comentamos discretamente sobre Noah, ele parecia muito nervoso, estava inquieto.

- Acha que ele está ansioso por preocupação?
-Não sei Alex, espero que sim.

Fomos cochichando o restante do caminho. O caminho era longo, a estrada cheia de buracos, o que balançava muito, Sofya bateu a cabeça várias vezes. Todos estavam cansados, eram três da manhã e ainda faltavam duas horas, a única coisa que me mantinha acordado era pensar no que estavam fazendo com ela, ela estava bem magra na foto, e ela sempre foi, mas estava algo gritante. Agora que os funcionários obedeciam a mim, deixei claro onde estava indo e com que intenções, afinal, eu precisaria de ajuda para lidar com tudo, provavelmente não teria cabeça para fazer qualquer coisa com os meus pais, assim que a visse, tudo parararia de importar.

Todos acabaram dormindo, e Sabina acordou, finalmente estávamos à cinco minutos do galpão. Ouvi um celular vibrar mas não sabia de quem era.

- Celular do Noah, vou ver quem é.
-Não acha que ele se incomodaria?
- Bom, vou ver. Se ele mudou a senha, provavelmente sim. - a morena soltou cuidadosamente a cabeça da Sofya, e foi até o telefone.- Josh, qual é o número que te manda mensagem? Noah tem recebido mensagens de um número desconhecido também...
-Ah Saby, olha aí. - Falei apontando para meu telefone.- a senha é 0907. Mas existem vários números desconhecidos, talvez não seja nada.
- Aniversário da Sav? Que brega! Espero que não tenha nada a ver mesmo. - a morena deu uma pausa.- Puta que pariu, é o mesmo número, mas não consigo ler a conversa, ele bloqueou o WhatsApp.
- Talvez esteja sendo ameaçado?
- Ele nunca bloqueou o WhatsApp, isso está muito estranho!

Parei o carro bruscamente, acordando todos.

- Chegamos, corram.

Estava inquieta, e a porta se abriu.

- Recebemos uma notícia, seu namorado está te procurando. Precisamos acelerar as coisas aqui, venha.

Joseph me puxou para uma outra sala. A sala era escura, não tinha nada além de uma mesa com rodinhas, de metal, e uma cadeira qualquer. Fui presa a cadeira, e a loira me injetou algo.

-Porra! O que é isso? O que você fez?

Fui ignorada, olhava a minha volta, sem ideia nenhuma do que fazer, eles pareciam me trocar de sala cada vez. Comecei a pensar e com o tempo fui parando, senti outra injeção, mas dessa vez foi diferente, não senti nada sério. Eu estava me sentindo igual na festa do Bailey, e mesmo lerda, entendi o que estavam fazendo.

- Vocês estão me drogando? Vocês não vão conseguir.
A mulher segurou minhas bochechas formando um bico com a minha boca.
- Você acha que sabe o que eu consigo ou não? -
Com raiva, cuspi na cara da mesma. - Não me testa!

A mulher bateu em minha boca, que encheu a mesma de sangue, e senti uma última injeção.

Fui devolvida para meu quarto, mas dessa vez, a porta não foi trancada. Eu finalmente entendi o porquê. Minha visão começou a girar, minhas pernas a amolecer e então...

Bailey arrombou as duas primeiras portas do galpão, eu e Sabina estávamos desconfiando de Noah, de ele ter sido responsável por informar a localização de Savannah no dia do sequestro.

- Não tem nada aqui.
Alex falou.
- Não, mas tem um banheiro lá no fundo, onde tem uma escada! O problema é que eu não lembro onde fica.
- Lembra Josh! Tenta fazer algo.
Sabina me respondeu, voltei minha memória para aquele dia.

Eu estava andando, tinha oito anos, olhava todos os tipos de armas, e drogas possíveis. "Você será responsável por tudo isso, se parar de ser assim." Eu lembrava de estar chorando, com a mão no nariz, mas não sabia o motivo. Eu estava andando em linha reta, sem parar, com os dois ao meu lado, enquanto ambos se xingavam e me xingavam mesmo eu não tendo feito nada, e uma porta escrita "acesso restrito" apareceu.

- Sigam reto até o final, não é um banheiro, é uma sala com "acesso restrito" escrito.

Corremos até o final do grande galpão. Finalmente chegamos na porta, abrimos e descemos as escadas.

- Precisa de um código! Você não lembra?- Sofya perguntou e eu neguei. Ela então começou a colocar datas como aniversário dos dois, e aniversário de casamento.- Merda!
- O aniversário de vocês, gêmeos.
- Boa Saby.- a loira respondeu. - Incorreto. Quer dizer que...
- Meu aniversário?
Falei em choque, Sofya virou colocando o código.
- Abriu.