22 - Grito de socorro por Hector

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Que dor chata

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Que dor chata. Todo o meu corpo parece reclamar de dor. Cada batida do meu coração é um lembrete constante da brutalidade que vivi, da violência que assolou nossas vidas. Enquanto tento me mover na cama, sinto cada músculo protestar, cada articulação reclamar de dor. A Nataly decidiu dormir comigo e ficou responsável de dosar o meu remédio, aparentemente, ninguém confia os frascos tarja preta no viciado.

Além da dor física, a agonia de não ter notícias do João toma conta de mim. Há dois dias, vi o amor da minha vida ser arrancado de mim, impotente para detê-los, para protegê-lo. Tudo o que fiz foi tentar ajudar, e o preço que paguei foi uma surra que me deixou fodido.


Pela manhã, eu senti uma movimentação diferente na mansão dos Telles. A Nataly trouxe uma vitamina de maçã com aveia para mim. Os bandidos fizeram um estrago na minha boca, ou seja, vou viver de papinha por um bom tempo.


— O que tá acontecendo lá embaixo? — perguntei com dificuldade.

— Algo muito bom. — ela comemorou andando na direção da porta e a abrindo. — Seja bem-vindo, João. — desejou.


Era ele. Era o meu namorado. Por um segundo, pensei em se tratar de uma miragem, mas era o João entrando no quarto. Ele andou na minha direção e pude ver o pesar em seus olhos. Com delicadeza, o João tocou em meu rosto e começou a chorar. Eu o abracei e chorei junto. Finalmente, eu poderia descansar. A coisa mais importante para mim era a segurança do João.

— Desculpa. — pedi, chorando, enquanto o abraçava com força.


— Não, você salvou a minha vida. A ideia da tag foi genial. — ele garantiu. — Vamos ficar bem, meu amor. Vamos ficar bem.


João está a salvo agora, graças à minha ideia de usar a tag localizadora. Quando nossos olhos se encontraram novamente, depois de tudo, as lágrimas continuaram a cair, se misturando com sorrisos trêmulos e suspiros de alívio. Mas também havia culpa. João se culpava pelos meus machucados, enquanto eu me culpava por sua captura.

Ele explicou sobre o sequestro e as pessoas por trás de tal plano. Confesso que não fiquei surpreso. A Viviane e o Jorge sempre foram dois sanguessugas dentro da mansão. O importante era focar na nossa recuperação física e mental. Por causa da minha situação, a empresa me deu 10 dias de folga, dessa maneira, poderia focar em mim.

— Eu queria uma folga do trabalho. — comentou José entrando no quarto. O meu cunhado era folgado, mas adorava a sua companhia.


— Que folga, cunha. — respondi, enquanto uma enfermeira trocava os curativos.


— Você ficou com toda a glória do resgate do João. — ele sentou ao meu lado na cama.


— Qual é, você que conseguiu acessar o notebook do João e ajudou a polícia a achar a localização dele. Você é o herói, cunhado. — eu o elogiei, mas acabei fazendo uma careta quando a enfermeira retirou um dos curativos, mesmo com os medicamentos as dores continuavam insuportáveis. Qualquer movimento me fazia sentir dores.

Tinha que ser vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora