Capítulo 39 - Segredos

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S/n on

   No escuro você perde a noção de tudo, a vida pode passar diante de seus olhos que você não irá vê-la, a morte poderá estar mais perto do que nunca, e a única coisa que irá ouvir será seu último suspiro.

   Por muito tempo vivi nesse escuro, após perder a única pessoa que eu tinha meu mundo se desabou, e por meses pensei que teria sido bem melhor se eu tivesse morrido pelas chamas naquele dia.

   E agora estou presa em um lugar úmido e escuro, onde a única coisa que eu vejo é um homem com uma máscara:

HSR - Vamos, está na hora de comer - Digo a levando até um banco - Senta e come - Desamarro seus braços deixando suas pernas ainda acorrentadas 

   Uma comida parcialmente morna, da qual o gosto sempre se era duvidoso. Depois de dias aqui questionei o quanto de controle temos do nosso cérebro, e consequentemente do nosso corpo. A cada dia que passava meu cérebro mandava ordens e meu corpo se recusava a efetuar, do que serve uma mente poderosa se um corpo falho a limita?

   Logo após eu finalizar minha refeição, ele prende novamente minhas mãos e me leva até uma parte da caverna prendendo meus pés a uma grade:

HSR - Isso já está acabando - Falo como um sussurro olhando para S/n, que agora estava visivelmente desgastada

S/n - Qual o motivo disso tudo? - Falo antes dele sair do meu campo de visão, chamando a sua atenção para mim novamente

HSR - Tem pessoas que esperam um karma  divino cair sobre os pecadores - Digo andando de volta para S/n - E tem pessoas que são o próprio karma

S/n - Acha que está valendo a pena? - Olho para ele - Suas dores estão amenizando?

   Ele não responde nada, apenas me encara por um tempo e sai da sala. Ouvindo ou não sua resposta, parece que ele não gostou nem um pouco da pergunta.
  

*Quebra de Tempo*

   Sou acordada do meu sono por um barulho estrondoso no lugar em que eu estava, assim que abro meus olhos me deparo com o Homem sem rosto sentado à minha frente. E assim ele ficou, por minutos, apenas me observando, como se aquilo fosse a coisa mais normal possível.

   Depois de um certo tempo ele inclina seu corpo para mais perto de mim:

HSR - Teve um tempo em que eu acreditava em Deus, em que eu acreditava nessa porra toda - Suspiro levantando minha cabeça - Mas depois de um tempo percebi que era fútil de mais eu me apegar a algo que nunca se mostrou para mim

S/n - Está querendo colocar a culpa disso tudo em Deus?

HSR - Se alguém fizesse algo com os pecadores eu não levantaria um dedo para puni-los, não é mesmo? - S/n não se pronuncia então eu continuo - Eu gostava da Jennifer, um gostar que aquecia meu coração quando a via, um gostar que me fazia abrir um sorriso assim que meus olhos se encontravam aos delas - Me encosto na cadeira - Mas ela foi tirada de mim, não por uma doença, não por estar velha, mas pela hipocrisia de duas meninas

   Após falar isso ele se cala e apenas me encara, e o que me resta são aquelas palavras ecoando em meu ouvido.

S/n - E no que caralhos eu tenho culpa disso?

HSR - Pobre S/n, a Hannah não te contou?

S/n - Contou o que? Me fala! - Exalto um pouco minha voz

HSR - Parece que você sabe de muita pouca coisa - Me levanto e passo minha mão sobre seu rosto - Menos do que eu imaginava

   Após falar isso ele simplesmente se levanta e pega a sua cadeira, caminhando em direção ao lado da caverna que ficava atrás de mim, mas antes de passar por mim ele me olha e fala:

HSR - Parece que seu pai escondia grandes segredos de você - Digo a olhando mas logo saio de seu campo de visão

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Um último pedido - Duskwood Onde histórias criam vida. Descubra agora