Neowarts: school of culture, technology and witchcraft [NCT & HP]

1. Mais vale um bezerro na mão que oito correndo.

— Lufa-lufa! — O chapéu seletor exclamou em voz alta, os lufanos se levantaram, recepcionando Haewon com uma salva de palmas animadas, os alunos mais velhos assobiaram o que gerou uma repreensão que fez os mais novos rirem. Os primeiranistas menos discretos não disfarçaram os olhares de espanto com a seleção de uma aluna muito mais velha, mas isso nunca afetaria a felicidade que Haewon sentia de viver seu maior sonho. Então quando o forro interno da sua capa ficou amarelo, e o texugo se destacou no broche do uniforme, ela soltou um grande sorriso e caminhou até a mesa da Lufa-lufa.

Fora a agitação inicial do sorteio, ninguém fez muito alarde pela a sua presença. As meninas que se sentaram ao lado dela, especialmente a Ningning, eram gentis e calorosas ao ponto de Haewon se sentir em casa com tão pouco tempo de conversa. Quando o jantar acabou, Yeri, a segunda menina com quem ela conversou durante o jantar, reuniu os alunos regulares do primeiro ano, cumprindo seu papel como monitora da casa.

Haewon, no entanto, foi abordada pelo mesmo rapaz de Hogsmeade, o moreno com olhos grandes. — Oi, de novo. — Ele comentou com um sorriso contido. Ela olhou para cima e retribuiu com um sorriso animado, esperando que ele continuasse.

— Me chamo Taeyong, sou o monitor da Lufa-lufa que vai te acompanhar. Professor estagiário também, nas horas vagas. — Ele deu uma piscadela divertida.

— Pensei que Yeri fosse a monitora — respondeu confusa. Isso fez Taeyong rir, achando adorável a confusão da novata.

— São dois por casa, um garoto e uma garota.

Haewon acenou em compreensão antes que Taeyong continuasse a falar. — Como você é um caso de transferência, decidimos te separar das matrículas regulares. Te incomoda?

— Não, claro que não — respondeu gentilmente e Taeyong sorriu de novo. Haewon reparou que ele sorria muito e era sempre muito gentil e educado, mesmo sendo mais quieto. Ela gostava dele.

Taeyong focou nos corredores que ligavam o porão da lufa-lufa com as áreas principais do castelo, especialmente, a cozinha. Isso foi o que mais agradou Haewon. O castelo era lindo, mesmo depois da reconstrução, a aparência medieval foi totalmente preservada e ele emanava uma energia forte de conforto e segurança. "Deve ser magia antiga", Haewon pensou. Apesar de tudo isso, ter o dormitório ao lado da cozinha era de longe a melhor vantagem que os lufanos tinham.

Quando finalmente chegaram na entrada da Comunal, Taeyong a empurrou um pouco para trás e caminhou até um dos barris do fundo. — Você tem que prestar atenção, ou não vai conseguir entrar — avisou, depois bateu algumas vezes de forma ritmada e a passagem se abriu.

Haewon se esforçou para memorizar o ritmo antes de entrar, batendo os dedos na coxa enquanto cruzava a passagem secreta. Assim que ela entrou no barril deitado, a porta se fechou em um baque surdo. — O que acontece se eu errar?

— Vai tomar banho de vinagre. — Taeyong respondeu simplista. — E não vai ser agradável.

— Isso já aconteceu com você?

— Várias vezes! — Ele respondeu gargalhando e depois virou o rosto para trás antes de continuar. — Mas o Jungwoo é o que mais erra.

Então ele desceu um pequeno degrau e levantou a mão para que ela se apoiasse. Quando saiu do pequeno corredor foi recepcionada pela iluminação dourada da sala. O teto era mais baixo, mas trazia uma sensação de conforto que complementava a decoração. Cortinas amarelas enfeitavam as janelas, os sofás eram pretos e acolchoados e tinham dois grandes puffs amarelos perto da lareira talhada com imagens de texugos, o símbolo da casa. Durante o dia, as janelas redondas permitiam a quantidade ideal de luz solar capaz de deixar o ambiente amarelado, e era possível observar o jardim dos fundos.