5. Amar (ou admitir) é um ato de coragem!

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Os jovens encaravam assustados enquanto a horda de cadáveres enfeitiçados se moviam lentamente em sua direção. Seus passos eram lentos e tortuosos, anunciando o perigo maldito em que eles se encontravam. Os corpos, brancos com a palidez da morte e inchados com a morada submersa de água, estavam tortos e cambaleantes, mas não deixavam de ser a coisa mais assustadora que o grupo já havia visto. Eles vinham de todos os lugares: da água, das passarelas, pela frente e pelos lados.

Haewon sentiu lágrimas formarem em seus olhos, sem conseguir pensar em nenhum jeito de tirá-los dali. Só Deus sabe o que tinha naquelas águas, então eles não podiam simplesmente pular, principalmente com os inferi andando nela, prestes a alcançarem-os. Pela primeira vez, ela sentia vontade genuína de chorar. Era culpa dela que os amigos voltaram àquele lugar, eles deviam ter escutado a diretora, aquilo era muito perigoso.

E certamente perder seus amigos não valia a glória de derrotar nenhum bruxo das trevas. Disso ela tinha certeza.

Mark se alçou na frente dos colegas, disposto a liderar o grupo até nos momentos onde a esperança já se esgotava.

Incendio! — Ele gritou, agitando a varinha. Uma rajada de fogo saiu da ponta de seu instrumento, atingindo os Inferi que estavam mais perto de si. Os cadáveres realmente foram neutralizados, porém, em seu lugar, surgiram praticamente o dobro. Mark e os amigos tentaram contê-los mais algumas vezes com o mesmo feitiço, mas ele só funcionava por alguns segundos antes que novos Inferi aparecessem em sua direção, cada vez mais perto.

Haewon se virou para Johnny, buscando encarar os olhos do melhor amigo. Seus olhares se encontraram, desesperados e sem saber o que fazer. Eles compartilhavam uma mensagem de cumplicidade e temor que era compreensível apenas para os dois ali, com sua conexão única.

Então, indignado ao ver o pavor nos olhos de Haewon, Johnny assumiu o posto de Mark, empurrando-o de leve para atrás de si e se pondo à frente do grupo no pequeno círculo de pedra que lhes contia.

— Precisa ser um feitiço mais forte do que esse. — Johnny exclamou alto, sem olhar para trás. Ele lançou o braço por detrás da cabeça, girando-o acima de seu próprio corpo enquanto gritou: — Firestorm!

O feitiço, junto com os movimentos, fizeram com que inúmeras rajadas de fogo se unissem em espiral ao redor do pequeno grupo, e finalmente se espalhassem por todo o local.

A energia potente da conjuração sugou muito da magia de Johnny, que apesar de ser forte e alto, quase caiu de joelhos no chão por ainda ser um bruxo relativamente inexperiente. O fogo se espalhou pela caverna, derrotando todos os Inferi que ousaram chegar perto dos jovens.

Logo após a tempestade de calor, Johnny soltou um suspiro em exaustão e olhou para Haewon. A jovem sorriu, orgulhosa de seu amigo e feliz por se verem livres daquela situação agonizante.

A celebração dos rapazes, porém, foi cortada quando os sons arrastados dos corpos malignos voltaram aos seus ouvidos, e o quinteto perdeu seus sorrisos ao avistarem ainda mais Inferi vindo em sua direção. Mais do que qualquer quantidade que eles haviam visto até agora.

A feição de pavor substituiu os sorrisos de alívio, e nem Mark conseguia mais ter forças para liderar os amigos ao se deparar com aquela situação. Eles estavam definitivamente sem saída. Haewon olhou para Johnny, que se apoiava no pedestal central já sem forças e, no ímpeto do momento, o abraçou com força, escondendo o rosto em seu casaco para não ter que ver o que se desenrolava na frente deles. O mais velho a abraçou de volta como pôde, acariciando sua cabeça e tentando ao máximo achar algo - alguma brecha - que pudesse salvá-los. Qualquer coisa, feitiço ou não. Ele até pensou em se jogar na água e partir para a força bruta, mas sabia que as chances de sucesso eram poucas.

Neowarts: school of culture, technology and witchcraft [NCT & HP]Onde histórias criam vida. Descubra agora