5. Amizades reais são mais difíceis de achar do que Bezerros Apaixonados.

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Sexta-Feira

— Nossa, escureceu rápido, não é? — Jeno comentou, enquanto o quinteto se dirigia à estufa de Hagrid para devolver por fim o último bezerro: e bem a tempo para a manhã de Sábado e a inspeção da monitora de sua casa.

— Acho que o tempo passa mais rápido quando você está procurando por oito bezerros apaixonados. — Hendery pontuou, abraçando com carinho o animal em seus braços. — Tem um ditado assim, não tem?

— Imagino que não, Hendery... — Xiaojun respondeu, por fim, enquanto caminhava. Ele andava na frente do grupo e, agora que sua mente estava livre dos problemas animalescos, não conseguia parar de pensar em outras coisas. Coisas estas como, por exemplo, Kang Haewon ficando corada ao ouvir um elogio seu. Será que ela... gostava dele? Não, não podia ser.

Xiaojun virou-se para trás para espiar a garota, que andava pacificamente ao lado de Jungwoo com um bezerro nos braços. Eles conversavam calmamente e ocasionalmente riam. Sua risada baixinha era como música para seus ouvidos, e o chinês se pegou sorrindo junto deles, mesmo sem saber o teor da conversa. Foi então que o olhar de Haewon juntou-se ao seu, surpreendendo o garoto, que simplesmente voltou a olhar para frente, envergonhado.

Ao chegar na porta da estufa, Xiaojun a abriu e liberou a passagem para que seus amigos guardassem o último grupo de bezerros apaixonados que eles veriam em muito tempo.

— Eu acredito que vocês deveriam me agradecer, sabe? Eu trabalhei muito por isso aqui! — Jeno falou, antes de entrar, gabando-se de maneira divertida enquanto segurava o bezerro por cima de sua cabeça, que começou a ficar um pouco assustado com a altura. — Vocês não seriam nada sem mim! — Ele apontou um dos dedos polegares para o próprio peito, deixando o bezerro apaixonado um pouco mais livre de seu aperto. Aproveitando-se da liberação, e assustado como estava, o animal começou a se debater até conseguir se livrar completamente das mãos de Jeno, que ficou embasbacado demais com a situação para fazer alguma coisa.

Todos viraram-se para trás, vendo Jeno deixar o último bezerro escapar bem antes de entrar na estufa. Olhos se arregalaram e bocas se abriram em desespero enquanto todos os quatro amigos soltaram sonoros sons de desaprovação.

O bichinho pôs-se a correr com tal rapidez que, quando o grupo finalmente conseguiu superar o choque e começou a persegui-lo, ele já tinha uma vantagem enorme de espaço. Xiaojun foi cauteloso ao sair por último, e fez questão de fechar a porta da estufa, para que todos os outros sete se mantivessem onde estavam, e só depois começou a correr junto.

Jeno, desesperado com o que tinha acabado de fazer, corria o mais rápido que podia, até que percebeu que o pequeno bezerro já adentrava a Floresta Proibida.

— Ah não, de novo não. — Ele cessou os passos com calma enquanto hesitava. Seus amigos, que vinham atrás de si, foram parados bruscamente ao chocarem-se com ele, também indecisos sobre o que fazer. As lembranças da última vez em que eles haviam entrado naquela floresta os preocupava.

O medo de Jeno o paralisou: ele não acreditava que por causa de uma simples brincadeira ele acabaria estragando todo o esforço que ele e seus amigos tiveram nos últimos dias.

— Temos que ir. Só falta um. — Jungwoo disse, resoluto, tomando a partida pela floresta. — Não podemos deixar isso tudo que fizemos para trás.

A postura de liderança era nova entre os colegas lufanos, mas tinha algo que eles entendiam muito bem: o sentimento de andar em grupo. Se alguém estava enrascado, então todos eles estavam.

E se alguém iria buscar o bezerro apaixonado, todos eles iriam.

Calmamente, o quinteto pousou os pés na floresta. Os sons perturbadores daquele lugar explicitam a quantidade incontável de animais que viviam ali, e que se soltavam à noite: muitos deles, diferentemente do pobre bezerrinho, eram mortais. A escuridão, que era amenizada apenas pela luz da lua cheia acima dos jovens, era desafiadora, e tornava qualquer sombra em um grande monstro.

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