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"A Cabana"
Narrador On
O ruído das gotas de chuva contra as folhas se tornavam ainda mais intensos. Apesar de estar com uma leve torção no tornozelo esquerdo, você caminhava junto ao crepúsculo avançando em meio a floresta desconhecida. Seus olhos já não eram mais seus guias fiéis, eles estavam cedendo ao sono a abandonando por completo. Em meio a enegrecida noite, você decidiu por fim se deitar ao lado de uma árvore gigantesca. O odor forte de terra úmida invadia suas narinas a deixando tonta e estressada. Mesmo incomodada pelas inúmeras coisas ao seu redor, o cansaço foi mais forte depois de tantas horas de caminhadas incessantes. Cedendo a doce tentação, suas pálpebras fecharam-se lentamente a fazendo dormir de maneira despreocupada com os perigos mais próximos do que longe de você.
Oh querida y/n, ao vê-la ali tão vulnerável, Toji sorriu ladino. "Tão lamentável" pensou o moreno. A erguendo com uma delicadeza bruta, em questões de segundos você já estava nos braços de Fushiguro.
- Vamos pra casa, querida.- sussurrou em seu ouvido a levando de volta ao "lar".
Esse tal "lar", é uma cabana situada no centro da floresta. As paredes, o chão e o teto são feitos de madeira, até mesmo os móveis da mesma matéria-prima. A decoração é rústica, um tapete de urso na sala junto a poltrona em frente a lareira, quadros retratam seu dia-a-dia em formas de belíssimas pinturas e esculturas de seu corpo desnudo feitas de pinheiro rodeiam o quarto do casal.
O cheiro de lamén penetrou em seu nariz a fazendo despertar bruscamente. A chuva já havia parado, contudo, a ventania constante ocasionava o choque entre a velho arbusto e a vidraça da janela. E ali estava você, de volta a estaca zero naquela maldita cabana.
- Já está acordada, y/n? - Toji perguntou escorado na porta com os braços cruzados a olhando fixamente.
Um silêncio mortal prevalecia após a pergunta. "Como pude ser tão idiota?" A raiva preenchia seu interior por completo. Maldito o dia em que você o conheceu.
...
Mais um dia de estudos na biblioteca da Faculdade S. Como aluna bolsista, você entendia bem que tinha que se esforçar o suficiente para permanecer ali. Era torturante observar os olhares direcionados a si, eles se auto colocavam em um pedestal invisível. Passar 6 horas por dia naquela biblioteca era melhor do que estar transitando pelos corredores sendo assediada por riquinhos miseráveis. E ah, como você os odiava, Se pudesse... faria deles pedacinhos.
"Maldito capitalismo!" Você pensou soltando um sopro emburrado enquanto lia seu livro sobre gestão de finanças.
- Oi boneca, tudo bem? - um garoto ruivo de um metro e setenta se aproxima de você. Por suas roupas, era nítido que ele era só mais um esbanjador de dinheiro. Típico dos caras dali.
