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Ethan


Coloco a última foto dela pregada no quadro que tenho em casa.

Me sento na minha cadeira, olhando em volta.

Ah, velho Castellani, velho Castellani, você nunca vai saber o que te atingiu.
Olho para as fotos da filha dele novamente, Isabella Castellani, a grande modelo brasileira, filha daquele filho da puta.

Desde criança, eu ouvia falar de Albert Castellani, esse empresário que gerencia uma grande máfia por trás de sua empresa.

Meu pai, que era Don da máfia Cosa Nostra na Sicília, morreu em meus braços por causa desse velho maldito, e fiz uma promessa ao meu pai antes de partir.

Eu me vingaria dessa famiglia.

Meu celular toca em cima da mesa e eu o atendo.

— Fala, Alan - falo assim que atendo.

— Onde você está, Ethan? - ele pergunta.

— Onde mais eu estaria? Estou na França agora - falei o óbvio, já que todos os meus parentes na Sicília sabiam onde eu estava.

— Tivemos um pequeno confronto na fronteira entre Sicília e a pequena parte do Wagner. Seu irmão ficou muito bravo, pois perdemos 5 cargas - Alan fala e eu respiro fundo.

— Não posso fazer nada no momento - falo, olhando para o grande quadro na minha frente.

— Olha só, não vai ser eu que vou ficar ouvindo do seu irmão. O irmão é seu, vocês que se virem - ele diz com raiva.

— Olha o seu tom comigo - respondo rapidamente.

— Ele quer que você ligue para ele - Alan volta a dizer, mais calmo dessa vez.

— Eu não posso fazer nada a respeito disso. Tenho assuntos mais importantes. Se ele está achando ruim, devia ter assumido o comando - falo antes de desligar.

Eduardo é um ano mais velho que eu, mas quando nosso pai morreu, ele não quis assumir a responsabilidade e jogou tudo nas minhas costas. Agora, de repente, está me cobrando por algo que nem sei?

Meu celular toca novamente e penso que dessa vez seja o Eduardo, mas é o Castellani.

— Boa noite, senhor - falo assim que atendo.

— Ethan, onde você está? - ele pergunta.

— Estou em casa no momento, mas já estou saindo - falo, levantando-me da cadeira.

— Não demore, Isabella quer sair, mas não confio nos outros seguranças - ele diz, e eu tenho vontade de rir.

Ele não confia nos outros, mas confia em mim, justo em mim.

— Pode deixar - falo antes de desligar.

Jogo um pano preto por cima do quadro e saio do meu escritório.

Pego a chave do meu carro e minha arma de cima da mesa e saio de casa, trancando-a.

(...)

— Boa noite, senhorita Castellani - cumprimento-a enquanto coloco minha escuta.

— Boa noite - ela diz calma, calma até demais.

Olho para ela e não consigo deixar de reparar o quão bonita ela é, mas isso não vai tirar meu foco. Abro a porta do carro e ela entra, e eu fecho a porta.

Assumo o volante como de costume e, antes de começar a dirigir, pergunto:

— Para onde? - falo, olhando-a pelo retrovisor.

Proteção FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora