Toda vez que o trecho estiver em itálico no meio texto é uma lembrança ou pensamento dos personagens, boa leitura.
Um pai de primeira viagem, um cara seguro de si
Satoru nunca foi o tipo de pessoa que pensava muito nas consequências. Agia por impulso, seguindo o caminho que o coração e sua vontade ditava, mesmo que muitas vezes isso o levasse a situações complicadas. Foi assim quando se casou e divorciou tão rápido que deu tempo dos pais assimilarem, quando partiu para a vida de festas e irresponsabilidades, e, especialmente, quando decidiu adotar um garoto de olhos azuis-escuros extremamente inibido.
Naquela manhã fria de outono, Satoru olhou ao redor da casa vazia que agora compartilhava com o pequeno garoto. Ele mal saía do quarto, encolhido em sua própria concha, incapaz de confiar em qualquer pessoa além dele.
"Preciso mudar isso, esse tipo de comportamento não faz bem para ele." Satoru pensou, ele se perguntava se tinha feito a coisa certa ao adotá-lo. Era uma responsabilidade enorme, uma que ele não estava preparado para assumir, mas quando olhou nos olhos tristes do garoto pela primeira vez, algo dentro dele se quebrou e ele soube que não poderia simplesmente abandoná-lo.
A vida de Satoru estava prestes a mudar de formas que ele nunca imaginara. Ele teria que aprender a ser pai, a ser responsável, a cuidar de alguém além de si mesmo. E, mais importante, teria que encontrar uma maneira de fazer com que aquele garoto inibido voltasse a confiar no mundo ao seu redor.
[...]
Satoru Gojo, um homem cuja vida era sinônimo de perfeição aos olhos da sociedade. Bonito, rico e habilidoso em aproveitar tudo ao seu redor, ele era o orgulho da família Gojo, uma das mais renomadas da grande capital, Tóquio. Mas por trás da fachada de sucesso, havia uma rebelião silenciosa contra os padrões rígidos que sua família tentava impor.
Para os Gojo, a ideia de Satoru ter adotado um garotinho alguns anos após seu divórcio não apenas desagradava, mas também os enfurecia. Eles viam isso como mais uma tentativa de Satoru de desafiar as expectativas da família e de expor os Gojo aos tabloides de fofoca. Para eles, Satoru estava fora de controle, usando seu comportamento para puni-los por sua ausência durante sua juventude. Mas Satoru não se importava com a opinião deles; ele nunca se importou.
O homem conhecia os limites, mas os via como algo a ser ultrapassado quando se tratava de si mesmo. Responsabilidades eram descartáveis, terceirizadas, e ele só se dedicava ao que realmente lhe interessava.
No presente momento, o platinado estava em uma reunião com seu amigo Geto Suguru, outro empresário do mesmo calibre que ele. Eles haviam recentemente fechado uma parceria e aproveitavam o encontro para refletir sobre suas vidas e as escolhas que os levaram até ali.
Conversaram sobre o passado, riram de suas próprias vergonhas e se orgulharam de suas vitórias, até que Geto trouxe à tona o tema familiar:
-- E como está o seu filho? -- Suguru perguntou sério servindo uma dose de uísque para o amigo.
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Stay | Gojo (concluída)
RomanceSatoru agia por impulso na maioria das vezes, foi assim quando se casou/divorciou em alguns meses, quando voltou para a esbornia e principalmente quando adotou uma criança extremamente inibida e agora teria que arcar com as consequências de tantas r...