Atalho City

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  Baek nunca tinha andado de carruagem e nem pensou que um dia acontecesse, mas agora olhava com interesse a janelinha vendo a estrada de terra a frente cercada por um bosque denso. Ao seu lado JB permanecia quieto, mas não um quieto ruim, apenas pacífico em si mesmo.

Por dentro a carruagem tinha uma decoração elegante, era espaçosa e tinha quatro lugares, lá fora ia o cocheiro, um homem silencioso e de olhos afiados que segundo JB era um cocheiro de confiança dos Lee e que foi colocado ao seu dispor indefinitivamente.

Baek se lembrava bem da conversa com o Key, só não pensou que a carruagem e o seu motorista estariam disponíveis tão rápido. Além disso a carruagem era puxada por quatro cavalos... Precisava disso mesmo?

Ele queria perguntar, mas tinha certo receio, afinal qual era o limite de uma perda de memória e a ignorância completa daquele mundo?

No fim permaneceu em silêncio observando tudo até avistar a cidade ao longe do alto de uma colina... Sim, aquela era Atalho City. Ao longe parecia uma mistura de cidade de filmes de Velho Oeste, só que no meio de um ambiente verdejante ao invés de desértico, com área urbana vintage. A cidade não era imensa, mas também não era pequena, as ruas eram largas e parecia bem movimentada. Havia colinas ao redor, uma estação do que parecia ser de trem e um rio ao longe, além disso havia quatro prédios até que altos e pelo que contou das janelas, tinham três andares.

— Tem prédios!

Comentou sem se conter e em seguida ouviu uma risadinha do JB:

— Temos prédios aqui também, não somos tão interioranos assim, bebê – Ele se curvou e baixou o tom – Dois deles são propriedades dos Lee. Mas veja, são poucos, não queremos estragar a paisagem.

Baek quase rolou os olhos. Só podia ser deles, afinal se Minho tinha um dirigível, quem dirá prédios?

Andaram mais um pouco e logo Baek pode ver o lugar de perto. As ruas eram de paralelepípedos, havia torres de luz pelas calçadas o que lhe fez recordar de um documentário que viu certa vez sobre as ruas no passado serem iluminadas por lamparinas a óleo, seria isso ou já era eletricidade?

Aquela dúvida ficou na sua mente até que pararam diante de uma loja e o cocheiro parou. Baek olhou pela janelinha e viu o nome do lugar: Alfaiataria dos Kim.

— Vamos encomendar roupas mesmo?

— Você precisa encontrar o que gosta realmente, não é? Os Kim têm roupas prontas, além de costura individual, talvez aqui você consiga descobrir o que te agrada de fato. Temos uma modista também, mas acho que você vai preferir coisas assim – Ele apontou para a roupa que usava agora, outro suspensório com calças confortáveis e Baek riu baixo, também achava isso – ao invés disso aqui.

Ele apontou para o próprio terno elegante.

— Muito bem, príncipe encantado, me vista!

Brincou e JB abriu a portinha da carruagem e saiu lhe estendendo a mão em seguida para que saísse e descesse os dois degraus.

Eles entraram na alfaiataria e de primeiro momento tudo o que viu foram os manequins usando roupas diversas, mas todas muito bonitas. Então notou que tinha ali algumas araras com camisas, outras com outras peças que não conseguiu identificar, um canto com chapéus e boinas, havia sapatos, botas e depois sofás espaçosos além de poltronas espalhada pelo amplo lugar. Depois de um balcão havia outra porta aberta e por ela Baek viu máquinas de costuras...

— Wow, que lugar grande...!

Comentou ficando animado realmente.

— Não tão grande quanto os que tem na capital, mas temos muitos clientes e gostamos de acomodá-los bem.

Baek e seus 36 maridosOnde histórias criam vida. Descubra agora