Juliet Moreira finalmente tinha a chance de mostrar que poderia sim dirigir um filme da netflix, mas os seus superiores dificultaram o seu trabalho reduzindo o investimento, fazendo-a ter problemas em contratar atores, principalmente, o protagonista...
Capítulo oito Meta de comentários: 60 Meta de estrelas: 30
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Pov. Juliet Moreira
Abril de 2021
— Minha mãe pinta... — Olhei para Inaki depois que ele disse essa frase — Por isso ela me incentivou nas artes.
— Minha mãe era escritora.
— Entendi quem você puxou.
— Eu que entendi quem você puxou.
— Ah pode ter certeza que eu não sei desenhar nem bonecos palito. — Ele riu se apoiando com as mãos para trás na areia.
Estávamos na praia.
Depois de Inaki Godoy literalmente me puxar como um maluco pelas ruas ainda escuras até a orla, e eu quase ter um infarto quando vi uma moto se aproximando...
Bom, ele queria chegar a tempo do nascer do sol. E eu sou uma idiota, boba e burra apaixonada demais para negar ir com ele.
— Você era próxima da sua mãe? — O moreno me perguntou e sinto meus lábios se erguerem gradativamente.
Ele parecia meio receoso, não era uma pergunta muito comum para um primeiro encontro, perguntar sobre a mãe morta da garota, mas nós não somos como os outros casais; parece que cada hora equivalia a meses.
— Sim. — Respondi, mas não sabia o que dizer além disso, não queria que pensasse que me deixou desconfortável, eu só não sei o que dizer sobre ela — Minha mãe era a pessoa mais legal que eu já conheci, ela era do tipo brava, sempre discutia com o meu pai, mas no final do dia do jeito dela, chegava nele como se nada tivesse acontecido e ele cedia.
— Seus pais se amavam então.
— Ainda se amam... meu pai nunca se casou de novo, nunca namorou, acho que é como se ele quisesse preservar a memória da minha mãe, mas isso me preocupa.
— Porque ele parou no tempo?
— Sim, ele nunca conseguiu superar a morte dela.
Lembro-me de alguns anos atrás onde vi meu pai beber, foi a primeira e única vez naqual o presenciei naquele estado. Foi algumas semanas depois da morte da minha mãe, e meu avô estava no hospital por conta de um AVC. Motivo por viver em cadeira de rodas até hoje.
A vida de nenhum deles foi a mesma, meu pai perdeu o amor da sua vida, meu avô, sua única filha. E eu perdi a mulher que me ensinou a ser quem eu sou, talvez algo em mim tenha morrido naquela época assim como para eles, eu só era pequena demais para notar isso, para sentir a verdadeira perda.
Suspirei deixando minha expressão relaxar e notei os olhos de Inaki em mim.
— Seus pais são separados a quanto tempo? — Perguntei.
