Aceita?

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Os olhos castanhos do homem que continha malícia viram uma pessoa de estatura alta se aproximando. Um indivíduo de aparência imponente e semblante sério.

— E quem você acha que é, pra mandar em alguma coisa? — questionou e encarou um par de olhos azuis.

Otto avançou alguns passos e entrou no meio, se colocando na frente de Luísa. — Eu disse para se afastar. — Disse, firme.

— Esse é o teu marido? — um dos outros homens questionou, amedrontado.

— Ei… Calma aí, patrão... — sorriu — Eu só queria me divertir um pouco com a morena.

— Vocês são um casal? — indagou novamente o homem ruivo, e baixo.

— Cala boca Chilepe!! — um dos seus companheiros falou alterado e, ele abaixou a cabeça.

— Acho melhor vocês nos deixarem em paz! — Otto fechou os punhos e o encarou com um semblante amedrontador. — Não quero ousar da violência. Mas se for necessário… Eu vou me divertir vendo vocês tentarem passar por mim, porque nela vocês não vão tocar em um só fio de cabelo. — afirmou.

— Calma, calma lá, patrão. — levantou a mão em sinal de redenção — Não vamos tocar mais nela. Não se preocupe, a princesinha é só sua. Já estamos indo. — concluiu, recuando lentamente enquanto o empresário ainda o fitava com semblante de poucos amigos.

— …Venha! Vamos sair daqui. — ele se virou e colocou a mão nas costas da mulher.

Luísa, ainda abalada, permaneceu em silêncio enquanto Otto a guiava para longe daquela rua sombria. A pintora ainda estava trêmula e tensa, pensando em tudo o que aconteceria com ela se alguém não aparecesse. Os olhos castanhos do homem que continha perversidade e maldade se repetiu em sua mente. O forte odor de cachaça em seu hálito, insuportável… Luísa tentou controlar sua respiração e manter a calma enquanto seguia Otto pela rua em direção a um local mais movimentado e seguro. A moça ainda não tinha superado completamente do susto e da sensação de vulnerabilidade que a situação lhe causara.

Enquanto caminhavam, Luísa podia sentir o calor reconfortante da mão de Otto em suas costas, transmitindo segurança.

Otto olhava para ela de tempos em tempos, preocupado com sua expressão tensa. Ele tentando ajudá-la segurou sua mão com firmeza, transmitindo-lhe proteção e apoio.

A D'Ávila estava tão imersa em seus pensamentos que mal se deu conta de tudo. Quando se despertou de seus pensamentos, eles já tinham entrado e agora estavam sentados em uma cafeteria.

— Luísa? — chamou ao perceber a morena calada. Vendo que ela ainda tinha uma expressão de medo e as mãos trêmulas, ele levou sua mão novamente até a dela. — Você quer uma água?

— Não.., obrigada! — sussurrou, fitando a mão do homem sobre a dela.

— Me desculpe — pediu, retirando a mão da dela.

— Ta... Tá tudo bem. É… Muito obrigada, muito obrigada mesmo. Eu nem sei o que seria de mim se você não aparecesse. — ela agradeceu, sem jeito.

Otto apenas assentiu. Seu olhar transmitia um misto de alívio por tê-la resgatado e uma determinação silenciosa de protegê-la a todo custo. — Não precisa agradecer.

— Good morning, couple! — uma jovem loirinha de franjinha cumprimentou e eles se olharam. — Oh, me desculpe! Eu pensei que vocês fossem um casal. Perdoe-me! — a menina se desculpa ao notar a expressão dos mais velhos.

— Tudo bem! Não se preocupe — disse, Otto.

— É… Desejam alguma coisa?

— Café preto, por favor! — eles respondem em sintonia e a menina sorri.

Corações em conflitos | Luotto Onde histórias criam vida. Descubra agora