Bons atores

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O relógio da mansão D'Ávila, em Miami, já apontava 7:46, e como previsto, Otto foi à casa de Luísa buscá-la para dar início ao teatro da noite.

Otto olhava impacientemente para o relógio. O homem já esperava pela mulher há vinte minutos.

...Ao erguer o olhar, finalmente ele a avista se aproximando com um lindíssimo vestido azul. O vestido era sobre os joelhos, um tanto comportado, e tinha um simples decote, pequenino. Ela estava estupendamente linda, apesar de estar casual. E o modelo do vestido lhe caía muito bem, marcando sua silhueta perfeita.

Ela sorriu timidamente enquanto se aproximava, parecendo tão deslumbrante quanto o vestido que vestia. Seus cabelos castanhos estavam soltos, com leves ondas em suas pontas, e seus olhos verdes brilhavam com uma luz própria encantadora.

Ele se levantou para cumprimentá-la e ela ofereceu a mão delicada em saudação. Seus corações aceleram ao se tocarem; a química entre eles era inigualável.

- Até que valeu a pena esperar. - Otto quebrou o silêncio com um tom brincalhão.

- Bobo! - Ela respondeu, corada. - Até que você não está tão mal assim. - Disse o olhando. Ele estava usando uma camiseta e uma chaqueta, ambas pretas, e uma calça jeans. Impecável.

- Vou entender isso com um elogio. - Ele deu um pequeno sorriso. - Vamos?

- Vamos.

Vinte e cinco minutos depois, eles chegaram ao restaurante.

- Antes de entrarmos, quero te entregar isso. - Enquanto falava, ele retirava do bolso uma caixinha. - Para o nosso teatro ficar mais realista.

- Uau, que lindo - A bela mulher dos olhos esverdeados, elogiou. - De onde você tirou esse anel de namoro?

- Eu comprei mais cedo, e pedi para me entregarem.

- Quê? Deve ter custado uma fortuna - Exclamou, incrédula.

- Não se preocupe, dinheiro não é um problema.

- Percebi. - Sussurrou, olhando para as alianças.

- Eu tenho bom gosto, eu sei. - Disse convicto, com um tom brincalhão. - Quer que eu coloque ou vai ficar admirando a aliança?

Ela entregou a ele a caixinha. Ele retirou o anel de compromisso e colocou com delicadeza na mão dela. Luísa retirou o outro anel da caixinha, e ele a observou atentamente, um tanto curioso. Ela pegou em sua mão com sutileza e colocou o anel em seu dedo.

- Vamos? - Levantou a mão e Luísa as entrelaçou, porém permaneceu parada olhando para o lugar.

- Aconteceu algo?

- E se agente desistir? - Disse ela.

- Não quer seguir com o plano?

- É que... - Lhe olhou. - É uma sensação estranha. Como fingir que estamos apaixonados? - Questionou - É melhor não. Isso foi uma péssima ideia.

- Se você quiser, podemos voltar. Ou podemos seguir com o plano, e tudo o que acontecer lá, será apenas encenação de um casal que está se conhecendo. Será como atuar, só que na vida real.

- Não sei... E se elas descobrirem?

- Hm - Pensou. - Se formos convincentes, elas não irão desconfiar. Mas você que decide.

Luísa suspirou, pensando.

- Ok. Assim que passarmos por aquela porta seremos apenas atores. - Se decidiu. - Eu espero que dê certo. - Sussurrou.

Corações em conflitos | Luotto Onde histórias criam vida. Descubra agora