CAPÍTULO 23: ÁLICE E CRISTIAN✨

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Amigos? Não, irmãos. Álice, minha querida Álice, eu gostei tanto de termos nos conhecido na infância. Um dia de parquinho e você me golpeou com um belo chute marcial. Mesmo depois de tantos anos agente continua da mesma maneira, unidos e juntos... Por mais que fossemos um trio, eu sempre tive um carinho de irmão a mais por você. Já vivemos muitos momentos juntos, como da vez que fugimos de casa.
Álice estava de castigo por ter quebrado o copo de vidro preferido da mãe dela, então eu e Cristian arrumamos nossas mochilinhas de criança e fomos até a casa dela. Ela saltou pela janela e nós três corremos pela noite escura. Fomos para o morro onde gostávamos de ver as estrelas, pois tinha uma vista linda e relaxante. Costumávamos até a cantar um poema que vimos uma vez:

Amizade que se pede; Amizade que se dá;
Quem nunca perdoa, Nunca terá;
Vista alegre da beleza, Amizade até na Pobreza;
Cheia de gratidão, Amizade até no Coração.

Era nosso poema favorito. Nele víamos como nossa amizade era importante e única para nós. Enquanto víamos as estrelas, Cris se levantou e foi no mato pegar gravetos para acendermos uma fogueira. Enquanto ele foi, senti algo se enroscando no meu pé, quando vi era uma cobra enorme... Uma cascavel. Álice entrou em desespero e lançou um chute na cabeça da cobra, o que a deixou irritada. Ela abriu a boca mostrando sua língua horrorosa e cheia de veneno... Quando ela se preparou para me picar, Cris apareceu correndo e a pegou pelo pescoço por trás... Ela se desenroscou de mim e tentou se enroscar nele, mas Álice pegou o álcool e lavou a cobra com ele, em seguida pegou o isqueiro e acendeu. A cobra se contorceu queimando viva no chão, saiu rastejando de agonia no chão, parecia até o boi tatá das histórias folclóricas. 
Naquele dia eu tomei trauma de cobras, mas Álice demonstrou ser super forte, o que me deixa seriamente encabulado de como ela chegou ao ponto de deixar as pessoas fazerem Bullying com ela. 
Álice sempre foi bonita, mas quando cresceu ficou ainda mais. Tinha os cabelos negros e lisos, usava óculos e tinha uma pele clara. Era muito boa em luta, sempre foi apaixonada por artes marciais. Não perdia uma luta de UFC na televisão. Nós gostávamos muito de patinar quando crianças, no parquinho costumávamos lutar no tatame de brinquedo, mas eu sempre perdia. O único que a vencia era Cris, os dois sempre foram bons de porrada, menos eu. Meus meios de atingir uma pessoa, eram os emocionais.
Me lembro de uma conversa que tivemos uma semana antes de eu ir embora... E foi a última vez que a vi;
--Álice, vivemos tantas aventuras né?
--Sim Espurr, você e o Cris são meus melhores amigos, vocês dois me alegram muito.
--Somos o refúgio uns dos outros. Porém, Álice, promete que se um dia eu não estiver aqui, você não vai esquecer de mim?
--Como assim?

É só uma coisa que eu pensei, se não estiver mais aqui daqui um tempo... Promete não me esquecer?
--É claro que não. Como vou esquecer você? Somos irmãos... Irmãos não se separam jamais. 
--Tem razão. 
--Mas se caso você não estiver aqui, eu sempre vou te guardar nas minhas memórias.
--Obrigado Álice.
Uma semana depois, minha mãe me levou embora da cidade.
Cristian já era totalmente diferente de nós. Ele era loiro dos olhos claros, super fofo. Éramos melhores amigos, quando eu fui embora me doeu muito aceitar que não veria mais ele. Por algum motivo eu sempre tive uma conexão diferente com ele, nos entendíamos em tudo e defendíamos um ao outro de qualquer coisa. Quando eu voltei e o reencontrei, fiquei impressionado de como ele havia ficado ainda mais bonito... O verde de seus olhos clarearam e seus cabelos loiros ficaram um loiro mais queimado, sem contar que ele ficou bem forte e atlético. Por algum motivo ele também sentia a conexão diferente entre nós. Não sei explicar o que era, mas sempre que eu olhava em seus olhos eu me prendia neles e ele parecia fazer o mesmo com os meus. Ao que parece, não é só uma amizade que existe dentro de nós. Porém eu também me lembro da última conversa com ele;
--Espurr , eu gosto muito de você.
--Eu também Cris, você e a Álice são parte da minha família.
--Espurr, eu não sei o que está havendo, mas eu sinto que não vou mais te ver.
--Não seja bobo, claro que vai me ver, é só uma viagem. 
--Eu sei que é, mas sinto que não vamos mais nos ver... Então pro caso de algo acontecer fica com isso.
--O que é isso?
--Um colar que eu ganhei de presente do meu pai, eu pedi para ele comprar pra mim porque me lembrava você... Então quero que use ele até voltarmos a nos ver.
--Cris seu bobo, não precisava. Daqui a umas semanas estaremos juntos de novo.
--Tomare e que esse pressentimento seja só uma besteira.
Eu queria tanto que o pressentimento dele tivesse sido uma besteira, mas ele estava certo. Eu não voltei.

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