3. Perdidos no baile

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#NerdNaQuadra🏐

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#NerdNaQuadra🏐

Alguns dias tinham passado e meu nariz estava novinho em folha, e eu já estava pensando em desistir da minha ideia mirabolante.

A decisão de aceitar só poderia ser resultado do analgésico que tomei antes de dar de cara com Beomgyu, porque ninguém em sã consciência se sujeitar a tamanho vexame só por causa de um rostinho bonito, isso só poderia ser resultado de drogas pesadas — muito leves, na verdade.

Meu pai não foi de grande ajuda, mesmo sendo técnico de um time inteiro e tendo sido jogador profissional, sua capacidade de ensinar as regras básicas do jogo para um obtuso como eu era uma desgraça. Nosso encontro para um lanche durou meia hora e tudo o que aprendi sobre volêi foi que a bola não poderia tocar no chão, mas isso era fácil de deduzir sozinho.

No fim acabei recorrendo a internet e nem sei quantas páginas abri para fazer anotações sobre volêi e tentar aprender mais sobre o esporte, mas a verdade é que nada daquilo entrava na minha cabeça. Matemática tinha sido mais fácil e eu nem gostava de matemática.

Funcionou de alguma coisa? Não muito, porque diversas vezes abri páginas e me vi perdendo tempo com vídeos aleatórios no YouTube minutos depois.

Aliás, ficaram sabendo da treta da família Cyrus? Pois é, era esse tipo de informação que eu estava retendo.

Inclusive, meu colega de quarto, Sunghoon, devia achar que eu era algum maluco, porque ficava respondendo aos gays fofoqueiros do YouTube como se eles estivessem no quarto comigo e ainda parava para debater pontos importantes sozinho.

Nunca fui normal e não ia começar a ser só porque Sunghoon não conseguia disfarçar seus olhares de julgamento.

No final, resolvi não correr o risco de ser um típico Gen Z que só confia no poder do Google e recorri aos livros da biblioteca da faculdade. Seria uma missão impossível achar livros sobre vôlei? Provavelmente, mas era uma ótima tática para não acabar assistindo a mais vídeos de uma hora falando sobre famosos que eu nem sabia da existência — isso não se aplica a Miley Cyrus.

O bibliotecário nem percebeu minha chegada. A julgar pelo olhar de peixe morto e as entradas em sua testa, a vida já havia o abandonado há muito tempo. Era apenas a casca de um homem que já foi um dia.

Alguns poucos alunos estavam espalhados pela enorme biblioteca, todos os otários que não tinham mais o que fazer numa sexta-feira à noite e achavam melhor matar um tempo numa biblioteca.

Eu incluso, obviamente.

Me enfiei na sessão de história, a estante abarrotada de livros de diferentes cores e grossuras, mas nada que parecesse ser útil para mim. Ainda assim, continuei olhando.

Foi quando, num momento de distração, acabei esbarrando no ombro de alguém, ouvindo o som de muitos livros caindo no chão. Mais clichê que isso só se estivesse tocando Beach Boys ao fundo.

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