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Lao colocou o folheto no bolso interno do terno e se virou para um de seus capangas

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Lao colocou o folheto no bolso interno do terno e se virou para um de seus capangas. - Leve este laptop para o Hacker. Quero acesso total - disse ele, com uma voz que não admitia contestação.

- Vou encontrar a garota eu mesmo - afirmou Lao, enquanto ajustava o caimento do terno, sua postura irradiando autoconfiança.

Enquanto Lao se preparava para sair, seu celular vibrou. Era uma chamada do velho Qiang, seu pai. Sem dar tempo para Lao falar, o pai disparou uma série de perguntas.

- Onde você está, Lao? E por que não me informou que encontrou o espião? - a voz do velho Qiang era dura e direta.

Lao tentou responder, mas foi interrompido.

- Pensei que o problema fosse aquele homem do porto, mas acabei de descobrir que o espião é americano. Por que você omitiu essa informação? - a acusação estava clara na voz de seu pai.

Lao manteve a calma, apesar da pressão. - Pai, há muitas peças em movimento. Eu estava verificando cada detalhe antes de trazer qualquer conclusão precipitada - explicou ele, sua voz mantendo um tom respeitoso, mas firme.

O velho Qiang murmurou algo inaudível antes de encerrar a chamada, deixando Lao com seus pensamentos e o peso das expectativas de seu pai.

Os homens deixaram o apartamento e o prédio com uma tranquilidade que só a autoridade inquestionável de Lao Qiang poderia conferir. Não houve perguntas, nem olhares curiosos; era como se todos soubessem que ele tinha o direito de ir e vir conforme sua vontade.

No banco de trás do carro, Lao observava o capanga ao seu lado segurando o laptop com firmeza, enquanto outro dirigia. O veículo deslizou pelas ruas até parar em um beco precário de Xangai, diante de um clube que exalava uma aura de decadência. A rua estava viva com a atividade de pessoas que não se atreviam a lançar mais do que um olhar furtivo na direção de Lao. Bandidos e transeuntes sabiam que ele era intocável, um homem cuja reputação o precedia.

- Levem isso para o Hacker e digam a ele para vasculhar cada byte dos dados - ordenou Lao, sem tirar os olhos da rua.

Assumindo o volante, Lao sentiu o motor roncar sob seus comandos. Ele estava em busca da próxima peça do seu jogo de xadrez: Layla. O carro se afastou do beco, deixando para trás o clube barato e seus frequentadores sombrios.

A rua onde o clube se encontrava era um contraste gritante com a elegância habitual de Xangai. Luzes piscantes e neons desbotados anunciavam promessas vazias de prazeres baratos. A fachada do clube estava descascada, e a música que escapava de suas portas era uma mistura distorcida de melodias populares. Lao não deu mais do que um olhar de desdém para o lugar, sua mente focada em encontrar Layla e trazê-la para o centro do jogo que ele controlava com mãos de mestre.

Layla estava sentada no vagão do metrô, o olhar alternando entre o mapa estampado próximo à janela e o endereço que brilhava na tela do celular de seu pai. Desta vez, ela não se esquecera de pegar um dos cartões de crédito dele, que repousava seguro no bolso de sua mochila.

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