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- Eu não sei...você quer namorar?- a proposta escapou por instinto.

Cacete, eu pedi o Katsuki Bakugou em namoro.

- Namorar?- Bakugou repetiu, nocauteado- Eu não sou um cara de declarações e baboseiras.

-Se isso fosse importante pra mim, não estaríamos tendo essa conversa.- prossegui com a explicação, temendo que meus batimentos fossem audíveis- To falando mais pra esclarecer uns pontos, tipo...eu não to interessada em mais ninguém, você tá?

- Claro que não, garota.- Katsuki negou rápido e o alívio preencheu minhas expressões- Mas vamos assumir um namoro do nada? Eu nem pedi autorização pro Aizawa.

- Para alguém que detesta baboseiras, você me parece bem preocupado com detalhes.- cruzei os braços, recuperando a compostura com um sorriso de canto.

- Uma coisa não tem nada a ver com a outra- Katsuki argumentou, semicerrando os olhos vermelhos-sangue- Só quero fazer isso direito.

Agora você me desmontou de novo.

- Podemos continuar como tá agora e depois resolver a parte burocrática.- dei ombros, fingindo casualidade apesar do embrulho no meu estômago. 

Espero que não atrapalhe a nossa sintonia nos treinos.

- É, vamos deixar do jeito que tá.- Katsuki concordou, engolindo em seco- Agora eu vou dormir. Vai também, garota.

- Tá bom, boa noite.- assenti com os lábios curvados e ele se aproximou rígido.

- Boa noite, Miranda.- Bakugou selou um beijo na minha testa, me deixando vermelha da cabeça aos pés enquanto saia da cozinha apressado.

Jogou baixo, Katsuki! Como vou dormir assim?



No dia seguinte, Aizawa apareceu para tomar café no alojamento e Bakugou evitou sequer olhar na minha direção. Estava inquieta e receber o "bom dia" radiante do Midoriya só serviu para me deixar mais ansiosa, eu não podia continuar escondendo algo tão importante dele. 

Tive a impressão de que havia algo por trás da visita do Eraser e suei frio com a possibilidade dele ter novidades sobre o processo judicial do Yuri. O pavor que o Mineta estampava no rosto, entretanto, me divertiu um pouco. Queria mais é que ele cagasse nas calças, porém, acabaria com a tortura dessa praga até o final da aula.

As provas começavam em três dias e a turma estava agitada, revisando os conteúdos um com os outros. Eu agradeci mentalmente pela bagunça, já que as avaliações ocupariam a mente de todos e diminuía as chances de notarem o meu envolvimento com o Katsuki.

As palavras dele ainda ecoavam em meus ouvidos, reforçando que não servia para um relacionamento e se contradizendo ao mencionar a permissão do Aizawa. Realmente não esperava que o Bakugou viria com algo tão ultrapassado.

Mas foi bonitinho, pena que o Aizawa mataria ele. 

Balancei a cabeça para dispersar a imaginação e terminei minha refeição sem nenhuma resposta para a presença inusitada do meu padrinho. Segui para a sala com o caderno do Midoriya em mãos, sendo parada pelas meninas no corredor. Elas queriam garantir que eu estava bem depois do episódio com o Mineta e foram super compreensivas quando falei da denúncia. 

As aulas foram compostas por atividades e eu passei a manhã inteira com o peito apertado, sopesando as situações mal-resolvidas que me cercavam. No intervalo, amassei o rascunho do texto e prometi que me livraria desses fardos pela centésima vez. 

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⏰ Última atualização: Jun 07 ⏰

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