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Atravessar os portões da U.A com uma feição neutra foi uma das coisas mais difíceis da minha vida. Entregar qualquer emoção colocaria minha turma em risco...a Eri em perigo, e pioraria a situação da mãe do Bakugou. Acenei para Midoriya uma última vez e me convenci de que os veria novamente. No instante que pisei nas ruas desprotegidas, lembrei que não combinei um local de encontro com um suspiro. 

O medo se misturava com a raiva e adrenalina corria veloz pela minha corrente sanguínea. Aizawa entenderia a mensagem por trás de "emergência familiar", Midnight e ele são os únicos que sabem sobre a morte do meu pai. Andei metade de um quarteirão até avistar um moreno alto, coberto inteiramente de queimaduras suturadas num beco. Os olhos claros me cumprimentaram com um sorriso satisfeito e eu o segui com naturalidade, controlando as pernas trêmulas que ameaçavam me denunciar. 

Dabi...altamente perigoso.

Izuku anotou que ele manipula chamas azuis.

- Boa garota.- o vilão sussurrou antes de me empurrar pelo portal escuro. 

Fechei os olhos e apareci numa espécie de sala, cercada pelos membros da liga dos vilões. Suor frio escorria pelas minhas palmas conforme eu associava os rostos às informações que recebi e procurava por brechas na segurança, ainda não conseguia achar sinais de um refém.

- Onde ela tá?- demandei, incapaz de esconder a angústia.

- Já era hora, Dabi.- Shigaraki ignorou minha pergunta e a loira de uniforme escolar, Toga, riu empolgada- Quero testar a individualidade dela.

O sequestro foi uma encenação?!

Shigaraki sinalizou para que a Toga abrisse a porta e Twice, um homem mascarado num traje preto, surgiu acompanhado. A criatura que ele trazia era pior do que me descreveram. Algo vindo direto dos meus piores pesadelos, e caminhava diretamente para mim. 

- Não a mate.- Shigaraki ordenou áspero e eu engoli em seco.

Aizawa e Midoriya me avisaram dos Nomus, sobre a resistência absurda que ganhavam com as modificações, mas nada me preparou para encarar esses monstros num vestido rodado. 

Chega de desculpas, eu posso fazer isso.

Só preciso aguentar até que os reforços cheguem.

Eles podem estar mantendo a mãe do Bakugou em outro cômodo. Dabi me impulsionou para perto do Nomu e me obriguei a esquecer das desvantagens, precisava de uma mente limpa se quisesse ter alguma chance. Firmei meus pés em busca de estabilidade ao estudar seus movimentos e logo fui arremessada na parede. Ele era bem mais rápido do que eu antecipei. Pisquei atônita, esperando que fosse um erro de cálculo e desviei do soco que vinha com dificuldade, a dor era tanta que a minha respiração queimava. 

Como vou rebater?!  

Pressionei minha costela numa tentativa de aliviar meu fôlego e deixei que meu corpo reagisse aos próximos golpes. Sobrevivi a lutas importantes, fui treinada por heróis incríveis e não vou me render a ninguém sem uma boa briga. Foquei na defesa e usei a força do adversário contra ele. No entanto, sabia que essa estratégia não funcionaria por muito tempo e o Nomu se acostumaria com meu padrão de ataque.

Se usar direito, qualquer coisa pode virar uma arma.

Decidi tirar sua visão primeiro, usando os segundos de confusão para verificar os objetos disponíveis e parei na cadeira em que Shigaraki ocupava no começo. Vai ter que servir. Roubei sua audição para garantir total desnorteamento e me apressei a quebrar o móvel em suas costas. O rasgo no meu vestido ecoou com a manobra e eu franzi os lábios pela gastura, meus ouvidos tiniam pelo menor dos sons devido a sensibilidade dobrada.

ALL I NEED | Bakugou x OcOnde histórias criam vida. Descubra agora