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Quarta marcava a metade da semana e realizávamos mais uma patrulha pela cidade. Mirio saiu para ajudar uma senhora com as compras no bairro vizinho e pediu que Midoriya e eu aguardássemos na redondeza. Os estabelecimentos funcionavam em um ritmo tranquilo pelo horário e um fraco vento balançava as mechas do meu cabelo conforme eu escaneava a área em busca de qualquer anormalidade. 

As acusações de Bakugou ainda perturbavam minha mente e o fato dele ter questionado meu comprometimento com a U.A me tirava do sério. Ele não sabe o que aturei para estar onde estou. O pior era que...aquele vislumbre de arrependimento que me mostrou fazia com que eu quisesse relevar a situação.

Porém, de nada servia se ele não teve a decência de se desculpar depois de um descontrole daquele. Não vou deixar que me tratem assim de novo. Irritada com a memória, estalei a língua e Midoriya instintivamente virou o rosto na minha direção.

- Tá tudo bem, Miranda?- Izuku franziu a testa preocupado.

- Tudo sim e você?- retornei a pergunta com um sorriso contido.

Chega de pensar nele.

Tenho certeza que, se tratando do Bakugou, ele já esqueceu o assunto.

Midoriya me fitou complacente, como se percebesse a mentira na resposta que entreguei, mas respeitasse minha decisão. Bem que eu queria conversar com ele...Izuku conhece o Katsuki desde criança e definitivamente guardaria meu segredo. Estava pronta para reformular a frase anterior e vocalizar minha angústia quando uma garotinha assustada esbarrou em Izuku.

Vai ter que ficar para depois, ela é prioridade.

- Desculpa! Você se machucou?- Midoriya abaixou para ficar a altura dela e me olhou de esgueira, apreensivo ao abraçá-la.

Ela estava coberta por nada menos que uma camisola branca e tremia nos braços de Izuku, que  acariciava seu cabelo perolado com gentileza. Bandagens estavam espalhadas pelo seu corpo e um leve chifre despontava de sua testa.  

Tudo indica maus tratos e um possível sequestro. 

Preciso tirar ela daqui.

Fiquei tão imersa nessa linha de raciocínio que quase acertei Mirio com uma cotovelada pela surpresa. Ele havia nos alcançado e surgiu às minhas costas, apertando meu ombro para alertar sobre a presença do homem excêntrico que agora dizia ser pai da criança.

Nem fodendo.



Bakugou

Kirishima foi a primeira pessoa que pensei em procurar, mesmo que nenhuma palavra tivesse deixado a minha boca desde que entrei no dormitório. Eu já falei demais. Puxei a cadeira e mantive o semblante fechado ao me acomodar. Eijiro me encarou curioso da cama, secava o cabelo com uma toalha escura e esperava por minha explicação.

- Então...o que aconteceu?- Kirishima abordou cauteloso.

- Não é da sua conta.- bufei, cruzando os braços.

- Bakugou, você veio até o meu quarto.- riu, desconcertado- Somos amigos! Você pode confiar em mim.

- Já disse que não aconteceu nada!- aumentei a voz, Kirishima ergueu as sobrancelhas em descrença e eu desviei o olhar.

Pedir ajuda pra que?

Eu não estava errado, até esperei a Midnight sair pra discutir.

Nem sei porque estou esquentando com isso.

ALL I NEED | Bakugou x OcOnde histórias criam vida. Descubra agora