oito

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Estou pensando há algumas semanas, queria ir até às autoridades, mas Juliana me desestimulou, ela seria presa, junto com as garotas do prédio, os documentos que elas assinaram implica elas de alguma forma. Não teria como formalizar uma denuncia.

- Estou indo, não me espere acordada. _ Juliana saiu toda produzida

Fui me arrumar e saí, pedi um carro de aplicativo, para ir até a boate.

Quando cheguei, não fui barrada na porta, estranhamente parecia que os seguranças me conheciam.

Andei pelos corredores até chegar no bar da pista de dança, eu me sentei e observei os camarotes nos mezaninos. 

- Estou bem aqui, está me procurando? _a voz de Jason, colada em meu ouvido fez meu corpo arrepiar

Me virei e o encarei, com um sorriso contido e o olhar de desejo. Minha boca secou, só de olhar para aquele homem.

- Não. Eu vim ver Amélia, pode chamar ela para mim, querido. _ toquei seu peito com a palma da mão e senti seus músculos, todos firmes e desenhados

Ele respirou fundo e tocou em seu ouvido

- Dama no bar. _ disse e acho que seja o rádio

- Podemos sair daqui, depois, ou se quiser nem precisamos sair. _ disse e sorriu, seu olhar passeou por todo meu corpo, que esquentou imediatamente

- Má chère, que bom te ver por aqui!

Amélia entrou na frente de Jason e disse em português, mas com seu sotaque nada francês bem carregado

- Eu tenho um assunto para tratar com a senhora _ disse, e ela sorriu

- Me chame de Amélia, chère. O dinheiro que gasto no meu rosto é para não me chamarem de senhora!

Ela fez um sinal para que eu a seguisse. Jason ficou no bar, nós trocamos alguns olhares antes de eu sumir com ela, direto para uma porta ao lado do bar

Eu não me lembro de ter sentido isso, essa tensão sexual, um desejo por um homem, e logo eu que fui cegamente apaixonada por um

Entramos em uma sala, que tinha toda decoração em vermelho e preto, linda e moderna.

Ela se sentou em uma enorme poltrona, e fez sinal com a mão, para que eu me sentasse de frente a ela na cadeira preta de estofado vermelho.

- Então, má chère. Qual é o seu desejo? _ ela cruzou as mãos, com as longas unhas em um tom vinho.

- Eu tenho uma proposta para você! _ ela sorriu, como se esperasse mais alguma coisa

- Quer ser minha, danseur de feu? "Bailarina de fogo"

Ela disse, e seu sorriso se alargou, como se tivesse ganhado na loteria

- Sim _ eu respondi

- Ótimo, tenho alguns documentos para você assinar e preciso ver seu passaporte, má chère.

eu sorri

- Não!

Ela me olhou espantada

- Comment pas ? Vous vous moquez de moi, ma chère ?
- Como não? Está brincando com a minha cara, minha querida?

Ela ficou levemente vermelha, e acho que se não fosse seus procedimentos, estaria com as feições todas desfiguradas

Respirou fundo e voltou seu olhar com menos carinho, dessa vez

- O que veio fazer aqui? _  ela se levantou, deu a volta na mesa e encostou a bunda na mesa, bem na minha frente

- Quero saber se posso dançar, sim, mas apenas para pagar pelo contrato de Juliana. _ ofereci. Ela cruzou os braços e me olhou dos pés a cabeça

Eu vejo vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora