Quinze

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Heitor Laurent Richard

— E o que você acha da gente talvez investir num negócio, tipo como aquela boate. Você viu quanto dinheiro rola ali?

Agora sei porque ele está num domingo dentro da minha casa.

Lucca estava falando e falando, mas só agora prestei atenção nas suas palavras. Só quando mencionou a boate, é como se eu ainda estivesse lá.

Quero mais, não, eu preciso de mais, quero ela de novo sentada no meu colo, quero ver seu rosto, quero chupar sua língua, quero sua boca carnuda engolindo todo meu pau.

— Vou pensar.

Balela, só estou pensando com minha bolas, elas estão inchadas e querendo aquela boceta esfregando nelas.

— Ótimo. Sabe, estou tentando uma dança com aquela brasileira, vi que você gostou dela, também, mas por algum motivo ela não está disponível, só dizem, que ela não está aceitando mais pedidos, por pelo menos dois meses.

Minhas mãos se fecharam e apertei meus punhos, para me conter.

Eu disse querer exclusividade com a dançarina, e ela disse que ela nem estava dançando, ainda, já era iniciante.

Agora deixará outros a verem, enquanto quero tocar naquela pele branca e sem mácula, uma tela em branco, pronta para ser pintada.

— Nós nos falamos amanhã, no escritório. Ligue para Liz.

Me levantei e o deixei só na mesa de jantar. Estávamos tentando almoçar, mas eu não consegui engolir nada.

Fui direto ao meu escritório, liguei para Amélia.

— Ela não sabe quem sou eu? Se não sabe, vai conhecer!

Uma voz doce atendeu no segundo toque.

— Escritório de Amélia, Cami falando!

— Coloque Amélia no telefone, diga que é Heitor Richard.

Silêncio por alguns segundos, e cada um aumentou minha irritação.

— Senhor Richard, a que devo a honra? Espero que a noite passada tenha atendido suas expectativas.

A voz melosa daquela mulher me incomodou, e eu me segurei para não ser grosseiro.

— Explique, como a agenda de Malí, de inexistente, de um dia para o outro se tornou uma longa fila de espera?

Ouvi sua respiração

— Senhor Richard, como bem viu, a doce menina, o que tem de inexperiência, tem de perfeita. Meus clientes estão em polvorosa, todos querem um pedacinho da moça!

Disse orgulhosa, e tenho certeza que sorria enquanto vomitava cada palavra.

— Cancele a porra da agenda dela!

Ordenei

— O senhor poderia vir ao meu escritório, podemos conversar sobre isso. Sabe que sempre estou aberta a negociações.

— Estou chegando em vinte minutos.

Desliguei antes que dissesse coisas que não estou habituado. Dirigi como um lunático, consumido pela raiva, gastei menos tempo que o proposto.

Um segurança me acompanhou até um escritório, não é o mesmo do outro dia, esse era vermelho e preto, tudo muito chamativo.

— Senhor Richard, sente-se!

Me sentei e ela me serviu uma dose de whisky, estou mesmo precisando.

— Pelo que vejo, gostou da minha brasileira.

Disse calma e pausadamente

— Paguei um milhão por uma noite, quanto está cobrando por apresentação?

Ela sorriu e enfim se sentou na sua poltrona.

— Trezentos mil, mas é apenas uma dança.

— Eu pago, mas quero exclusividade, ela dança só para mim. E não quero nenhum segurança assistindo!

Seus olhos se arregalaram, ela me encarou surpresa.

— Tudo bem, conheço sua reputação. Não quero problemas, mandarei o contrato para o seu escritório, por uma das minhas meninas.

Deixei o copo na mesa depois de um último gole, assenti, me levantei.

— Estarei esperando!

Sai da sala, o segurança que me acompanhou, estava a minha espera, e me acompanhou pelos corredores.

Vi moças fantasiadas, só que sem as máscaras e fiquei imaginando se ela está aqui, eu queria ver seu rosto. Estou disposto a pagar uma pequena fortuna, eu devia ter colocado isso nos termos. Saí no estacionamento subterrâneo.

— Olá, tudo bem senhor? Gostaria de se divertir?

Uma moça de cabelos longos e castanhos, todo bagunçado, olhos azuis e uma roupa que cobria pouco de seu corpo, parecia embriagada, parecia ter saído de um ménage.

— Não, eu gosto de minha bebida no copo. E eu odeio pegar restos, não curto seu tipo.

Ela estava tentando acender um cigarro, e falhando, mal se equilibrava nos saltos. Eu estava chegando em meu carro.

— Sou novata, vim do Brasil. Só estou sem minha fantasia. Tem certeza que não quer me foder?

— Você não se parece em nada com ela!

Disse assim que abri a porta.

— O que sabe sobre isso, ela nunca esteve aqui, agora todo mundo quer apenas ela!

Ela cuspiu as palavras, e me fez virar para encará-la

— É isso mesmo, ela não é ninguém. Nunca dançou para ninguém, agora todo mundo quer foder a menina, mas aqui ninguém nunca viu ela!

Ela torceu o tornozelo e caiu, patética. Abri minha carteira e tirei quatro notas de quinhentos euros e joguei a seus pés.

— Não quer nenhum boquete? Isso é bastante dinheiro!

Neguei, ela me deu mais do que um boquete, meu pau quer ainda mais aquela brasileira.

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