dezenove

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Maria Elisa Mattos

Acordei em um cômodo totalmente diferente, pelo que percebi já amanheceu, pelas frestas das cortinas cinzas, a luz do dia entra e me dá a visão do quarto, com a decoração sóbria, móveis brancos, parede caixa-clara combinado com as cortinas mais escuras.

Mas se me lembro bem, não adormeci aqui, bom, eu desmaiei praticamente, depois de um orgasmo intenso.

Foi a terceira vez que eu transei na minha vida, e acho que não sentirei nada maior e mais forte do que senti, não seria humanamente possível.

Minhas roupas estavam em um cabideiro, penduradas ao lado de uma porta, que suponho ser o banheiro.

Me levantei e abri a porta, o banheiro todo em mármore branco, luzes de led e o restante, tudo preto, o box parece até um cristal.

As toalhas brancas no armário preto, perfeitamente organizadas.

— É claro que vou tomar banho nesse banheiro!

Debaixo do chuveiro, ensaboando meu corpo com o sabonete líquido, muito cheiroso, de olhos fechados, pensando nas sensações da noite passada, ainda na minha pele, nos prazeres descobertos.

Pensei que ele ia me matar, mas quando não parou de socar forte, eu só queria morrer, foi como se tudo tivesse triplicado, o prazer que senti, foi avassalador.

— Que tipo de homem ele é?

...

Para sair do quarto, abri a porta bem devagar, olhei o corredor para ver se via alguém, saí e fechei a porta.

Procurei a escada, para tentar encontrar a saída, não vi ninguém pelo apartamento, usei o elevador e vi o mesmo porteiro quando saia do prédio, o  carro de aplicativo já aguardava em frente.

— Bom dia, senhorita!

Todo simpático, o francês esnobe da noite passada.

Sorri, sem mostrar os dentes enquanto passava pela porta que ele abriu.

Heitor Laurent Richard

A deixei dormindo no quarto de hóspedes, ela é muito melhor do que pensei que seria.

Apertada, parecia até uma virgem, saborosa e principalmente, não parece ter medo do desconhecido.

E é isso que me atraiu mais ainda, diferente das garotas com quem costumo transar, já que não tenho uma fixa há muito tempo, nenhuma prendeu minha atenção, como ela.

Ficaria feliz se ela aceitasse, como disse, não costumo pagar por sexo, meu gosto é peculiar e o que aconteceu noite passada, ela queria tanto quanto eu, mas preciso resolver essa situação.

A deixei ver um pouco do que sou, viu meu quarto, fiz um "jogo de respiração" e restringi, intencionalmente, o oxigênio  dela, e ela explodiu em um orgasmo, mas quero mais, e quero seu consentimento em tudo.

— Heitor, não confirmou a sua presença no baile anual de caridade do rei Charles, eu sei que você nunca foi muito com a cara dele, mas ele não é mais só o príncipe.

Robert entrou num rompante pelas portas duplas de madeira do meu escritório, Liz estava em pé atrás dele.

Acenei para dizer a ela que está tudo bem, e ela fechou as portas.

Desde a morte da rainha Elizabeth, não coloco meus pés na Inglaterra, ela sim era uma verdadeira rainha, já aquele filho dela, sempre foi intragável.

— Se você não for, eu não posso ir. Qual é, faça isso pelo seu amigo, sabe que adoro esses eventos.

Robert, meu amigo, meu braço direito e um diretor-executivo de primeira, é ótimo em investimentos.

Eu vejo vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora