Vesper
Assim que entro em casa vejo a Estele na cozinha, ela me olha parecendo surpresa. Normalmente aviso ela quando vou sair de casa, dessa vez não fiz isso.
– Onde você estava?– ela questiona.
– Sai com a Peyton.
– E dormiu na casa dela?
– Tipo isso.
Eu não minto pra minha irmã, ela faz o papel que não é dela, mesmo que a nossa avó cuidasse de mim, era ela que respondia por mim, sempre foi ela, como se ela fosse minha mãe, só que muito mais liberal do que uma mãe seria. Por isso não minto pra ela.
– Na verdade dormi na casa de um amigo.– falo e me sento de frente pra ela.
Ela levanta uma sobrancelha e me analisa, nunca dormi na casa de ninguém que não fosse a Peyton.
– Namorado?– ela pergunta com um leve sorriso.
– Com certeza não, estamos muito longe disso.– ela espera que eu continue– Na verdade ele parece nem gostar de mim.
– E como você dormiu na casa dele?
Dessa vez vou ter que mentir, até porque não vou falar para pessoa mais certa do mundo, que fiquei bêbada demais, para conseguir lidar com meu próprio corpo.
– Estava tarde, acabei não voltando.
– Não fizeram nada além de dormir?
– Não.
– Eu confio em você, mas tenho que garantir que você vai ter cuidado.
– Não aconteceu nada, eu juro.
O celular dela toca, ela me olha mostrando que precisa atender, me levanto e vou para cima.
A porta do quarto da minha avó está aberta, entro nele, a enfermeira está sentada na poltrona mexendo no celular, minha avó está dormindo. Dou um sorriso para enfermeira e ela retribui, mas não falamos nada para não acordar a vovó, saio do quarto em silêncio.
A primeira coisa que faço assim que fecho a porta do quarto, é tirar a roupa e ir direto para o banho.
Enquanto estou lavando o cabelo tento lembrar da onde vi aquela cena, tenho certeza que já vi a imagem do quarto do Luke, isso não tem sentido algum, mas posso jurar que já vi em algum lugar, porque a sensação que eu tive foi de dejavu.
Saio do banho e me troco, hoje é dia de fazer as unhas, todo sábado eu faço isso, é como se fosse uma tradição, eu sempre pinto de corres diferentes. Até três meses atrás quando o Luck ainda me respondia, sempre perguntava pra ele qual cor escolher, agora só estou mandando a foto.
A Peyton me liga assim que termino de pintar as unhas, atendo e coloco no viva voz, terminando de limpar o excesso de esmalte dos lados.
– Oi.– falo atendendo.
– Tá fazendo o quê?
– Pintando as unhas.
– Quer sair, tem uma festa na cidade ao lado.
– Não, hoje não.
– O que aconteceu ontem, quando desci o Dean tinha falado que você tinha ido embora.
– Eu bebi demais, o Luke me levou embora.
– O Luke, o estranho.
– Ele não é estranho.
– O Dean falou que ele não fala com quase ninguém do time, que só anda com aquele nerd supremo. Se ele anda com gente estranha, ele é estranho. Mesmo que ele seja lindo, diferente do amigo dele.
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Verdades
RomanceUma amizade que começou por conta de uma atividade escolar se torna muito maior do que se imaginava. Melhores amigos que se apaixonaram sem se encontrar na vida real, um amor que pode acabar por falsas verdades. O que pode ser pior, descobrir que a...