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Vesper

Acordo de repente, ouço passos mas não abro os olhos, um vento frio bate na minha nuca e sinto todo meu corpo arrepiar. O barulho da chuva está alto.

Os passos param e ouço o barulho da janela, o vento para e o barulho de chuva diminui. Abro os olhos e me viro devagar, não vejo nada no quarto.

Me levanto e acendo a luz, vejo o chão molhado com as pegadas, vou até a janela e tranco ela, faço o mesmo nas outras.

Volto para cama e percebo agora que tem um envelope na mesinha de cabeceira. Abro ele e encontro fotos minhas na escola, tem também dos meus irmão, da minha avó, e uma da lapide da minha mãe. E mais um bilhete "Sua familia não parece tão perfeita"

Okay, isso deixa muito claro que não foi engano e que tem alguém me espionando, mas por quê.

Fico sentada na cama tentando entender o que está acontecendo e quem pode ser. Levanto e abro a gaveta onde tinha colocado o bilhete que recebi na segunda, coloco essas novas coisas junto e coloco o álbum por cima, para escondê-las.

Preciso descobrir quem é e fazer a pessoa parar, se a Peyton descobrir, minha vida vai voltar a ser como antes e eu não quero isso.

Deito e tento voltar a dormir.

Acordo mais tarde nos fins de semana, mas dessa vez demorei mais porque ontem não estava conseguindo voltar a pegar no sono. Desço para tomar meu café mas antes que eu chegue a cozinha ouço os dois falando, parece que estão discutindo.

– Já perguntou para ela?

– Já disse que não.– Estele responde com raiva.

– Mas tem que perguntar.

– A Ve não me conta a vida dela e eu não exijo saber com quem ela sai ou deixa de sair. Ela nunca dá trabalho.

– Mas isso é sério. Precisa saber se ela está com o garoto. O pai dela me ligou, dizendo que paga muito bem para que ela não se aproxime dele.

Meu pai, sei que eles sabem quem é ele, mas nunca mencionaram nada sobre ele.

– Eu sei Atlas, você me disse isso todas as outras vezes.

– E você ainda não falou com ela.

– Por que você não fala.

– Ela fica mais tempo com você, você deveria falar.

Entro na cozinha e os dois me olham. Acho que não queriam que eu ouvisse isso.

– O que querem falar comigo?– questiono.

– Você está aí a quanto tempo?– Atlas pergunta.

– Tempo suficiente para saber que querem falar alguma coisa.

Estele vira de costas e começa a misturar alguma coisa. Atlas continua me encarando.

– E então.

– Seu pai.

– Ele não é meu pai.– falo.

– Realmente não é, mas ele foi responsável por você existir.

Isso eu sei, apesar de nunca ter conhecido ele e fazer questão de que isso nunca aconteça. Meus irmãos já me falaram que assim que minha mãe descobriu a gravidez ele praticamente saiu correndo.

– Continua.

– Ele disse que você é próxima do filho da esposa dele, e não quer isso.

– Eu não sei nem quem ele é, como vou saber se sou próxima ao filho da esposa dele.

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