Vesper
Acordo de repente, ouço passos mas não abro os olhos, um vento frio bate na minha nuca e sinto todo meu corpo arrepiar. O barulho da chuva está alto.
Os passos param e ouço o barulho da janela, o vento para e o barulho de chuva diminui. Abro os olhos e me viro devagar, não vejo nada no quarto.
Me levanto e acendo a luz, vejo o chão molhado com as pegadas, vou até a janela e tranco ela, faço o mesmo nas outras.
Volto para cama e percebo agora que tem um envelope na mesinha de cabeceira. Abro ele e encontro fotos minhas na escola, tem também dos meus irmão, da minha avó, e uma da lapide da minha mãe. E mais um bilhete "Sua familia não parece tão perfeita"
Okay, isso deixa muito claro que não foi engano e que tem alguém me espionando, mas por quê.
Fico sentada na cama tentando entender o que está acontecendo e quem pode ser. Levanto e abro a gaveta onde tinha colocado o bilhete que recebi na segunda, coloco essas novas coisas junto e coloco o álbum por cima, para escondê-las.
Preciso descobrir quem é e fazer a pessoa parar, se a Peyton descobrir, minha vida vai voltar a ser como antes e eu não quero isso.
Deito e tento voltar a dormir.
☆
Acordo mais tarde nos fins de semana, mas dessa vez demorei mais porque ontem não estava conseguindo voltar a pegar no sono. Desço para tomar meu café mas antes que eu chegue a cozinha ouço os dois falando, parece que estão discutindo.
– Já perguntou para ela?
– Já disse que não.– Estele responde com raiva.
– Mas tem que perguntar.
– A Ve não me conta a vida dela e eu não exijo saber com quem ela sai ou deixa de sair. Ela nunca dá trabalho.
– Mas isso é sério. Precisa saber se ela está com o garoto. O pai dela me ligou, dizendo que paga muito bem para que ela não se aproxime dele.
Meu pai, sei que eles sabem quem é ele, mas nunca mencionaram nada sobre ele.
– Eu sei Atlas, você me disse isso todas as outras vezes.
– E você ainda não falou com ela.
– Por que você não fala.
– Ela fica mais tempo com você, você deveria falar.
Entro na cozinha e os dois me olham. Acho que não queriam que eu ouvisse isso.
– O que querem falar comigo?– questiono.
– Você está aí a quanto tempo?– Atlas pergunta.
– Tempo suficiente para saber que querem falar alguma coisa.
Estele vira de costas e começa a misturar alguma coisa. Atlas continua me encarando.
– E então.
– Seu pai.
– Ele não é meu pai.– falo.
– Realmente não é, mas ele foi responsável por você existir.
Isso eu sei, apesar de nunca ter conhecido ele e fazer questão de que isso nunca aconteça. Meus irmãos já me falaram que assim que minha mãe descobriu a gravidez ele praticamente saiu correndo.
– Continua.
– Ele disse que você é próxima do filho da esposa dele, e não quer isso.
– Eu não sei nem quem ele é, como vou saber se sou próxima ao filho da esposa dele.
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Verdades
RomanceUma amizade que começou por conta de uma atividade escolar se torna muito maior do que se imaginava. Melhores amigos que se apaixonaram sem se encontrar na vida real, um amor que pode acabar por falsas verdades. O que pode ser pior, descobrir que a...