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Vesper

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Vesper

A primeira coisa que eu fiz assim que minha avó morreu foi falar para ele, mesmo sabendo que ele não responderia, mesmo sabendo que ele não se importa.

Não tinha muitas pessoas no enterro dela, apenas alguns dos amigos ainda vivos. Depois que todos foram, meus irmãos e eu continuamos mais um pouco.

Meus irmãos foram embora, mas eu disse que ficaria mais um pouco, olho para a lápide da minha avó, agora ao lado de seu marido que eu nunca conheci e de sua filha.

"Esther Zelano mãe e filha amada" leio na lápide da minha mãe, sento na terra mesmo e continuo olhando.

- Eu queria que você estivesse aqui agora. Faz tempo que não venho, é que não tinha nada de novo pra te contar. Lembra daquele amigo que eu disse que tinha, então, ele não fala mais comigo e eu nem sei a razão. Eu queria conhecer ele, mas pelo visto isso não vai acontecer. Eu tô no último ano do colégio, daqui a alguns meses eu me formo, e eu vou fazer arquitetura mãe, como você.

Ouço um barulho como se tivesse alguém se aproximando, olho ao redor mas não vejo ninguém, estou começando a achar que é coisa da minha cabeça.

- Disse que não tinha novidades né, mas a algum tempo recebi uns bilhetes estranhos, e também me sinto observada o tempo todo. Neste exato momento sinto isso, talvez esteja enlouquecendo.

Ouço o barulho de um trovão e em seguida gotas de chuva começam a cair. Me levanto e passo a mão pela calça para tirar o excesso de terra.

- Tchau mãe, espero que a vovó já tenha se encontrado, amo vocês.

A chuva começa a ficar mais forte, preciso de um lugar antes que eu fique molhada. Começo a andar em direção aí gazebo que tem aqui.

Me sento e vejo a chuva ficando mais forte, de repente outra pessoa entra, está com uma blusa de capuz toda encharcada. Assim que tira o capuz da cabeça vejo o Luke. Nossos olhos se encontram, eu nunca imaginei encontrar ele aqui.

- Oi.- falo.

- Oi.

Ele tira a blusa molhada e coloca ela pendurada em uma das grades. Por que será que ele está aqui, será que perdeu alguém.

- Sinto muito.- ele diz, o olho sem entender- Pela sua avó, vim visitar o meu pai e passei por você.

- Ahh. Sinto muito pelo seu pai, não sabia que tinha perdido ele.

Ele não fala mais, e eu também não. Ficamos os dois em silêncio enquanto a chuva vai ficando cada vez mais forte.

Um clarão ilumina o céu seguido de um estrondo super alto, olho para o céu vendo ele ficar cada vez mais escuro, a chuva sem dar indicio nenhum de que vai diminuir.

Olho para o Luke, ele está concentrado no celular, não falo com ele a duas semanas, o professor faltou e não precisamos ficar juntos. Deveríamos ter começado o trabalho de história, porque daqui a duas semana temos que entregar, mas pelo visto nenhum dos dois quis falar um com o outro.

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